ARQUITETURA E PRIVACIDADE EM EDIFÍCIOS DE ATENÇÃO À SAÚDE
CONSIDERAÇÕES SOBRE PESQUISA E PROJETO
DOI:
https://doi.org/10.21680/2448-296X.2019v4n2ID18133Palavras-chave:
arquitetura; privacidade; estabelecimentos de saúde; projeto; pesquisa.Resumo
As discussões sobre a valorização do usuário no contexto de atenção à saúde, aliadas aos avanços científicos e tecnológicos do setor, tem influenciado a gestão e os projetos arquitetônicos de edificações hospitalares. Estudos em diferentes áreas do conhecimento revelam que as mudanças no ambiente físico e social de atendimento em saúde podem influenciar positivamente os resultados médicos. Nesse campo, os atributos ambientais passam a fazer parte do conjunto de medidas voltado para o restabelecimento do paciente, dentre os quais os mais citados são: distrações positivas, contato interior-exterior do edifício, suporte social, controle das condições de conforto e da interação social. Nesse sentido, textos que abordam ética e infecção hospitalar tem indicado a importância de considerar a privacidade, especialmente nas pesquisas em psicologia ou enfermagem. Constatando-se a escassez desse tipo de debate dentro da arquitetura, o objetivo deste artigo é refletir sobre questões de privacidade em ambientes de atenção à saúde. A discussão se baseia em revisão bibliográfica interdisciplinar, apoiada principalmente nos estudos do campo pessoa-ambiente, pois a privacidade é um conceito multidimensional intrinsecamente vinculado às relações entre as pessoas e o ambiente físico. Conclui-se pela indicação da possibilidade de trabalhar com diretrizes de projeto que auxiliem o controle da privacidade e possibilitem a estruturação de novas pesquisas na área.
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