AUTISMO E MATERNIDADE MIGRANTE: PSICOPATOLOGIZANDO RELAÇÕES EM MOBILIDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2238-6009.2020v1n56ID23676

Resumo

A preocupação deste artigo é fornecer elementos para a reflexão sobre questões impostas a pessoas em mobilidade, por um lado, e, por outro, sobre a perspectiva dos sujeitos destacados por serviços do Estado e da sociedade civil para dar conta desses fluxos em seus locais de chegada, debatendo especificamente os crescentes encaminhamentos de crianças e adolescentes imigrantes, em especial bolivianas, realizados por escolas de São Paulo para Centros de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenis (CAPS-IJ) por suspeita de possuírem alguma das muitas gradações do Transtorno do Espectro Autista. Aponto, então, para três dimensões importantes do fenômeno: primeiro, a patologização de migrantes e suas culturas, interpretada por um viés colonialista e crivado de um determinado racismo que consegue atribuir critérios de determinação de personalidade a culturas inteiras, e cria a ideia de culturas autistas ou autistizantes; segundo, para como a interrupção da mobilidade infantil é um evento crítico nesses contextos; e terceiro, para o caráter supostamente patogênico das relações entre mães e filhas migrantes, que resulta na hiper-responsabilização materna sobre a origem do autismo nas crianças.

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Publicado

24-12-2020

Como Citar

PEREIRA, A. B. . AUTISMO E MATERNIDADE MIGRANTE: PSICOPATOLOGIZANDO RELAÇÕES EM MOBILIDADE. Vivência: Revista de Antropologia, [S. l.], v. 1, n. 56, 2020. DOI: 10.21680/2238-6009.2020v1n56ID23676. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/23676. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê/Dossier