O efeito da introdução de market makers na liquidez das ações: evidências no mercado acionário brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.21680/2176-9036.2021v13n2ID21269Palavras-chave:
Mercado de Capitais, Liquidez de Mercado, Agentes de LiquidezResumo
Objetivo: Este estudo teve por objetivo analisar se a introdução de market makers nas negociações das ações de empresas brasileiras listadas na bolsa de valores brasileira, é uma medida válida para a elevação da liquidez de mercado desses ativos.
Metodologia: Foi realizado o teste de quebra estrutural de Chow nas séries temporais das proxies de liquidez spread médio, índice turnover e volume financeiro, em uma amostra de 55 ativos. Optou-se por considerar dados na janela de 260 dias antes e 260 dias após o início da atuação do market maker, por representar o número aproximado de pregões em um ano, e por evitar conclusões errôneas devido à volatilidade do mercado brasileiro.
Resultados: Os resultados evidenciaram que após a introdução dos market makers e considerado um nível de confiança de 99%, 67% dos ativos estudados tiveram mudanças abruptas e estatisticamente significativas no spread médio, 47% apresentaram mudanças abruptas no turnover e 60% tiveram mudanças no volume de negociação. Flexibilizando o nível de confiança para 95%, 76% dos ativos estudados apresentaram mudanças abruptas no spread médio, 65% tiveram mudanças no turnover e 69% apresentaram mudanças no volume de negociações. Ao nível de confiança de 90%, os resultados encontrados foram de 85% dos ativos apresentando mudanças abruptas no spread médio, 78% apresentando mudanças no turnover e 73% apresentando mudanças abruptas e estatisticamente significativas no volume negociado.
Contribuições do Estudo: Esse quadro fornece portanto, fortes evidências sobre a atuação dos market makers e a influência que esses agentes exercem na liquidez de mercado dos ativos negociados pela bolsa de valores brasileira, ao demostrar que, a sua contratação pode aumentar a liquidez e contribuir de forma significativa com as negociações dos ativos.
Downloads
Referências
Acharya, V. V., & Pedersen, L. H. (2005). Asset pricing with liquidity risk. Journal of financial Economics, 77(2), 375-410. DOI: 10.1016/j.jfineco.2004.06.007.
Ambrozini, M. A., Gaio, L. E., Bonacim, C. A. G., & Cicconi, E. G. (2009). Impacto dos formadores de mercado sobre a Liquidez das Ações Negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. Contabilidade Vista & Revista, 20(3), 15-38.
Amihud, Y., Hameed, A., Kang, W., & Zhang, H. (2015). The illiquidity premium: International evidence. Journal of Financial Economics, 117(2), 350-368. DOI: 10.1016/j.jfineco.2015.04.005.
Amihud, Y., & Mendelson, H. (1986). Asset pricing and the bid-ask spread. Journal of Financial Economics, 17(2), 223-249. DOI: 10.1016/0304-405X(86)90065-6.
Amihud, Y., & Mendelson, H. (1991). Liquidity, asset prices and financial policy. Financial Analysts Journal, 47(6), 56-66. DOI: 10.2469/faj.v47.n6.56.
Amihud, Y., & Mendelson, H. (2008). Liquidity, the Value of the Firm, and Corporate Finance. Journal of Applied Corporate Finance, 20(2), 32-46. DOI: 10.1111/j.1745-6622.2008.00179.x.
Anand, A., Tanggaard, C., & Weaver, D. G. (2009). Paying for market quality. Journal of Financial and Quantitative Analysis, 44(6), 1427-1457. DOI: 10.1017/S0022109009990421.
Black, F. (1971). Toward a fully automated stock exchange. Financial Analysts Journal, 27(4), 28-35+44. DOI: 10.2469/faj.v27.n4.28.
Carvalho, G. A., Ribeiro, J. E., Amara, H. F., Pinheiro, J. L., & Correia, L. F. (2020, Novembro). Risco de liquidez e precificação de ativos: Evidências no mercado acionário brasileiro. Anais do XXIII Seminários em Administração. São Paulo, SP, Brasil, 17.
Chow, G. C. (1960). Tests of equality between sets of coefficients in two linear regressions. Econometrica: Journal of the Econometric Society, 28(6), 591-605. DOI: 10.2307/1910133.
Correia, L. F., Amaral, H. F., & Bressan, A. A. (2008). O efeito da liquidez sobre a rentabilidade de mercado das ações negociadas no mercado acionário brasileiro. BASE–Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 5(2), 109-119.
