Percepção da corrupção em ambiente acadêmico: análise empírica a partir de alunos do curso de ciências contábeis da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2020v12n1ID19623

Palavras-chave:

Corrupção. Percepção. Ciências Contábeis.

Resumo

Objetivo: A corrupção é um fenômeno mundial que atinge, indistintamente, pobres e ricos. Como fenômeno multidisciplinar, compreender o problema tornou-se um aspecto complexo dado à diversidade de conceitos que abarca e a forma como se apresenta nos países. Neste sentido, o presente trabalho objetiva analisar aspectos significativos do perfil social que influenciam a percepção da corrupção por parte dos alunos de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Ceará.

Metodologia: A pesquisa se caracteriza como descritiva quanto aos objetivos, de levantamento quanto aos procedimentos e quantitativa quanto à natureza. Utilizou-se questionário com escala do tipo Likert, preenchido de forma anônima, formado por 4 grupos de perguntas, nos quais se alocou 20 questões associadas ao tema corrupção (compreensão, impacto profissional, estrutura atual do curso de ciências contábeis e mecanismos institucionais para o seu combate). A análise dos resultados se deu por intermédio da estatística descritiva.

Resultados: Foram considerados posicionamentos intermediários que não revelam a total negação ou confirmação das perguntas apresentadas, o que evidencia que parte das opiniões ainda se encontra em construção. A exceção se deve ao nível de compreensão do fenômeno que foi considerado satisfatório pelos pesquisadores. No que se refere às respostas intermediárias, os resultados apontam para a necessidade de múltiplas soluções em relação ao fenômeno estudado: aprimoramento do tratamento do tema por parte do curso como um todo, melhora da compreensão da amplitude da corrupção como fenômeno que atinge também empresas e organizações sociais e afastamento do entendimento dos alunos de que o curso deve prover conhecimento acerca do modus operandi dos atos corruptos. 

Contribuições do Estudo: O estudo contribui para que novas formas de abordagem da corrupção sejam desenvolvidas para o ambiente acadêmico, notadamente do Curso de Ciências Contábeis, visando aumentar a percepção sobre o tema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Aguilera, R. V; & Vadera, A. K. (2008). The dark side of authority: antecedents, mechanisms, and outcomes of organizational corruption. Journal of Business Ethics, 77, p. 431-49.

Angeles, L., & Neanidis, K.C. (2015). The persistent effect of colonialism on corruption. Economica, vol. 82, p. 319-349.

Argandona, A. (2003). Private-to-private corruption. Journal of Business Ethics, 47,

p. 253-67.

Ashforth, B. E., Gioia, D. A., Robinson, S. L., & Treviño, L. K. (2008). Re-viewing organizational corruption. Academy of Management Review, 33: 670-684.

Auriol, E., Straub, S., & Flochel, T. (2016). Public Procurement and Rent-Seeking: The Case of Paraguay. World Development, vol. 77, p. 395-407.

Bageac, D., Furrer, O., & Reynaud, E. (2011). Management Students’ Attitudes toward Business Ethics: A comparison between France and Romania. Journal of Business Ethics, vol. 98, n. 3, p. 391-406.

Bayar, G. (2005). The role of intermediaries in corruption. Public Choice. 122. p. 277-98.

Beck, T., Demirgürc-Kunt, A., & Maksimovic, V. (2005). Financial and legal constraints to growth: does ?rm size matter? Journal of Finance, vol. 60, n. 1, p. 137–77.

Blackburn, K. (2012). Corruption and development: explaining the evidence. The Manchester School, vol. 80, n. 4, p. 401-428.

Brunetti, A., & Weder, B. (2003). A free press is bad news for corruption. Journal of Public Economics, vol. 87, n. 7-8.

Camerer, L. (2018, june 9). An Evaluation of Anti-corruption Strategies. Recovered from: http://www.iss.co.za/Pubs/Monographs/No65/CONTENTS.HTML.

CE. (2019, april 8). Convenção de Direito Civil da União Europeia. Recovered from: http://www.derechoshumanos.net/normativa/normas/europa/corrupcion/1999-Convenio-civil-sobre-corrupcion.htm

CE. (2019, april 8). Convenção de Direito Penal da União Europeia. Recovered from: http://www.derechoshumanos.net/normativa/normas/europa/corrupcion/1999-Convenio-penal-sobre-corrupcion.htm,

Collier, M. W. (2002). Explaining corruption: an institutional choice approach. Crime, Law & Social Change, vol. 38, n. 1.

Croix, D. L., & Delavallade, C. (2011). Democracy, rule of law, corruption incentives and growth. Journal of Public Economic Theory, vol. 13, n. 2, p. 155-187.

Decreto n. 3.678, de 30 de outubro de 2000. Promulga a Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, concluída em Paris, em 17 de dezembro de 1997. Recovered from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3678.htm.

