Atributos projetuais de espaços verdes em condomínios para idosos

Autores

  • Camila Arcaro Bez Batti UFSC
  • Vanessa Casarin UFSC

DOI:

https://doi.org/10.21680/2448-296X.2024v9n1ID32745

Palavras-chave:

planejamento, condomínio, idosos, envelhecimento

Resumo

Embora espaços verdes no âmbito residencial seja um tema frequente de pesquisa, espaços verdes em condomínios para idosos ainda é um assunto pouco explorado. Assim, esta pesquisa teve como objetivo investigar os atributos projetuais preferíveis e necessários ao desenvolvimento e planejamento de espaços verdes em condomínios para idosos. Para alcançar esse objetivo, a pesquisa teve abordagem qualitativa e exploratória. Os procedimentos aplicados envolveram revisão sistemática de literatura, foto-questionário aplicado a 35 sujeitos e grupo focal. Os dados coletados provenientes de questões abertas foram tratados por análise de conteúdo, e os de questões fechadas, pela frequência absoluta e relativa. Os principais resultados revelaram a preferência dos idosos por residir em condomínios horizontais de casas com jardins frontais em relação à rua e jardins nos fundos da residência, com possibilidade de jardins privativos e jardins comuns, com os mais variados espaços para atividades físicas e de lazer, caso residissem em um. Os benefícios mais relevantes dos espaços verdes em condomínios para idosos são a produção de comida saudável, a reconexão dos idosos com o ambiente natural, o incentivo a interação social, o estímulo a atividades físicas diárias, entre outros. É importante que os ambientes se adequem aos usuários idosos, pois assim minimizam-se riscos de acidentes, e se oferecem conforto, autonomia e independência a esses indivíduos. Espaços verdes projetados para atender a população idosa contribuem para um processo de envelhecimento saudável, ativo e autônomo.

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Publicado

24-01-2024

Como Citar

ARCARO BEZ BATTI, C.; CASARIN, V. Atributos projetuais de espaços verdes em condomínios para idosos. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 97–110, 2024. DOI: 10.21680/2448-296X.2024v9n1ID32745. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/32745. Acesso em: 28 dez. 2024.