Eficiência do sistema de transporte metroferroviário brasileiro: uma aplicação da Análise Envoltória de Dados
DOI:
https://doi.org/10.21680/2176-9036.2022v14n1ID27714Palavras-chave:
eficiência, transporte metroferroviário, DEA..Resumo
Objetivo: Analisar a eficiência técnica das empresas metroferroviárias brasileiras.
Metodologia: Foi analisada a eficiência técnica das empresas metroferroviárias brasileiras por meio da Análise Envoltória de Dados (DEA), com suporte na Análise de Janelas e considerando o modelo de retornos variáveis. O estudo contemplou um período de cinco anos, para oito empresas que totalizam 90% dos passageiros transportados no sistema metroferroviário. Como variáveis foram utilizados os principais insumos e produtos do transporte metroferroviário referenciados na literatura internacional.
Resultados: São tecnicamente eficientes apenas as empresas metroferroviárias classificadas como de grande porte e dentre estas somente o Metrô SP se manteve eficiente em todos os anos analisados. As empresas de médio porte apresentaram-se ineficientes em todos os anos da amostra, sendo identificada a necessidade de redução média de 19% nos insumos para que estas se tornem tecnicamente eficientes. A inclusão de variável financeira como insumo não teve reflexo significativo nos índices de eficiência apurados. O estudo revela que prepondera no sistema de transporte metroferroviário brasileiro retornos crescentes de escala.
Contribuições do Estudo: O estudo identifica melhorias potenciais para as empresas consideradas ineficientes e revela que estas são empresas públicas de médio porte, com altos níveis de financiamento dos seus custos por meio de recursos governamentais, servindo este estudo de referência para ampliar a pesquisa sobre o tema, dada a relevância de se identificar o efeito do custeio das operações do transporte por meio de recursos governamentais sobre a eficiência das empresas. Nessa esteira, ao identificar que prepondera no sistema de transporte metroferroviário brasileiro retornos crescentes de escala, este estudo contribui para a análise de políticas públicas vinculadas ao acesso da população a este transporte, uma vez que retornos crescentes sugerem que o aumento da produção, que tem como principal variável o número de passageiros transportados, pode gerar benefícios quanto à eficiência das empresas.
Downloads
Referências
Alonso, M. (1999). Custos no serviço público. Revista Do Serviço Público, 50, 37-63. DOI: https://doi.org/10.21874/rsp.v50i1.340
Asensio, J., Matas, A., & Rayomond, Jose-Luis. (2003). Redistributive effects of subsidies to urban public transport in Spain. Transport Reviews, 23, 433- 452. DOI: https://doi.org/10.1080 / 0144164022000016658
Associação Nacional de Transportes Públicos. (2020). Sistema de Informações da Mobilidade Urbana da Associação Nacional de Transportes Públicos – Simob/ANTP. Recuperado em 01 junho, 2020, de http://files.antp.org.br/simob/sistema-de-informacao-de-mobilidade-urbana-da-antp--2017.pdf
Associação Nacional de Transportes de Passageiros sobre Trilhos. (2017). Balanço do Setor Metroferroviário 2016/2017. Recuperado em 20 abril, 2019, de https://www.anptrilhos.org.br/wp-content/uploads/2017/04/balanco-1617.pdf
Associação Nacional de Transportes de Passageiros sobre Trilhos. (2019). Balanço do Setor Metroferroviário 2018/2019. Recuperado em 20 abril, 2019, de https://anptrilhos.org.br/wp-content/uploads/2019/05/anptrilhos-balancosetor-2019-web.pdf
Brinco, R. (2012). Mobilidade Urbana e transporte público: sobre a oportunidade de implantação de sistemas metroviários. Indicadores Econômicos FEE, 40, 105-116. Recuperado de https://revistas.dee.spgg.rs.gov.br/level.php/indicadores/article/view/2764/3101
Besanko, D., & Braeutigam, R. R. (2004). Microeconomia. Rio de Janeiro: LTC.
