ALÉM DAS CORTINAS VISUAIS

A RELAÇÃO ENTRE TECNOLOGIA E ACESSIBILIDADE NA ARQUITETURA DE MUSEUS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2448-296X.2022v7n3ID27935

Palavras-chave:

deficiente visual, arquitetura inclusiva, tecnologias assistivas

Resumo

A investigação visa entender as necessidades de usuários com deficiência visual e discutir o papel da tecnologia para acessibilidade em museus brasileiros. Para discutir o contexto brasileiro arquitetônico, social, artístico e cultural adotou-se uma abordagem qualitativa sobre os temas: deficiente visual; arquitetura inclusiva e acessibilidade; e tecnologias assistivas. Fruto da iniciativa de abrir o acesso de um determinado grupo de pessoas aos acervos dos colecionadores, os museus ao longo da história, o transmutaram se tornando espaços de entretenimento e agitação cultural e econômica, contemplando diversos tipos de usuários. Na contemporaneidade, estes exercem papel fundamental nas dinâmicas políticas e econômicas. Dentre os resultados, destacam-se que, arquitetura de museus atua como um elemento integrador do usuário com a arte e a história da sociedade na qual se insere, e, portanto, deve contemplar um entendimento amplo do conceito de acessibilidade, que extrapola o atendimento de normas técnicas; e que recursos tecnológicos podem favorecer experiências multissensoriais relevantes para deficientes visuais. Conclui-se que, tecnologias assistivas promovem a acessibilidade, em todas as suas esferas, se contempladas desde as etapas iniciais do projeto arquitetônico e que devem levar em consideração objeto expositivo, envoltória e elementos compositivos. E quando são bem empregadas, podem tornar a experiência de deficientes visuais mais intuitiva e integral. Quanto aos deficientes visuais, a exploração dos sentidos remanescentes deve ser considerada nas diretrizes projetuais. Soluções inovadoras devem incluir mecanismos arquitetônicos capazes de compor pontes de acessibilidade e universalidade, democratizando o acesso à cultura e educação a todos os usuários.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em http://abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=344730. Acesso em: 05 de novembro de 2018.

AGÊNCIA USP DE NOTÍCIAS. Aparelho identifica nota de dinheiro para deficiente visual. São Paulo., 2011 Disponível em http://www.usp.br/agen/?p=58240. Acesso em 04 de outubro de 2018.

ALVES, G. C. O lugar da arte - um breve panorama sobre a arquitetura dos museus e centros culturais. In: Anais do 2º. Seminário Internacional Museografia e Arquitetura de Museus - Identidades e Comunicação, p. 1–18, 2010.

ASSIS, E. P. de. Acessibilidade nos bens culturais imóveis: Possibilidades e limites nos museus e centros culturais. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

AUIRE TECNOLOGIAS ACESSÍVEIS. Sobre a AUIRE. Tecnologias Acessíveis. 2020. Disponível em http://www.auire.com.br/sobre/. Acesso em 04 de outubro de 2018.

BESSET, M. Obras, espacios, miradas. El museo em la historia del arte contemporâneo. Revista A&V, n.39, 1993. Acesso em: 25 de março de 2018.

BIGATE, T. F.; FERREIRA, R. M. R.; BRAZ, R. M. M. Museu do Amanhã: recursos de acessibilidade para deficientes visuais. Pulsações e Questões contemporâneas, p. 354–376, 2017.

BRASIL. Presidência da República. Senado Federal. Subsecretaria de Informações. Lei nº. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, DF, 2000. Disponível em https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2000/lei-10098-19-dezembro-2000-377651-publicacaooriginal-1-pl.html. Acesso em 02 de outubro de 2020.

BRASIL. Presidência da República. Decreto brasileiro n° 3.298/99 de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Brasília, DF, 1999. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm. Acesso em 02 de outubro de 2020.

CARLETTO, A. C.; CAMBIAGHI, S. Desenho Universal: um conceito para todos. São Paulo: Mara Gabrilli, 2008.