Costa, A. C., & Salles, A. A. (2010, Setembro). Um Exame da Influência do Formador de Mercado no Risco de Liquidez de Ações Negociadas. Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, São Carlos, SP, Brasil, 30.
Easley, D., Kiefer, N., O’Hara, M., & Paperman, J. (1996). Liquidity, Information, and Infrequently Traded Stocks. The Journal of Finance, 51(4), 1405–1436. DOI: 10.1111/j.1540-6261.1996.tb04074.x.
Ganz, A. C. S., Ames, A. C., & Jacintho, V. G. (2019). A Influência do Risco de Liquidez no Retorno das Ações no Mercado Brasileiro. Anais do Congresso da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis. São Paulo, SP, Brasil, 18.
Jun, S. G., Marathe, A., & Shawky, H. A. (2003). Liquidity and stock returns in emerging equity markets. Emerging Markets Review, 4(1), 1-24. DOI: 10.1016/S1566-0141(02)00060-2.
Lipson, M. L., & Mortal, S. (2009). Liquidity and capital structure. Journal of Financial Markets, 12(4), 611-644. DOI: 10.1016/j.finmar.2009.04.002.
Liu, W. (2006). A liquidity-augmented capital asset pricing model. Journal of financial Economics, 82(3), 631-671. DOI: 10.1016/j.jfineco.2005.10.001.
Machado, M. A. V., & Medeiros, O. R. (2011). Modelos de precificação de ativos e o efeito liquidez: evidências empíricas do mercado acionário brasileiro. Revista Brasileira Finanças, 9(3), 383–412.
Menkveld, A. J., & Wang, T. (2013). How do designated market makers create value for small-caps?. Journal of Financial Markets, 16(3), 571-603. DOI: 10.1016/j.finmar.2012.12.003.
Nadarajah, S., Ali, S., Liu, B., & Huang, A. (2018). Stock liquidity, corporate governance and leverage: New panel evidence. Pacific-Basin Finance Journal, 50, 216-234. DOI: 10.1016/j.pacfin.2016.11.004.
Perlin, M. (2013). Os efeitos da introdução de agentes de liquidez no mercado acionário brasileiro. Revista Brasileira de Finanças, 11(2), 281-304.
Perobelli, F. F. C., Famá, R., & Sacramento, L. C. (2016). Relações entre liquidez e retorno nas dimensões contábil e de mercado no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, 27(71), 259-272. DOI: 10.1590/1808-057x201601530.
Perotti, P., & Rindi, B. (2010). Market makers as information providers: The natural experiment of STAR. Journal of Empirical Finance, 17(5), 895-917. DOI: 0.1016/j.jempfin.2010.07.002.
Ribeiro, J. E., Souza, A. A., Carvalho, G. A., & Amaral, H. F. (2019). Impacto da introdução de market makers nas negociações das Brazilian Depositary Receipts. Revista Catarinense da Ciência Contábil, 18, 1-16. DOI: 10.16930/2237-766220192804.
Rogers, P., & Mamede, S. D. P. N. (2014). Ineficiência informacional e/ou valor da liquidez? Estudo da atuação dos formadores de mercado no Brasil. Anais do Encontro Brasileiro de Finanças. Recife, PE, Brasil, 14.
Sanvitto, M. A. (2011). Formadores de mercado como agentes provedores de liquidez e de valor: um confronto entre teoria e realidade. Monografia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Silva, V. A. D. (2012). Uma análise sobre a liquidez e a volatilidade das ações de empresas que contrataram formadores de mercado. Monografia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.
Venkataraman, K., & Waisburd, A. C. (2007). The value of the designated market maker. Journal of Financial and Quantitative Analysis, 42(3), 735-758. DOI: jstor.org/stable/27647318.
Wooldridge, J. M. (2011). Introdução à econometria: uma abordagem moderna. São Paulo: Cengage Learning.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Comomns Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
A Revista Ambiente Contábil utiliza uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND (Atribuição-NãoComercial – SemDerivações 4.0). Isso significa que os artigos podem ser compartilhados e que a Revista Ambiente Contábil não pode revogar estes direitos desde que se respeitem os termos da licença:
Atribuição: Deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Não Comercial: Não se pode usar o material para fins comerciais.
Sem Derivações: Se for remixar, transformar ou criar a partir do material, não se pode distribuir o material modificado.
Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional