CINEDEBATE E QUESTÕES DE GÊNERO

O NEOCONSERVADORISMO NA ESCOLA

Autores

  • Fernanda de Carvalho Azevedo Mello UFRN

DOI:

https://doi.org/10.21680/2238-6009.2024v1n63ID35518

Resumo

A retração na oferta de serviços oferecidos pelo Estado à população, fenômeno observado a partir do Governo Temer e que persiste durante o Governo Bolsonaro, tem como circunstância o avanço neoconservador em defesa de um modelo específico de família e contra o ensino de conhecimento situado dentro das escolas, em especial contra o assunto ‘gênero’. Dentro desse contexto nacional, o projeto de extensão CineDebate: Raça e Gênero na Escola (UFRPE), na Escola de Referência em Ensino Médio Cândido Duarte (Recife/PE), abordou curtas-metragens de temas e recortes variados entre os anos de 2016 e 2017, oferecendo em atividade extraclasse a possibilidade de problematizar realidades sociais. Após cada exibição, eram aplicados questionários que buscavam avaliar o entendimento por parte das/os estudantes dos temas e das obras apresentadas. O presente artigo tem como objetivo comentar a variação entre recepções a partir de seus recortes temáticos. Fundamentada na análise do conjunto de questionários foi possível concluir que houve antagonismo apenas na recepção aos curtas com temática de gênero e que essa objeção está em confluência com o discurso neoconservador que ganha espaço na política nacional e na sociedade brasileira. Tal discurso prega a censura de conhecimentos e o restabelecimento de um modelo patriarcal de família por meio de projetos como o Escola Sem Partido. Em conclusão, argumento que, mesmo após 4 anos de seu término, os resultados do projeto de extensão continuam relevantes para refletir sobre o alcance, ramificações, trajetórias e consequências do discurso anti-gênero para a educação.

Palavras-chave: neoconservadorismo; escola; cinedebate; ensino em gênero.

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Publicado

19-03-2025

Como Citar

AZEVEDO MELLO, F. de C. CINEDEBATE E QUESTÕES DE GÊNERO: O NEOCONSERVADORISMO NA ESCOLA. Vivência: Revista de Antropologia, [S. l.], v. 1, n. 63, p. 120–142, 2025. DOI: 10.21680/2238-6009.2024v1n63ID35518. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/35518. Acesso em: 1 abr. 2025.