WITTGENSTEIN E A PRÁTICA CLÍNICA NA EXECUÇÃO PENAL: UMA POSSÍVEL CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA DA LINGUAGEM PARA AS CIÊNCIAS CRIMINAIS
DOI:
https://doi.org/10.21680/2318-0277.2021v9n1ID23363Palavras-chave:
Ludwig Wittgenstein, Jogos de linguagem, Exames criminológicos, Prática clínica, Execução penalResumo
A prática clínica na execução penal é um dos objetos centrais da crítica criminológica desde a transição do paradigma etiológico para o da reação social, ocupando um grande espaço de tensionamento entre o sistema de justiça criminal e os estudos acerca do crime e da violência. No Brasil, a realização de exames criminológicos com o objetivo de aferir a “aptidão ao retorno ao convívio em sociedade” constitui a prática mais controversa da fase executória da pena, recebendo críticas de diversas ordens. Assim, visando promover uma análise filosófica acerca da questão, o presente artigo se utilizou dos pressupostos linguísticos de Ludwig Wittgenstein para identificar, através de pesquisa bibliográfica, as possíveis inconsistências causadas pela linguagem nesses exames de personalidade. Foi possível concluir que as denominadas “patologias da linguagem” podem ser responsáveis por estereótipos implícitos nas avaliações técnicas, razão por que as conclusões encontradas não devem ser tomadas como expressão máxima de verdade.