A DESTERRITORIALIZAÇÃO CAUSADA PELA VIOLÊNCIA BIOÉTNICA E OS PESCADORES ARTESANAIS DA BAÍA DE GUANABARA
DOI:
https://doi.org/10.21680/2238-6009.2020v1n55ID23543Resumen
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa sobre violência envolvendo os pescadores artesanais da baía de Guanabara, Rio de Janeiro. Examina como essa violência interfere no cotidiano desses trabalhadores, pois o cenário em que acontecem as violências é particularizado pela ocupação do espaço por grandes empreendimentos industriais, como a indústria do petróleo. Quanto aos aspectos metodológicos da pesquisa, optou-se pela metodologia etnográfica de cunho qualitativo através de trabalhos de campo (período de 2017 a 2019). Os instrumentos de coleta de dados foram a observação participante e a entrevista etnográfica, que foram gravadas em áudio e transcritas posteriormente por meio da tematização dos registros de campo e da narrativa dos participantes. Foram entrevistados ao todo 20 pescadores artesanais que atuam na baía de Guanabara. Para garantir a integridade e anonimato dos pescadores artesanais entrevistados, dei-lhes pseudônimos, para que que seus nomes verdadeiros não fossem revelados. Os resultados da presente pesquisa apontam para diversos casos de pescadores artesanais vitimados por armas de fogo oriundos dos agentes de segurança das plataformas e demais edificações da indústria petroquímica, com ênfase a Petrobras. Há ainda, vários relatos de pescadores vítimas de insultos verbais, cárcere privado, ameaças de morte, tortura, mutilações, omissão do Estado e prejuízos financeiros.