Filosofia, Ciência e História
Resumo
Esse ensaio tematiza a absorcçáo do dominio da imaginacáo filosófica pelo da investigaçáo cientifica, considerando duas maneiras de ver contrastantes: a concepçáo de A. Comte, segundo a qual a metafisica faz parte de um estágio intermediario da evoluçáo do saber situado entre religiáo e ciencia, e a opiniáo de A. Kenny de que ao menos em seus temas centrais a filosofia ha de permanecer para sempre irredutivel a ciencia. Em minha conclusáo favorereço Comte contra Kenny. De um lado, esse ultimo náo consegue apresentar um suporte satisfatório para as suas ideias; de outro, basta uma breve olhada no vertiginoso e cada vez mais abrangente progresso contemporâneo da ciencia, para nos apercebermos de que certas ideias defendidas por Comte merecem reavaliacáo. Ele estava apontando para a direcáo certa, ainda que pudesse enganar-se seriamente quanta as dimensões e a natureza do território a ser percorrido. A novidade desse trabalho náo está, todavia, em seu argumento geral, mas na tentativa de uma analise da natureza dos conceitos metafisicos com base em Comte (secáo 4).
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