TIPOLOGIAS ES´PACIAIS DA VÁRZEA AMAZÔNICA

estudo morfológico de assentamentos em Afuá (PA)

Autores

  • Letícia Ribeiro Vicente Universidade Federal do Pará
  • Ana Cláudia Duarte Cardoso

DOI:

https://doi.org/10.21680/2448-296X.2020v5n3ID20390

Palavras-chave:

Afuá, várzea, morfologia, Amazônia

Resumo

Os objetivos desta pesquisa são caracterizar tipologias espaciais de assentamentos humanos (localidades e vilas ribeirinhas) ligados ao sistema rio – mata – roça – quintal, que sintetizem a complexidade do cotidiano em contexto de várzea e revelem sua matriz espacial própria, e rastrear seus fragmentos nas derivações observadas nos contextos urbano e metropolitano. A pesquisa assume como principal área de estudo o município de Afuá, arquipélago do Marajó, estado do Pará, onde a ocupação ainda é tipicamente de várzea; parte da caracterização morfológica dos arranjos espaciais observados na sede e em comunidades do município, que transcenderam o tempo (arranjos matrizes), para cotejá-los com arranjos espaciais existentes em ambiente de várzea da ilha do Combu, em Belém, polo metropolitano. O método de análise adaptou categorias da Escola Italiana de Morfologia para a realidade amazônica, e evidenciou semelhanças nos arranjos espaciais das ilhas dos dois municípios, associadas à existência de uma consciência espontânea, assim como a tendência de ruptura já manifesta na sede de Afuá, que gradativamente absorve valores e políticas metropolitanos. Propõe-se que a compreensão da espacialidade da várzea subsidie políticas territoriais e urbanas, que até então têm sido pautados exclusivamente por uma consciência crítica e técnica que tende a negar os limites e ritmos da natureza na região Amazônica.

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Publicado

22-09-2020

Como Citar

RIBEIRO VICENTE, L.; DUARTE CARDOSO, A. C. TIPOLOGIAS ES´PACIAIS DA VÁRZEA AMAZÔNICA: estudo morfológico de assentamentos em Afuá (PA) . Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 5, n. 3, p. 96–112, 2020. DOI: 10.21680/2448-296X.2020v5n3ID20390. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/20390. Acesso em: 28 mar. 2024.

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