Do desenho sustentável ao edifício hospitalar biofílico

Autores

  • JOELMIR MARQUES DA SILVA UFPE
  • KAROLINE LIMA DO NASCIMENTO UFPE

DOI:

https://doi.org/10.21680/2448-296X.2024v9n2ID32794

Palavras-chave:

BIOFILIA, URBANISMO, BIOCLIMATOLOGIA, arquitetura hospitalar, Sustentabilidade

Resumo

O ambiente urbano funciona como um ecossistema, onde diversas variáveis estão inter-relacionadas, interferindo em seu próprio metabolismo. Assim, objetiva-se com o presente artigo desenvolver uma reflexão acerca da relação de espaços ajardinados com o urbanismo sustentável e como os edifícios hospitalares biofílicos contribuem para o bioclimatismo e para a sustentabilidade urbana. A biofilia e o urbanismo bioclimático abordam a necessidade de adequação climática desses equipamentos de grande escala e impacto na paisagem e na funcionalidade da cidade, visando o alcance da sustentabilidade urbana. Destacam-se as contribuições de projetos de alta complexidade, que são exemplos de êxito da biofilia, para arquitetura hospitalar, as obras da Rede Sarah, do arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, cujos projetos caracterizam-se por uma meticulosa integração da concepção arquitetônica projetual aos princípios bioclimáticos. Conclui-se que a preocupação com a perspectiva das práticas médicas e dos edifícios de saúde está presente ao longo da história e, dessa forma, aliando questões biofílicas à concepção de projetos para edifícios da saúde, é possível se chegar a ambientes que contribuem de fato para o bem-estar dos seus usuários e para a sustentabilidade urbana. Dessa forma, se faz necessário criar ambientes para saúde sustentáveis, humanizados e adaptados às condições naturais e que, consequentemente, contribuem para a manutenção da vida nas cidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACSELRAD, H. A duração das cidades: sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Coleção espaços do desenvolvimento. Rio de Janeiro, Editora Lamparina, 2009.

AZERÊDO, J. F. F. A. Verde que te quero confortável: A contribuição da arborização urbana para o conforto termoambiental, ao nível do usuário pedestre. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Urbano) – Centro de Artes e Comunicação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2017.

BACKES, T. Paisagismo para celebrar a vida: jardins como cura da paisagem e das pessoas. Porto Alegre: Paisagem do Sul, 2012.

BAGNATI, M. M. Jardim de Cura: um recurso para os espaços abertos de instituição especializada na reabilitação de dependentes químicos. Tese (Doutorado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019.

BALDWIN, E. Biofília: trazendo a natureza para dentro de casa [Biophilia: Bringing Nature into Interior Design]. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius) Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/935460/biofilia-trazendo-a-natureza-para-dentro-de-casa> ISSN 0719-8906. Acesso em março de 2023.

BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambientes urbanos: estudos em microclimas de Maceió (AL). Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2005.

BONI, F. Interiores Sustentáveis: Um guia prático para arquitetos e designers. E- book publicado pelo grupo UGreen - Escola Online de Construções Sustentáveis, 2018 p. 1. Disponível em: https://www.ugreen.com.br/interiores-sustentaveis-guia/. Acesso em janeiro de 2023.

BREITMAN, I. Projeto do Hospital Infantil de Florianópolis. Revista Gaúcha dos Hospitais, Porto Alegre, v. 5, n. 3, p.67-71, 1977.

BREITMAN, I. Apologia ao Hospital Horizontal. Revista IPH, São Paulo, n. 05, p.34-37, 2004.

BROWNING, B. et al. The economics of biophilia: why designing with nature in mind makes financial sense. Nova Iorque, Estados Unidos: Terrapin Bright Green, 2012. Disponível em: https://www.terrapinbrightgreen.com/. Acesso em março de 2022.

BRUNDTLAND, G. H. Our Common Future. The World Commission on Environment and Development. Oxford: Oxford University Press, 1987.

CANOVAS, R. O jardim que cura. 2016. Disponível em: http://www.jardimcor.com/paisagismo/o-jardim-que-cura/. Acesso em setembro de 2019.

COBERLLA, O.; CORNER, V. Manual de arquitetura bioclimática tropical. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2011.

