Percepção da corrupção em ambiente acadêmico: análise empírica a partir de alunos do curso de ciências contábeis da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2020v12n1ID16854

Palavras-chave:

Corrupção. Percepção. Ciências Contábeis.

Resumo

Objetivo: A corrupção é um fenômeno mundial que atinge, indistintamente, pobres e ricos. Como fenômeno multidisciplinar, compreender o problema tornou-se um aspecto complexo dado à diversidade de conceitos que abarca e a forma como se apresenta nos países. Neste sentido, o presente trabalho objetiva analisar aspectos significativos do perfil social que influenciam a percepção da corrupção por parte dos alunos de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Ceará.

Metodologia: A pesquisa se caracteriza como descritiva quanto aos objetivos, de levantamento quanto aos procedimentos e quantitativa quanto à natureza. Utilizou-se questionário com escala do tipo Likert, preenchido de forma anônima, formado por 4 grupos de perguntas, nos quais se alocou 20 questões associadas ao tema corrupção (compreensão, impacto profissional, estrutura atual do curso de ciências contábeis e mecanismos institucionais para o seu combate). A análise dos resultados se deu por intermédio da estatística descritiva.

Resultados: Foram considerados posicionamentos intermediários que não revelam a total negação ou confirmação das perguntas apresentadas, o que evidencia que parte das opiniões ainda se encontra em construção. A exceção se deve ao nível de compreensão do fenômeno que foi considerado satisfatório pelos pesquisadores. No que se refere às respostas intermediárias, os resultados apontam para a necessidade de múltiplas soluções em relação ao fenômeno estudado: aprimoramento do tratamento do tema por parte do curso como um todo, melhora da compreensão da amplitude da corrupção como fenômeno que atinge também empresas e organizações sociais e afastamento do entendimento dos alunos de que o curso deve prover conhecimento acerca do modus operandi dos atos corruptos.  

Contribuições do Estudo: O estudo contribui para que novas formas de abordagem da corrupção sejam desenvolvidas para o ambiente acadêmico, notadamente do Curso de Ciências Contábeis, visando aumentar a percepção sobre o tema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Roberto Sérgio do Nascimento, Doutor em Contabilidade. Professor da Universidade Federal do Ceará.

Doutor em Contabilidade. Professor da Universidade Federal do Ceará.

Ruth Carvalho de Santana Pinho, Doutora em Ecudação. Professora da Universidade Federal do Ceará - UFC

Doutora pela Universidade Federal do Ceará. Mestre em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é professora Adjunta da Universidade Federal do Ceará. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências Contábeis, atuando principalmente nos seguintes temas: transparência; credibilidade, auditoria, competitividade, independência e educação contábil.

Referências

Aguilera, R. V; & Vadera, A. K. (2008). The dark side of authority: antecedents, aechanisms, and outcomes of organizational corruption. Journal of Business Ethics. 77, p. 431-49.

Angeles, L., & Neanidis, K.C. (2015). The persistent effect of colonialism on corruption. Economica, vol. 82, p. 319-349.

Argandona, A. (2003). Private-to-private corruption. Journal of Business Ethics, 47. p. 253-67.

Ashforth, B. E., Gioia, D. A., Robinson, S. L., & Treviño, L. K. (2008). Re-viewing organizational corruption. Academy of Management Review, 33: 670-684.

Auriol, E., Straub, S., & Flochel, T. (2016). Public Procurement and Rent-Seeking: The Case of Paraguay. World Development, vol. 77, p. 395-407.

Bageac, D., Furrer, O., & Reynaud, E. (2011). Management Students’Attitudes Toward Business Ethics: A comparison Between France and Romania. Journal of Business Ethics, vol. 98, n. 3, p. 391-406.

Bayar, G. (2005). The role of intermediares in corruption. Public Choice. 122. p. 277-98.

Beck, T., Demirgürc-Kunt, A., & Maksimovic, V. (2005). Financial and legal constraints to growth: does ?rm size matter? Journal of Finance, vol. 60, n. 1, p. 137–77.

Blackburn, K. (2012). Corruption and development: explaining the evidence. The Manchester School, vol. 80, n. 4, p. 401-428.

Brunetti, A., & Weder, B. (2003). A free press is bad news for corruption. Journal of Public Economics, vol. 87, n. 7-8.

Camerer, L. (2018, 9 de junho). An Evaluation of Anti-corruption Strategies. Recuperado de http://www.iss.co.za/Pubs/Monographs/No65/CONTENTS.HTML.

CE. (2019, 8 de abril). Convenção de Direito Civil da União Europeia. Recuperado de http://www.derechoshumanos.net/normativa/normas/europa/corrupcion/1999-Convenio-civil-sobre-corrupcion.htm

CE. (2019, 8 de abril). Convenção de Direito Penal da União Europeia. Recuperado de http://www.derechoshumanos.net/normativa/normas/europa/corrupcion/1999-Convenio-penal-sobre-corrupcion.htm,

Collier, M. W. (2002). Explaing corruption: an institucional choice approach. Crime, Law & Social Change, vol. 38, n. 1.