Dimant, E., & Tosato, G. (2017). Causes and effects of corruption: what has past decade’s empirical research taught us? A survey. Journal of Economic Surveys, vol. 0, n. 0, p. 1-22.

Dzhumashev, R. (2014). The two-way relationship between government spending and corruption and its effects on economic growth. Contemporary Economic Policy, vol. 32, n. 2, p. 403-419, 2014.

Fisman, R., & Gatti, R. (2002). Decentralization and corruption: evidence across countries. Journal of Public Economics, vol. 83, n. 3.

Freitas, A. J., Diehl, C. A., & Macagnan, C. B. (2011). A percepção sobre ética de estudantes de curso de graduação em Ciências Contábeis. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, vol. 5, n.1, p. 21-49.

Friedrich, C. J. (1993). Corruption concepts in historical perspective. Political Corruption: A Handbook, edited by A. J. Heidenheimer, M. Johnston and V. T. LeVine. London: Transaction Publishers, p. 15-24.

Genemo, A. (2019, april 4). Perceptions and Attitudes of University Students towards corruption: the case of Adama Science and Technology University Prospective Graduates of 2005 E. C. Recovered from: https://www.academia.edu/11664752/PERCEPTIONS_AND_ATTITUDES_OF_UNIVERSITY_STUDENTS_TOWARDS_CORRUPTION_THE_CASE_OF_ADAMA_SCIENCE_AND_TECHNOLOGY_UNIVERSITY_PROSPECTIVE_GRADUATES_OF_2005_E.C

Gil. A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6ª. ed. São Paulo: Atlas.

Graaf, G. D. (2007). Causes of corruption towards a contextual theory of corruption. Public Administration Quarterly, vol. 31, n. 1.

Green, P. E., & Rao, V. R. (1970). Rating Scales and Information Recovery – How Many Scales and Response Categories to Use. Journal of Marketing, v. 34, p. 33-39.

Haikio, L. (2012). From Innovation to Convention: Legitimate Citizen Participation in Local Governance. Local Government Studies, vol. 38, n. 4, p. 415-435.

Hodge, A., Shankar, S., Rao, D. S. P., & Duhs, A. (2011). Exploring the links between corruption and growth. Review of Development Economics, vol. 15, n. 3, p. 474-490.

IT. (2018, march 1). Global Corruption Report 2007: Corruption and Judicial System. Recovered from: https://www.transparency.org/whatwedo/publication/global_corruption_report_2007_corruption_and_judicial_systems.

Jancsics, D. (2014). Interdisciplinary perspectives on corruption. Sociology Compass, vol. 8, n. 4, p. 358-372, 2014.

Johnson, N., La Fountain, C., & Yamarik, S. (2011). Corruption is bad for growth. Public Choice, vol. 147, n. 3, p. 377–393.

Karhunen, P., & Ledyaeva, S. (2012). Corruption Distance, Anti-corruption Laws and International Ownership Strategies in Russia. Journal of International Management, vol. 18, n. 2, p. 196-208.

Karstedt, S. (2018, june 9). The culture of inequality and corruption: a cross-national study of corruption. Recovered from: http://www.aic.gov.au/en/events/seminars/2001/~/media/conferences/occasional/karstedt_2.ashx.

Kis-Katos, K., & Schulze, G. G. (2013). Corruption in Southeast Asia: a survey of recent research. Asian-Pacific Economic Literature, vol. 27, n. 1, p. 79-109.

Klitgaard R. (1998). Controlling Corruption. Berkeley: University of California Press.

Latinobarómetro. (2019, april 8). Recovered from: http://www.latinobarometro.org/lat.jsp.

Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993 (1993). Regulamenta o art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Recovered from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm.

Llulaku, N., & Berxulli, D. (2019, april 4). Student Perceptions of Workplace Corruption and its Effect on their Academic Motivation. The European Journal of Social and Behavioral Sciences, vol. XX. Recovered from: https://www.futureacademy.org.uk/files/images/upload/ejsbs220.pdf.

Lodhia, S. K., & Burritt, R. L. (2004). Public sector accountability failure in an emerging economy. International Journal of Public Sector Management, vol. 17, n. 4, p. 345-359.

Marquette, H. (2012). ‘Finding god’ or ‘moral disengagement’ in the fight against corruption in developing countries? Evidence from India and Nigeria. Public Administration and Development, vol. 32, p. 11-26.

Martins, V., Amorim, D., & Mansur, C. (2018, june 9). Brasil joga R$ 1 trilhão no lixo por ano com corrupção, descaso e incompetência. Recovered from: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2013/08/25/internas_economia,439540/brasil-joga-r-1-trilhao-no-lixo-por-ano-com-corrupcao-descaso-e-incompetencia.shtml.

Mashali, B. (2012). Analyzing the relationship between perceived grand corruption and petty corruption in developing countries: case study of Iran. International Review of Administrative Sciences, vol. 78, n. 4, p. 775-787.