COSTEIRA, E. M. A. O hospital do futuro, In: SAÚDE e arquitetura: caminhos para a humanização dos ambientes hospitalares. Rio de Janeiro: Editora SENAC, 2004.

DOBBERT, L. Y. Áreas verdes hospitalares – percepção e conforto. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010.

ESTEVAM, A. L. D. et al. Climatologia geográfica e impactos ambientais urbanos na cidade de Salvador. Santo Antônio de Jesus: Lab Cria e Conecta, 2019.

FALCÓN, A. Espacios verdes para uma ciudad sostenible: Planificación, proyecto, mantenimiento y gestión. Barcelona: Gustavo Gili, 2007.

FARR, D. Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza. Tradução de Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2013.

FRACALOSSI, I. Clássicos da Arquitetura: Hospital Sarah Kubitschek Salvador/ João Filgueiras Lima (Lelé). Archdaily Brasil, 7 de março de 2012. Disponível em: Clássicos da Arquitetura: Hospital Sarah Kubitschek Salvador / João Filgueiras Lima (Lelé) | ArchDaily Brasil. Acesso em janeiro de 2022.

FREARSON, A.. Tropical plants cover villas at Wyndham Garden Phú Quốc resort in Vietnam. Dezeen, 31 August 2019. Disponível em: https://www.dezeen.com/2019/08/31/wyndham-garden-phu-quoc-resort-vietnam-mia-design-studio/. Acesso em abril de 2023.

FREITAS, R.F.M. de. Urbanismo Bioclimático. Disciplina ministrada no Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Urbano, Universidade Federal de Pernambuco, out-dez. 2020. Material didático.

FREITAS, R.; ALVES, J.; COSTA, R. BIOCLIMATISMO E ARQUITETURA HOSPITALAR. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, v. 4, n. 3, p. 127-132, 13 dez. 2019.

GOÉS, R. de. Manual prático de arquitetura hospitalar. 2 ed. São Paulo: Blucher,2011.

GUERRA, Abilio; MARQUES, André. João Filgueiras Lima, ecologia e racionalização. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 181.03, Vitruvius, jun. 2015 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.181/5592>.

GURGEL, M. Design Passivo - baixo consumo energético: guia para conhecer, entender e aplicar os princípios do design passivo em residências. São Paulo: Editora Senac, 2012.

HIGUERAS, E. Urbanismo Bioclimático. Barcelona: Gustavo Gili, 2006.

HOREVICZ, E.; DE CUNTO, I. A Humanização em Interiores de Ambientes Hospitalares. Revista Terra e Cultura, Nº 45, Ano 23, dezembro 2007, Centro Universitário Filadélfia, Cornélio Procópio, 2007.

KISHNANI, Nirmal. Singapore’s Khoo Teck Puat Hospital: Biophilic Design in Action. Disponívem em: https://blog.interface.com/khoo-teck-puat-hospital-singapore-biophilic-design/. Acesso em: 07.06/2023.

LUKIANTCHUKI, M. João Filgueiras lima, Lelé: O conforto ambiental como o principal norteador do projeto de arquitetura. . Revista Jatobá, Goiânia, v. 4, 2022. DOI: 10.5216/revjat.v4.74780. Disponível em: https://revistas.ufg.br/revjat/article/view/74780. Acesso em junho de 2023.

LUKIANTCHUKI, M. A.; CARAM, R. M. Análise do conforto térmico na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: hospitais Sarah de Salvador e do Rio de Janeiro. Anais.. Brasília: Universidade de Brasília, 2013.

MARCUS, C. C.; SACHS, N. A. Therapeutic landscapes: an evidence based approach to designing healing gardens and restorative outdoor spaces. New Jersey: Wiley. 2014.

MASCARÓ, L.; MASCARÓ, J. Vegetação urbana. Porto Alegre: Masquatro Editora, 3ª Edição, 2010.

MELO, A. P. S. S. de; FREITAS, R. F. M. de . Contribuições dos parâmetros urbanísticos para o urbanismo bioclimático. Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, [S. l.], v. 27, n. 51, p. e168290, 2021. DOI: 10.11606/issn. 2317-2762.posfau.2020.168290. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/168290. Acesso em fevereiro de 2021.