Croix, D. L., & Delavallade, C. (2011). Democracy, rule of law, corruption incentives and growth. Journal of Public Economic Theory, vol. 13, n. 2, p. 155-187.

Decreto n. 3.678, de 30 de outubro de 2000. Promulga a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, concluída em Paris, em 17 de dezembro de 1997. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3678.htm.

Dimant, E., & Tosato, G. (2017). Causes and effects of corruption: what has past decade’s empricial research taught us? A survey. Journal of Economic Surveys, vol. 0, n. 0, p. 1-22.

Dzhumashev, R. (2014). The two-way relationship between government spending and corruption and its effects on economic growth. Contemporary Economic Policy, vol. 32, n. 2, p. 403-419, 2014.

Fisman, R., & Gatti, R. (2002). Decentralization and corruption: evidence across countries. Journal of Public Economics, vol. 83, n. 3.

Freitas, A. J., Diehl, C. A., & Macagnan, C. B. (2011). A percepção sobre ética de estudantes de curso de graduação em Ciências Contábeis. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, vol. 5, n.1, p. 21-49.

Friedrich, C. J. (1993). Corruption concepts in historial persperctive. Political Corruption: A Handbook, edited by A. J. Heidenheimer, M. Johnston and V. T. LeVine. London: Transaction Publishers, p. 15-24.

Genemo, A. (2019, 4 de abril). Perceptions and Atittudes of University Students towards corruption: the case of Adama Science and Technology University Prospective Graduates of 2005 E. C. Recuperado de: https://www.academia.edu/11664752/PERCEPTIONS_AND_ATTITUDES_OF_UNIVERSITY_STUDENTS_TOWARDS_CORRUPTION_THE_CASE_OF_ADAMA_SCIENCE_AND_TECHNOLOGY_UNIVERSITY_PROSPECTIVE_GRADUATES_OF_2005_E.C

Gil. A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

Graaf, G. D. (2007). Causes of corruption towards a contextual theory of corruption. Public Administration Quarterly, vol. 31, n. 1.

Green, P. E., & Rao, V. R. (1970). Rating Scales and Information Recovey – How Many Scales and Response Categories to Use. Journal of Marketing, v. 34, p. 33-39.

Haikio, L. (2012). From Innovation to Convention: Legimate Citizem Participacion in Local Governance. Local Government Studies, vol. 38, n. 4, p. 415-435.

Hodge, A., Shankar, S., Rao, D. S. P., & Duhs, A. (2011). Exploring the links between corruption and growth. Review of Development Economics, vol. 15, n. 3, p. 474-490.

IT. (2018, 1 março). Global Corruption Report 2007: Corruption and Judicial System. Recuperado de https://www.transparency.org/whatwedo/publication/global_corruption_report_2007_corruption_and_judicial_systems.

Jancsics, D. (2014). Interdisciplinary perspectives on corruption. Sociology Compass, vol. 8, n. 4, p. 358-372, 2014.

Johnson, N., La Fountain, C., & Yamarik, S. (2011). Corruption is bad for growth. Public Choice, vol. 147, n. 3, p. 377–393.

Karhunen, P., & Ledyaeva, S. (2012). Corruption Distance, Anti-corruption Laws and International Ownership Strategies in Russia. Journal of International Management, vol. 18, n. 2, p. 196-208.

Karstedt, S. (2018, 9 de junho). The culture of inequality and corruption: a cross-national study of corruption. Recuperado de http://www.aic.gov.au/en/events/seminars/2001/~/media/conferences/occasional/karstedt_2.ashx.

Kis-Katos, K., & Schulze, G. G. (2013). Corruption in Southeast Asia: a survey of recent research. Asian-Pacific Economic Literature, vol. 27, n. 1, p. 79-109.

Klitgaard R. (1998). Controlling Corruption. Berkeley: University of California Press.

Latinobarómetro. (2019, 8 de abril). Recuperado de http://www.latinobarometro.org/lat.jsp.

Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993 (1993). Regulamenta o art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm.

Llulaku, N., & Berxulli, D. (2019, 4 de abril). Student Perceptions of Worplace Corruption and its Effect on their Academic Motivation. The European Journal of Social and Behavioural Sciences, vol. XX. Recuperado de: https://www.futureacademy.org.uk/files/images/upload/ejsbs220.pdf.

Lodhia, S. K., & Burritt, R. L. (2004). Public sector accountability failure in an emerging economy. International Journal of Public Sector Management, vol. 17, n. 4, p. 345-359.

Marquette, H. (2012). Finding god or moral disengagement in the fight against corruption in developing countries? evidence from India and Nigeria. Public Administration and Development, vol. 32, p. 11-26.

Martins, V., Amorim, D., & Mansur, C. (2018, 9 de junho). Brasil joga R$ 1 trilhão no lixo por ano com corrupção, descaso e incompetência. Recuperado de https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2013/08/25/internas_economia,439540/brasil-joga-r-1-trilhao-no-lixo-por-ano-com-corrupcao-descaso-e-incompetencia.shtml.