CARDOSO, E.; SANTOS, S. L. dos; SILVA, F. P. da; TEIXEIRA, F. G.; SILVA, T. L. K. Tecnologias Tridimensionais para Acessibilidade em Museus. In: Proceedings of the XVII Conference of the Iberoamerican Society of Digital Graphics: Knowledge-based Design. São Paulo: Blucher, 2014. v.1, n.7 p. 444- 448.

CONSUEGRA-CANO, B. El acceso al patrimonio historico de las personas ciegas y deficientes visuales. Madrid: ONCE. 2002.

COSTA, R. P. O. R. Os Códigos QR em Museus. Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa. 2012. Disponível em https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/5670/1/Os%20C%C3%B3digos%20QR%20em%20museus.pdf. Acesso em: 07 de outubro de 2018.

COHEN, R.; DUARTE, C.; BRASILEIRO, A. Acessibilidade a Museus. Ministério da Cultura / Instituto Brasileiro de Museus. Brasília, DF: MinC/Ibram, 2012.

COHEN, R. DUARTE, C. R. de S.; BRASILEIRO, A. de B. H. Acessibilidade e patrimônio: uma difícil relação. In: CARDOSO, E.; CUTY, J. (orgs.). In: Acessibilidade em ambientes culturais. Porto Alegre: Marca Visual, 2012.

CURY, M. X. Comunicação Museológica: uma perspectiva teórica e metodológica de recepção. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

DUARTE, A. Nova Museologia: os pontapés de saída de uma abordagem ainda inovadora. Museologia e Patrimônio, 2013. V.6, n. 2.

DURAND, J.N.L. Précis des leçons d’architecture. 1819. Acervo da Universidade de Maryland, College Park, Disponível em: https://archive.org/details/prcisdesleon02dura. Acesso em: 25 de março de 2018.

EBC – EMPRESA BRASIL DE COMUNICAÇÃO. Programa Especial mostra acessibilidade do Instituto Inhotim. 2016. Disponível em: https://www.ebc.com.br/sobre-a-ebc/noticias/2016/06/programa-especial-mostra-acessibilidade-do-instituto-inhotim. Acesso em: 28 de setembro de 2020.

FUNDAÇÃO DORINA NOWILL PARA CEGOS. Fundação Dorina, 2020. Disponível em: https://www.fundacaodorina.org.br/a-fundacao/centro-de-memoria/. Acesso em: 06 de outubro de 2020.

GARCÍA, N. C. O patrimônio cultural e a construção imaginária da nação. Revista do IPHAN, nº 23, Cidade (org. Heloisa Buarque de Holanda), 2004.

IBRAM - INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Museus em Números. Brasília: Instituto Brasileiro de Museus, 2011. 240 p.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010 - Características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=2170 Deficientes. Acesso em: 23 de setembro de 2020.

INSTITUTO PORTUGUÊS DE MUSEUS. Museus e acessibilidade (Coleção Temas de Museologia.). Lisboa, 2004.

INTERIOR DESIGN. 2016. 10 Questions with... Chris Downey. Disponível em: http://www.interiordesign.net/articles/11974-10-questions-with-chris-downey. Acesso em: 01 de março de 2018.

KIEFER, F. Arquitetura de museus. ARQ TEXTO1, 2000/2. Disponível em: https://www.ufrgs.br/propar/publicacoes/ARQtextos/PDFs_revista_1/1_Kiefer.pdf. Acesso em: 24 de março de 2018.

KOWALTOVSKI, D. C. C. K., CELANI, M. G. C., MOREIRA, D. de C., PINA, S. A. M. G., RUSCHEL, R. C., DA SILVA, V. G., LABAKI, L., PETRECHE, J. R. D. Reflexão Sobre Metodologias de Projeto Arquitetônico. Ambiente Construído, v. 6, n. 11, p. 7–19, 2006.

LAWSON, B. Como arquitetos e designers pensam. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

LUSSEYRAN, J. Cegueira, uma nova visão do Mundo e O cego na sociedade. Tradução: Heinz Wilda. Editora: Associação Beneficente Tobias. Ano: 1983.

LUPO, B. Tecnologia, materialidade e espacialidade no museu contemporâneo. (S. Venturelli, C. Rocha, Eds.) 15º Encontro Internacional de Arte e Tecnologia. Anais... Brasília: Anais do ..., 2008

MACE, R. Accessible Adaptation Universal. USA: The Center of Universal Design,1991. Disponível em: https://www.ncsu.edu/ncsu/design/cud/ pubs_p/docs/ACC%20Environments.pdf Acesso em:04 de outubro de 2020.

