A INCLUSÃO DA DIMENSÃO AFETIVA NO PROJETO ARQUITETÔNICO

Uma experiência acadêmica

Autores

  • Imara Duarte UFPB
  • Angelina D. L. Costa
  • Angélica S. G. Acioly
  • Leandro M. Tonetto

DOI:

https://doi.org/10.21680/2448-296X.2024v9n3ID35162

Palavras-chave:

dimensão afetiva, arquitetura, projeto hospitalar, prática projetual

Resumo

Sendo compreendido de modo geral, como algo vago e subjetivo, ligado diretamente às emoções humanas, a dimensão afetiva é mais palpável do que aparenta. Ela tem recebido recentemente certa atenção em função de suas implicações e aplicabilidade em investigações qualitativas, mais especificamente no discurso arquitetônico, em função do impacto do ambiente construído sobre as pessoas. Nesse sentido, a análise dos projetistas e dos seus modos de apropriação do arcabouço fornecido justifica-se à medida que poderá auxiliar a identificar, no plano da práxis, os melhores procedimentos e abordagens, as estratégias, para salvaguarda não só de princípios de usabilidade ou conforto, como também os princípios valorais e afetivos do utilizador. Desse modo, o objetivo geral do trabalho foi avaliar a  apropriação do arcabouço e ferramental específicos do conjunto teórico-metodológico original denominado ‘Projeto Sensível ao Valor centrado no Afeto’ (PSV_A), por parte dos projetistas, em ambiente acadêmico. O método foi constituído do repasse do arcabouço teórico-metodológico proposto às turmas de graduação e pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, e o acompanhamento dos modos e interação, variações e apropriações pelas quais os discentes o puseram em prática, tendo como estudo de caso o ambiente hospitalar, sob uma avaliação composta por análise comparativa, conceitual conforme aproximação ao referido arcabouço e, análise de conteúdo. O trabalho busca contribuir para o debate acerca da consideração dos valores, princípios e ética dos usuários e demais partes interessadas no planejamento de elementos societais influenciados pelo projeto arquitetônico de ambientes de saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVES, S. M. Ambientes restauradores. In: CAVALVANTE, S.; ELALI, G.A. (Orgs.). Temas Básicos em Psicologia Ambiental. Petrópolis: Vozes. 2011.

BALIK, G. Architecture Emerging from Landscape: A Reading of Spinoza in Landscape Architecture. Contemporary Aesthetics, n. 19. 2021.

BOLLNOW, O. F. O homem e o espaço. (1963). SCHMID, L. A. (trad.). Curitiba: Editora UFPR, 2019.

BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010. Regulamenta o exercício da Arquitetura e Urbanismo; cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR e os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal - CAUs; e dá outras providências. Brasília. 2010.

CARTER, J. A. Alain LeRoy Locke. The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Summer 2012 Edition), Edward N. Zalta (ed.). Disponível em http:// em: . Acesso em 26 de julho de 2021.

CENCI, A.; CAWTHORNE, D. Refining value sensitive design: A (capability‑based) procedural ethics approach to technological design for well‑being. Science and Engineering Ethics. Springer. v.26, pp. 2629–2662. 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.1007/s11948-020-00223-3>. Acesso em: 20 abr. 2021.

DELEUZE, G. Espinosa: Filosofia Prática. LINS, D.; LINS, F.P. (Trads.). São Paulo: Escuta. 2002.

DUARTE, I. A. M.; COSTA, A. D. L.; TONETTO, L. M. Arquitetura Hospitalar Centrada no Afeto: contribuições de Baruch de Espinosa. Revista de Arquitectura, v.28, n.44, pp. 76-97. 2023. <https://doi.org/10.5354/0719-5427.2023.69960>.

FRIEDMAN, B. Value sensitive design. Interactions, v.3, n.6, pp 16–23. 1996. <https://doi.org/10.1145/242485.242493>.

FRIEDMAN, B.; HARBERS, M.; HENDRY, D. G.; VAN DEN HOVEN, JEROEN; JONKER, C.; LOGLER, N. Introduction to the special issue: Value Sensitive Design: charting the next decade. Ethics and Information Technology, v. 23, n. 1, p. 1-3, 2021. <https://doi.org/10.1007/s10676-021-09585-z>

GHAMARI, H.; AMOR, C. The role of color in healthcare environments, emergent bodies of evidence-based design approach. Sociology and Anthropology. v.4, n.11. pp. 1020-1029. 2016.

GRESSLER, S. C.; GÜNTHER, I. A. Ambientes restauradores: Definição, histórico, abordagens e pesquisas. Estudos de Psicologia, 18(3), pp. 487-495. 2013. ISSN 1678-4669

GUNTHER, H.; ELALI, G. A.; PINHEIRO, J. Q. Multimétodos. In: CAVALCANTE, S.; ELALI, G.A. (Orgs.). Temas Básicos de Psicologia Ambiental. Petrópolis: Vozes. 2011.