Mbaku, J. M. (2008). Corruption Cleanups in Africa: Lesson from Public Choice Theory. Journal of Asian and African Studies, vol. 43, n. 4, p. 427-456.

Morris, S. D. (2008). Disaggregating Corruption: A comparison of participation and perceptions in Latin America with a focus on Mexico. Bulletin of Latin American Research, vol. 27, n. 3, p. 388-409.

Moschovis, G. (2010). Public spending allocation, fiscal performance and corruption. The Economic Society of Australia, vol. 29, n. 1, p. 64-79.

Nascimento, R. S. (2012). Análisis empírico de la acción internacional em la lucha contra la corrupción en los contextos europeo y americano. Editora Académica Española.

OEA. (2019, april 8). Recovered from: http://www.oas.org/es/sla/ddi/tratados_multilaterales_interamericanos_B-58_contra_Corrupcion.asp.

OECD. (2019, april 8). Recovered from: https://www.oecd.org/daf/anti-bribery/convcombatbribery_spanish.pdf.

ONU. (2019, april 8). Recovered from: https://www.unodc.org/documents/brussels/UN_Convention_Against_Corruption.pdf.

Paskin, D. (2013). Attitudes and perceptions of public relations professionals towards graduating students’ skills. Public Relations Review, vol. 39, n.3, p. 251-253.

Patrick, D. J. (1978). The Corruption of a State. The American Political Science Review, vol. 77, n. 3, p. 958-973.

Pellegrini, L. (2011). Corruption, development and the environment. New York: Springer.

Persson, T., Tabellini, G., & Trebbi, F. (2003). Electoral Rules and Corruption. Journal of the European Economics Association, vol. 1, n. 4.

Pillay, S., & Kluvers, R. (2014). An institutional theory perspective on corruption: the case of developing democracy. Financial Accountability & Management, vol. 30, n. 1.

PRS Group. (2019, april 8). Recovered from: https://www.prsgroup.com/explore-our-products/international-country-risk-guide/.

Resolução 2016 NBC TA 240 (R1). (2016). Dispõe sobre a Responsabilidade do auditor em relação à fraude, no contexto da auditoria de demonstrações contábeis. Recovered from: http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2016/NBCTA240(R1).

Rivas, M. F. (2013). An experiment on corruption and gender. Bulletin of Economic Research, vol. 65, n. 1, p. 1-30.

Rose-Ackerman, S. (1996). Democracy and grand corruption. International Social Science Journal, vol. 48, p. 365-80.

_____. (1999). Corruption and government: causes, consequences and reform. Cambridge: Cambridge University Press.

_____. (2002). A corrupção e a economia global. Brasília: Universidade de Brasília.

Ruhl, J. M. (2011). Political corruption in Central America: assessment and explanation. Latin American Politics and Society, vol. 53, n. 1, p. 33-58.

Sánchez, J. R. (2018, june 9). Los delitos de corrupción de funcionário y criminalidad organizada. Recovered from: https://www.unifr.ch/ddp1/derechopenal/obrasportales/op_20080612_49.pdf.

Shihata, I. F. I. (1997). Corruption: a general review with an emphasis on the role of the World Bank. Journal of Financial Crime, vol. 5, n. 1, p. 12-29.

Shim, D. C., & Eorm, T. H. (2009). Anticorruption effects of information communication and technology (ICT) and social capital. International Review of Administrative Sciences, vol. 75, n. 1, p. 99-116.

Shleifer, A., & Vishny, R. W. (1993). Corruption. The Quarterly Journal of Economics, vol. 108, p. 599-617.

Shmidt, D. (2007). Anti-corruption: What do we know? Research on preventing corruption in the post-communist world. Political Studies Review, vol. 5, p. 202-232.

Swamy, A., Knack, S., Lee, Young, & Azfar, O. (2001). Gender and corruption. Journal of Development Economics, vol. 64, p. 25-55.

Teichmann, F. (2017). Anti-bribery control and incentives as agency theory approaches. Academic, Journal for Business, Administration, Law and Social Sciences, vol. 3, n. 3, p. 9-18.

World Bank. (2018, march 1). Recovered from: https://databank.worldbank.org/data/databases/control-of-corruption.

Zaloznaya, M. (2014). The Social Psychology of Corruption: Why it does not exist and why it should. Sociology Compass, vol. 8, n. 2, p. 187-2002.

Publicado

03-01-2020

Como Citar

ROBERTO SÉRGIO DO NASCIMENTO; RUTH CARVALHO DE SANTANA PINHO. Percepção da corrupção em ambiente acadêmico: análise empírica a partir de alunos do curso de ciências contábeis da Universidade Federal do Ceará (UFC). REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 12, n. 1, 2020. DOI: 10.21680/2176-9036.2020v12n1ID19623. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/19623. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Seção 7: Internacional (S7)