MINKE, G. Techos Verdes. Espanha: EcoHabitar, 2005.

NASCIMENTO, D. R. do et al. O sanatório de Curicica: Uma obra pouco conhecida de Sérgio Bernardes. Arquitextos, São Paulo, ano 03, n. 026.02, Vitruvius, jul. 2002 Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.026/766. Acesso em setembro de 2022.

MARTORELLI, C. M. Humanização em arquitetura como suporte no tratamento da dependência química: afetividade e apropriação por usuários de um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas. 2016. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2016.

MONTERO, J. I. P. Ventilação e iluminação naturais na obra de João Filgueiras Lima, Lelé: estudo dos hospitais da rede Sarah Kubitschek Fortaleza e Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2006.

PARIS, B. C.; MUKAI, H.; ROESLER, D. A. JARDINS TERAPÊUTICOS HOSPITALARES. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, v. 6, n. 3, p. 84-90, 28 set. 2021.

REGO, D. P. S. do. A Arquitectura como instrumento Medicinal: o papel terapêutico dos espaços de saúde na sua missão de curar e cuidar. Dissertação (Mestrado em Arquitectura) – Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2012.

RISSELADA, M.; LATORRACA, G. A arquitetura de Lelé: fabrica e invenção. São Paulo: Imprensa Oficial - SP, 2010.

ROGERS, R. Cidades para um pequeno planeta. Barcelona: Gustavo Gili, 2001.

ROMERO, M. A. B. Princípios bioclimáticos para o desenho urbano. São Paulo: ProEditores, 2000.

SANTOS, L. M. C. Paisagens terapêuticas: Princípios de Desenho e Tipos de Jardins Terapêuticos. Dissertação (Mestrado em Arquitetura Paisagística) – Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2015.

SANTOS, M.; BURSZTYN, I. (Org.) Saúde e arquitetura: caminhos para a humanização dos ambientes hospitalares. Rio de Janeiro: SENAC RIO, 2004.

SILVA, G. J. A. da; ROMERO, M. A. B. O urbanismo sustentável no Brasil. A revisão de conceitos urbanos para o século XXI (Parte 02). Arquitextos, São Paulo, ano 11, n. 129.08, Vitruvius, fev. 2011. Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.129/3499. Acesso em fevereiro de 2021.

SPINELLI, R.; ALVES, A.; KONRAD, O. Cidade e Edificações: A busca por um novo modelo. Destaques Acadêmicos, Lajeado, v.5, n.4, p.173-186, 2013.

TOLEDO, L. C. Feitos para curar: a arquitetura como um gesto médico e a humanização do edifício hospitalar. Tese (Doutorado em Ciências da Arquitetura) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

TOLEDO, L. C. Feitos para curar: arquitetura hospitalar & processo projetual. Rio de Janeiro: ArqSaúde; ABDEH, 2006.

TOLEDO, L. C. Feitos para curar: arquitetura hospitalar e processos projetuais no Brasil. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.

TORRES, S. C.; FREITAS, R. M. de; BARBIRATO, G. M. B.; BARBOSA, R. V. R. Bioclimatologia e sustentabilidade urbana: suas interfaces conceituais e as implicações no processo de planejamento urbano. In: ENANPUR, XV, 2013, Recife, Anais... Recife: Anais da XV Enanpur, 2013.

VASCONCELOS, R. T. B. Humanização em ambientes hospitalares: características arquitetônicas responsáveis pela integração interior/exterior. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.

WILSON, E. O. Biophilia, the human bond with other species. Harvard University, 1984.

ZORZI, L. M.; GRIGOLETTI, G. C. Contribuições da arborização para o conforto ambiental e a eficiência energética urbana. Revista de Arquitetura IMED, v. 05, n.2, p. 75-84, jul./dez. 2016.

Downloads

Publicado

21-05-2024

Como Citar

DA SILVA, J. M. .; DO NASCIMENTO, K. L. Do desenho sustentável ao edifício hospitalar biofílico . Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 9, n. 2, p. 60–75, 2024. DOI: 10.21680/2448-296X.2024v9n2ID32794. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/32794. Acesso em: 24 dez. 2024.

Edição

Seção

TEORIA E CONCEITO