A biofilosofia dos graus do orgânico: Arnold Gehlen e a ontologia de Nicolai Hartmann [The biophilosophy of organic grades: Arnold Gehlen and the Nicolai Hartmann’s ontology]

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2109.2016v23n40ID8566

Palavras-chave:

Antropologia Filosófica, Filosofia da Biologia, Arnold Gehlen, Graus do orgânico, Ontologia de Nicolai Hartmann

Resumo

O propósito deste artigo é investigar os fundamentos da antropobiologia de Arnold Gehlen de modo a demonstrar como o esquema darwiniano da evolução das espécies fora aí substituído pela biofilosofia dos graus do orgânico de Nicolai Hartmann. Esta substituição permitiu que Gehlen distinguisse claramente entre as Leis Estruturais da Constituição Humana (LECH) e as Operações Humanas (OPHU). Segundo Gehlen, a ação conjunta (handlung zuzammen) entre estruturas e operações humanas forma um circuito inconsútil no qual as carências vitais do homem (mängelwesen) são supridas mediante ações de descarga. A observação fenomenológica das leis de descarga (entlastungsgefahren) se dá na fabricação do mundo (Welt). Malgrado seus notáveis progressos no que diz respeito à explicação não-zoológica do homem, o modelo gehleniano reduziu a percepção fenomenológica do humano a uma mecânica de operações e estruturas. A substituição do esquema darwiniano pela ontologia de Nicolai Hartmann nos provê uma explicação holística e singular do homem, porém, sob pena da redução mecânica das operações simbólicas e numênicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cleber Ranieri Ribas de Almeida, Universidade Federal do Piauí

Cleber Ranieri Ribas de Almeida é professor da Universidade Federal do Piauí. Mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro e Doutorando em Filosofia pela Universidade de São Paulo.

Referências

ALSBERG, Paul. (1922). In quest of man: a biological approach to the problem of Man's place in Nature. Oxford; New York; Toronto; Sidney; Braunschweig: Pergamon Press, 1970. (Título original: Das Menschheitsrätsel.)

ARLT, Gehard. Antropologia filosófica. Petrópolis: Vozes, 2008.

BERGSON, H. A evolução criadora. Trad. Adolfo Casais Monteiro. São Paulo: Unesp, 2009.

BOLK, Louis. Le problème de la genèse humaine. Revue française de psychanalyse. v. 25, n. 2, 1961, p. 243-279.

BUYTENDIJK, F. J. J. Psychologie des Animaux. Paris: Payot, 1928.

BUYTENDIJK, F.J.J. O homem e o animal: ensaio de psicologia comparada. Lisboa: Livros do Brasil, [s.d.].

DARWIN, Charles. A origem do homem e a seleção sexual. Lisboa: Relógio D’Água, 2009.

DRIESCH, Hans. The history and theory of vitalism. London: Macmillan, 1914.

EIBL-EIBESFELDT, Irenäus. Human Ethology. New York: A. de Gruyter, 1989.

FISCHER, Joaquim. Philosophische Anthropologie: eine Denkrichtung des 20. Jahrhunderts. München: K. Alber Freiburg, 2009.

GEHLEN, Arnold. (1940). El hombre: su naturaleza e su lugar en el mundo. 2. ed. Salamanca: Sígueme, 1980.

GEHLEN, Arnold. Man: his nature and place in the world. New York: Columbia University Press, 1988. Introdução de Karl-Siegbert Rehberg.

GEHLEN, Arnold. Gesamtausgabe – Der Mensch. 3. ed. Teilband 1. Frankfurt: V. Klostermann, 1993.

HABERMAS, Jürgen. Perfiles filosófico-políticos. Madrid: Taurus, 1975.

HARTMANN, Nicolai. Nueva Ontologia. Buenos Aires: Sudamericana, 1954.

HARTMANN, Nicolai. Introducción a la filosofia. México: Universidade Autónoma do Mexico, 1969.

HARTMANN, Nicolai. (1939). Ontologia III. La fabrica del mundo real. México: Fondo de Cultura Económica, 1986a.

HARTMANN, Nicolai. (1950). Ontologia V. Filosofia de la Naturaleza. Teoria Especial de las Categorias. El Pensar Teleológico. México: Fondo de Cultura Económica, 1986b.

KLAGES, Ludwig. (1922). Dell’eros cosmogonico. Avellino: Edizioni di Ar, 2010.

KOHLER, Wolfgang. The mentality of apes. London: Kegan Paul, Trench, Trubner. U.S. edition by Harcourt, Brace & World, 1925.

LEVI-STRAUSS, Claude. (1949). A eficácia simbólica. In: LEVI-STRAUSS, Claude. Antropologia Estrutural – Volume 5. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.

LORENZ, Konrad. (1937). Sobre a formação do conceito de instinto. In: LORENZ, Konrad. Três ensaios sobre comportamento animal e humano. Lisboa: Arcádia, 1975a. p. 7-76.

LORENZ, Konrad. (1950). O todo e a parte na sociedade animal e humana. In: LORENZ, Konrad. Três ensaios sobre comportamento animal e humano. Lisboa: Arcádia, 1975b. p. 77-191.

LORENZ, Konrad. (1954). Psicologia e filogénese. In: LORENZ, Konrad. Três ensaios sobre comportamento animal e humano. Lisboa: Arcádia, 1975c. p. 193-265.

MARQUARD, Odo. Sobre la historia del concepto filosófico de “Antropología” desde finales del siglo XVIII. In: MARQUARD, Odo. Dificuldades con la filosofía de la historia: ensayos. Valencia: Pré-Textos, 2007. p. 133-158/232-268.

PLESSNER, Helmuth. (1928). Die Stufen des Organischen und der Mensch: Einleitung in die philosophische Anthropologie. Berlin; New York: W. de Gruyter, 1975.

PORTMANN, Adolf. Zoologie und das Neue Bild des Menschen: biologische Fragmente zu einer Lehre vom Menschen. Hamburg: Rowohlt Hamburg, 1956.

SCHELER, Max. (1928). A posição do homem no cosmos. São Paulo: Forense Universitária, 2003.

UEXKÜLL, Jacob von. Dos animais e dos homens: digressão pelos seus próprios mundos – doutrina do significado. Lisboa: Livros do Brasil, [s.d.].

UEXKÜLL, Jacob von. Umwelt und Innenwelt der Tiere. 2. verm. u. verb. Aufl. Berlin: J. Springer, 1921.

Downloads

Publicado

24-06-2016

Como Citar

ALMEIDA, C. R. R. de. A biofilosofia dos graus do orgânico: Arnold Gehlen e a ontologia de Nicolai Hartmann [The biophilosophy of organic grades: Arnold Gehlen and the Nicolai Hartmann’s ontology]. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 23, n. 40, p. 127–168, 2016. DOI: 10.21680/1983-2109.2016v23n40ID8566. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/8566. Acesso em: 19 abr. 2024.