HENDRY, D. G. Designing Tech Policy: Instructional Case Studies for Technologists and Policymakers. Washington:University of Washington School of Law. 2020.

HERRIOTT, R. Project scale and the wicked problem in Fourth Orderdesign. The Design Journal, v.22:sup1, pp.695-705. 2019. <https://doi.org/10.1080/14606925.2019.1595448>

HOJS, N.; FISSELL, W. H.; ROY, S. Ambulatory hemodialysis-technology landscape and potential for patient-centered treatment. CJASN, v.15, n.1, pp. 152-159. 2020. <https://doi.org/10.2215/CJN.01970219>

KAPLAN, R.; KAPLAN, S. The experience of nature: A psychological perspective. Cambridge University Press. 1989.

KIDD, A. N. Affect, Architecture and Practice: Toward a Disruptive Temporality of Practice. Routledge. 2021. <https://doi.org/10.4324/9781351043021>

KODALAK, G. Spinoza’s affective aesthetics: Art and architecture from the viewpoint of life. Interstices: Journal of Architecture and Related Arts, v.21, n.21, p. 64-72, 2021. https://doi.org/10.24135/ijara.vi.674

KRAFTL, P.; ADEY, P. Architecture/Affect/Inhabitation: Geographies of Being-In Buildings. Annals of the Association of American Geographers, v. 98, n.1, pp.213-231. 2008. <https://doi.org/10.1080/00045600701734687>

LORD, B. Spinoza and Architectural Thinking. Intellectual History Review. v.30, n.3, pp.489-504. 2020. <https://doi.org/10.1080/17496977.2020.1732708>

MACALLISTER, L. Environmental Variables That Influence Patient Satisfaction: a review of the literature. Health Environments Research & Design Journal, pp.1-15. Atlanta. 2016.

MAHNKE, F. H. Color, Environment, & Human Response. USA: Wiley &Sons. 1996.

NATHAN, L. P. Sustainable information practice: An ethnographic investigation. Journal of the American Society for Information Science and Technology, v. 63, n. 11, pp. 2254-2268, 2012.

NEUMANN, W. P.; STEEGE, L. M.; GYUCHAN, T.J.; WIKLUND, M.: Ergonomics and human factors in healthcare system design – an introduction to this special issue. IISE Transactions on Occupational Ergonomics and Human Factors. v.6, Issue 3-4, pp. 109-115. 2019. <https://doi.org/10.1080/24725838.2018.1560927>

RAPOPORT, A. The meaning of built environment: a nonverbal communication. (1982). The University of Arizona Press. 1990.

RAWES, P. Dissimilarity: Spinoza’s Ethical Ratios and Housing Welfare. In B. Lord (Ed.), Spinoza’s Philosophy of Ratio (pp.108–124). Edinburgh University Press. 2018.

SCHRÖDER, W. M. Robots and rights: reviewing recent positions in legal philosophy and ethics. Robotics, AI, and Humanity: Science, Ethics, and Policy, p. 191-203, 2021. <https://doi.org/10.1007/978-3-030-54173-6_16>

SINCLAIR, S.; ROCKWELL, G. Voyant Tools Web. 2016. http://voyant-tools.org/.

SPINOZA, B. Ética. Grupo de Estudos Espinosanos (Trad.). SP: EDUSP. 2021. ISBN 978853141552-4

SPINOZA, B. The Ethics. ELWES, R.H.M. (Trad.). Simon & Brown. 2013.

ULRICH, R. Aesthetic and affective response to natural environment. In: ALTMAN, I.; WOHLWILL, J. F. (Orgs.). Behavior and the Natural Environment, n.6, pp.85-120. Plenum. 1983.

UMBRELLO, S.; DE BELLIS, A. F. A value-sensitive design approach to intelligent agents. In: YAMPOLSKIY, R. (Ed.), Artificial Intelligence Safety and Security (pp. 395–410). CRC Press. 2018. <https://doi.org/10.13140/RG.2.2.17162.77762>

VEGA, E. P. S. Experiencing Built Space: Affect and Movement. Proceedings of the European Society for Aesthetics, n.2, pp.386-409. 2010.

YOO, D.; DERTHICK, K.; GHASSEMIAN, S.; HAKIZIMANA, J.;GILL, B.; FRIEDMAN, B. Multi-lifespan design thinking: two methods and a case study with the Rwandan diaspora. Proceedings ... SIGCHI Conference on Human Factors in Computing Systems (CHI '16) (pp. 4423-4434). ACM. 2016.

Downloads

Publicado

26-09-2024

Como Citar

IMARA DUARTE; D. L. COSTA, A. .; S. G. ACIOLY, A. .; M. TONETTO, L. . A INCLUSÃO DA DIMENSÃO AFETIVA NO PROJETO ARQUITETÔNICO: Uma experiência acadêmica. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 9, n. 3, p. 106–117, 2024. DOI: 10.21680/2448-296X.2024v9n3ID35162. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/35162. Acesso em: 27 set. 2024.