DISPUTANDO CATEGORIAS: OS EMBATES E AS NARRATIVAS POLÍTICAS/MILITANTES, MIDIÁTICAS E JURÍDICAS EM TORNO DE UM CASO PÚBLICO
DOI:
https://doi.org/10.21680/2238-6009.2020v1n56ID23690Resumo
Este trabalho analisa, a partir de uma abordagem etnográfica, a circulação, os desdobramentos e as narrativas midiáticas, políticas/militantes e jurídicas, produzidos a partir do caso de um ator, posteriormente eleito deputado federal pelo Partido Social Liberal (PSL), que revela de modo jocoso ter “pegado uma mãe de santo” no programa de entrevistas Agora É Tarde, da Rede Bandeirantes. Tais desdobramentos foram produzidos a partir de disputas por significados em torno das categoriais de estupro, violência sexual ou de gênero, crime, sexo com/e sem consentimento, apologia ao estupro, cultura do estupro, vítima e estuprador, a partir da interação entre expoentes do movimento feminista e a reprise da entrevista em 2015. O campo se divide em dois momentos: o primeiro se inicia logo após a reprise da entrevista e o segundo tem início em 2016 e término em 2017. No primeiro momento do campo, a atuação de uma militante feminista ligada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), posteriormente eleita deputada federal, ganha destaque após acusar o ator de estuprador. Esse movimento gerou um inquérito policial por calúnia e difamação contra a militante – que acabou sendo arquivado posteriormente. Já o segundo momento do campo se constitui quando uma ex-ministra do Partido dos Trabalhadores (PT) acusa o ator de ter feito apologia ao estupro, após o ator ter participado de uma audiência com o então ministro da Educação para apresentar o projeto “Escola Sem Partido”