MAM - MUSEU DE ARTE MODERNA DE SÃO PAULO. Sobre o MAM. Disponível em : http://mam.org.br/institucional/. Acesso em: 20 de outubro de 2018.

MAM Rio. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Institucional. Disponível em http://www.mamrio.org.br/institucional/. Acesso em: 20 de outubro de 2018.

MARQUES, S. B. SINESTESIA DAS PESSOAS CEGAS: NOVAS POSSIBILIDADES DE INFORMAÇÃO. 2016. Disponível em: http://ridi.ibict.br/bitstream/123456789/885/1/dissertação%20Sinestesia%20Pessoas%20Cegas%20Sarah%202016.pdf. Acesso em: 25 de março de 2018.

MARTINS, M. S; SILVEIRA, K. da; ROMANINI, A.; BERNARDES, M.; LANTELME, E. Arquitetura Inclusiva: Centro de Habilitação e Reabilitação para Deficientes Visuais. 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/303512793_ARQUITETURA_INCLUSIVA_CENTRO_DE_HABILITACAO_E_REABILITACAO_PARA_DEFICIENTES_VISUAIS. Acesso em: 27 de março de 2018.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. Tradução Carlos Alberto Siqueira de Moura. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MICHAELIS: Moderno dicionário da língua portuguesa. Publicação, São Paulo: Melhoramentos, 1998.

MUSEU DO AMANHÃ. O amanhã é hoje: um giro pelos primeiros 365 dias. Rio de Janeiro, 2016. 72 p.

NAKAMURA, K. Configurações de Acessibilidade do Windows XP. In: ACESSIBILIDADE LEGAL. 2009. Disponível em: http://www.acessibilidadelegal.com/33-acessibilidades-xp.php. Acesso em 04 de outubro de 2020.

NIEMEYER, O. Conversa de arquiteto. Rio de Janeiro: Revan, 1993

OKAMOTO, J. Percepção ambiental e comportamento: visão holística na arquitetura e na comunicação. 2a.. ed. São Paulo: Editora Mackenzie, 2014. v. v.24. 183 p.

ORNSTEIN, S. W.; ROMÉRO, M. DE A. Avaliação Pós Ocupação do Ambiente Construído. São Paulo: EDUSP/Studio Nobel, 1992.

PALLASMAA, J. Os olhos da pele: A Arquitetura dos sentidos. 2005. Tradução Técnica: Alexandre Salvaterra. Porto Alegre. Bookman, 2011.

PENTOP DO BRASIL. Sistema de acessibilidade através de audiodescrição para espaço culturais públicos. 2018. Disponível em : :http://pentop.com.br/pentops. Acesso em 25 de setembro de 2018.

PINACOTECA. Disponível em: http://pinacoteca.org.br. Acesso em: 05 de outubro de 2020.

SCHLUMBERGER, Anne G. Avant-propos. In: La muséologie selon George Henri Rivière. Paris: Dunod, 1989.

TOJAL, A. P. da F. Acessibilidade e inclusão de públicos especiais em museus. In: Caderno de Acessibilidade: Reflexões e Experiências Exp. e Museus. Expomus, São Paulo, 2010.

________ Política de acessibilidade comunicacional em museus: para quê e para quem? Museologia & Interdisciplinaridade, [S. l.], v. 4, n. 7, p. 190–202, 2015. DOI: 10.26512/museologia.v4i7.16779. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/museologia/article/view/16779. Acesso em: 15 jun. 2022.

Downloads

Publicado

28-09-2022

Como Citar

VALVERDE, J.; REBECA LEMOS DE OLIVEIRA, A. ALÉM DAS CORTINAS VISUAIS: A RELAÇÃO ENTRE TECNOLOGIA E ACESSIBILIDADE NA ARQUITETURA DE MUSEUS. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 7, n. 3, p. 106–116, 2022. DOI: 10.21680/2448-296X.2022v7n3ID27935. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/27935. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

TEORIA E CONCEITO