A RESISTÊNCIA A GASTRONOMIZAÇÃO DAS COZINHAS: UM ESTUDO NOS BARES DO CENTRO DE NATAL/RN

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2238-6009.2022v1n60ID23297

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar os efeitos do processo de gastronomização da cozinha nos Bares do Centro Histórico da Cidade de Natal/RN. A cozinha é um objeto de pesquisa importante capaz de revelar as transformações da sociedade. A gastronomização (POULAIN, 2016), por sua vez, compreende o processo de ressignificação simbólica das cozinhas o que resultou em novas formas de consumo. O Centro de Natal que até os anos 1960 era conhecido como um importante espaço de sociabilidade e comensalidade da capital potiguar perdera seu posto e ganhara título de Centro Histórico esquecido e seus bares se tornaram espaços de resistência identitária. A partir da etnografia, pesquisa bibliográfica entrevistas semiestruturadas e conversas informais com frequentadores e cozinheiros dos bares realizadas entre 2017 e 2019, iremos mostrar que o processo turistificação da cidade de Natal a partir dos anos 1980 possibilitou o processo de gastronomização das cozinhas locais caracterizada pela especialização de restaurantes de “culinária potiguar”. Desse modo, a resistência a esse processo ocorre através das relações horizontais com os donos dos bares, da valorização simbólica desses espaços e da comida por meio das festas e dos ativismos culturais, assim como por um cardápio popular sem técnicas gastronômicas rebuscadas e regras dietéticas hegemônicas que representam a verdadeira face de uma “cozinha de raiz”. Com isso, concluímos reiterando que a cozinha é um elemento importante para compreender a identidade de um povo e a gastronomização coloca dois universos alimentares em oposição: uma cozinha potiguar elitizada e uma cozinha potiguar popular.

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Publicado

29-12-2022

Como Citar

OLIVEIRA, T. M. dos S. de; CAVIGNAC, J. A. A RESISTÊNCIA A GASTRONOMIZAÇÃO DAS COZINHAS: UM ESTUDO NOS BARES DO CENTRO DE NATAL/RN. Vivência: Revista de Antropologia, [S. l.], v. 1, n. 60, 2022. DOI: 10.21680/2238-6009.2022v1n60ID23297. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/23297. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Fluxo Contínuo/Continuous Flow