Mashali, B. (2012). Analyzing the relationship between perceived grand corruption and petty corruption in developing countries: case study of Iran. International Review of Administrative Sciences. vol. 78, n. 4, p. 775-787.

Mbaku, J. M. (2008). Corruption Cleanups in Africa: Lesson from Public Choice Theory. Journal of Asian and African Studies, vol. 43, n. 4, p. 427-456.

Morris, S. D. (2008). Disaggergating Corruption: A comparison of participation and perceptions in latin america with a focus on Mexico. Bulletin of Latin American Research, vol. 27, n. 3, p. 388-409.

Moschovis, G. (2010). Public spending allocation, fiscal performance and corruption. The Economic Society of Australia, vol. 29, n. 1, p. 64-79.

Nascimento, R. S. (2012). Análisis empírico de la acción internacional em la lucha contra la corrupción en los contextos europeo y americano. Editora Académica Española.

OEA. (2019, 8 de abril). Recuperado de http://www.oas.org/es/sla/ddi/tratados_multilaterales_interamericanos_B-58_contra_Corrupcion.asp.

OECD. (2019, 8 de abril). Recuperado de https://www.oecd.org/daf/anti-bribery/convcombatbribery_spanish.pdf.

ONU. (2019, 8 de abril). Recuperado de https://www.unodc.org/documents/brussels/UN_Convention_Against_Corruption.pdf.

Paskin, D. (2013). Attitudes and perceptions of public relations professionals towards graduating students’s skills. Public Relations Review, vol. 39, n.3, p. 251-253.

Patrick, D. J. (1978). The Corruption of a State. The American Political Science Review, vol. 77, n. 3, p. 958-973.

Pellegrini, L. (2011). Corruption, development and the environment. New York: Springer.

Persson, T., Tabellini, G., & Trebbi, F. (2003). Electoral Rules and Corruption. Journal of the European Economics Association, vol. 1, n. 4.

Pillay, S., & Kluvers, R. (2014). An institutional theory perspective on corruption: the case of developing democracy. Financial Accountability & Management, vol. 30, n. 1.

PRS Group. (2019, 8 de abril). Recuperado de https://www.prsgroup.com/explore-our-products/international-country-risk-guide/.

Resolução 2016 NBC TA 240 (R1). (2016). Dispõe sobre a Responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. Recuperado de http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA240(R1).

Rivas, M. F. (2013). An experiment on corruption and gender. Bulletin of Economic Research, vol. 65, n. 1, p. 1-30.

Rose-Ackerman, S. (1996). Democracy and grand corruption. Internacional Social Science Journal, vol. 48, p. 365-80.

Rose-Ackerman, S. (1999). Corruption and government: causes, consequences and reform. Cambridge: Cambridge University Press.

Rose-Ackerman, S. (2002). A corrupção e a economia global. Brasília: Universidade de Brasília.

Ruhl, J. M. (2011). Political corruption in central america: assessment and axplanation. Latin American Politics and Society, vol. 53, n. 1, p. 33-58.

Sánchez, J. R. (2018, 9 de junho). Los delitos de corrupción de funcionário y criminalidad organizada. Recuperado de https://www.unifr.ch/ddp1/derechopenal/obrasportales/op_20080612_49.pdf.

Shihata, I. F. I. (1997). Corruption: a general review with an emphasis on the role of the World Bank. Journal of Financial Crime, vol. 5, n. 1, p. 12-29.

Shim, D. C., & Eorm, T. H. (2009). Anticorruption effects of information communication and technology (ICT) and social capital. International Review of Administrative Sciences, vol. 75, n. 1, p. 99-116.

Shleifer, A., & Vishny, R. W. (1993). Corruption. The Quarterly Journal of Economics, vol. 108, p. 599-617.

Shmidt, D. (2007). Anti-corruption: What do we know? research on preventing corruption in the post-communist world. Political Studies Review, vol. 5, p. 202-232.

Swamy, A., Knack, S., Lee, Young, & Azfar, O. (2001). Gender and corruption. Journal of Development Economics, vol. 64, p. 25-55.

Teichmann, F. (2017). Anti-bribery control and incentives as agency theory approaches. Academic, Journal for Business, Administration, Law and Social Sciences, vol. 3, n. 3, p. 9-18.

World Bank. (2018, 1 março). Recuperado de https://databank.worldbank.org/data/databases/control-of-corruption.

Zaloznaya, M. (2014). The Social Psychology of Corruption: Why it Does Not Exist and Why it Should. Sociology Compass, vol. 8, n. 2, p. 187-2002.

Downloads

Publicado

03-01-2020

Como Citar

DO NASCIMENTO, R. S.; PINHO, R. C. de S. Percepção da corrupção em ambiente acadêmico: análise empírica a partir de alunos do curso de ciências contábeis da Universidade Federal do Ceará (UFC). REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 12, n. 1, p. 295–316, 2020. DOI: 10.21680/2176-9036.2020v12n1ID16854. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/16854. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Seção 3: Pesquisas de Campo sobre Contabilidade (Survey) (S3)