Carvalho, C. H. R., & Pereira, R. H. M. (2011). Efeitos da variação da tarifa e da renda da população sobre a demanda de transporte público coletivo urbano no Brasil. Recuperado em 20 fevereiro, 2018, de http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/1282/1/TD_1595.pdf
Cavaignac, L., & Petiot, R. (2017). A quarter century of Data Envelopment Analysis applied to the transport sector: A bibliometric analysis. Socio-Economic Planning Sciences, 57, 84-96. DOI: https://doi.org/10.1016 / j.seps.2016.11.003
Charnes, A., Clark, C. T., Cooper, W. W., & Golany, B. (1984). Developmental study of data envelopment analysis in measuring the efficiency of maintenance units in the US Air Forces. Annals of Operations Research, 2, 95-112. DOI: https://doi.org/10.1007/BF01874734
Ceretta, P. S., & Niederauer, C. A. P. (2001). Rentabilidade e eficiência no setor bancário brasileiro. Revista de Administração Contemporânea, 5(3),7-26. DOI: https:// doi.org/10.1590/S1415-65552001000300002
Falcão, V. A, Camioto, F. C., Silva, F. G. F., & Camargo, M. P. (2019, novembro). Avaliação da eficiência do sistema de transporte brasileiro no cenário internacional utilizando análise envoltória de dados (DEA). 33º Congresso de Pesquisa e Ensino em Transporte da ANPET. Balneários Camboriu- SC. Brasil.
Farrell, M.J. (1957) The Measurement of Productive Efficiency. Journal of the Royal Statistical Society. Series A (General), 120, 253-290. DOI: https://doi.org/10.2307/2343100
Ferreira, A. F., Brum, M. C. S., & Schreinert, F. (2019). Planilha de Cálculo Tarifário: modelo para uma empresa pública do setor metroferroviário. Revista Ferroviária. Mar/Abr, 42-45.
Ferreira, C. M. C., & Gomes, A. P. (2009). Introdução à análise envoltória de dados. Teoria, Modelos e Aplicações (1a ed.). Viçosa, MG: Editoria UFV.
Gomes, M. C., Oliveira, S. V. W. B., & Matias, A. B. (2017). Eficiência do setor bancário brasileiro no período de 2006 a 2013: bancos domésticos x bancos estrangeiros. Nova Economia, 27(3), 641-670. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-6351/3057.
Jarboui, S., Forget, P., & Boujelbene, Y. (2012). Public road transport efficiency: a literature review via the classification scheme. Public Transp, 4, 101–128. DOI: https://doi.org/ 10.1007/s12469-012-0055-3
Jehle, G. A., & Reny, P. J. (2000). Advanced Microeconomic Theory. (2a ed.). New York: Addison Wesley.
Karlaftis M. G. (2004). A DEA approach for evaluating the efficiency and effectiveness of urban transit systems. European Journal of Operational Research, 152, 354– 364. DOI: https://doi.org/10.12691 / ijdeaor-1-1-1.
Kassai, S. (2002). Utilização da análise por envoltória de dados (DEA) na análise de demonstrações contábeis. Tese de Doutorado da Faculdade de Economia, Administração e Finanças da Universidade de São Paulo, São Paulo. Recuperado de https://pdfs.semanticscholar.org/8821/89cf255e7a880df07d3d549f74c7187fbfd1.pdf
Kiggundu, A. T. (2009). Financing public transport systems in Kuala Lumpur, Malaysia: challenges and prospects. Transportation, 36, 275-294. DOI: https://doi.org/10.1007/s11116-009-9194-z
Kutlar, A., Kabasakal, A., & Sarikaya, M. (2013). Determination of the efficiency of the world railway companies by method of DEA and comparison of their efficiency by Tobit analysis. Quality & Quality, 47(6), 575–602. DOI: https://doi.org/10.1007/s11135-012-9741-0
Mariano, E. B. (2007, novembro) Conceitos básicos de análise de eficiência produtiva. XIV Simpósio de Engenharia de Produção - SIMPEP, Bauru - SP. Brasil.
Mariano, E. B., Almeida, M. R. A., & Rebelato, D. A. N. (2006, novembro). Peculiaridades da análise envoltória de dados. XII Simpósio de Engenharia de Produção - SIMEP, Bauru – SP. Brasil.
Markovits-Somogyi, R. (2011). Measuring efficiency in transport: the state of the art of applying data envelopment analysis. Transport, 26, 11–19. DOI: https://doi.org/10.3846/16484142.2011.555500
Montañez, M. R. (2017). Financing public transport: a spatial model based on city size. European Journal of Management and Business Economics. 26, 112-122. DOI: https://doi.org/ 0.1108/EJMBE-07-2017-007/full/html
Peña, C. R. (2008) Um modelo de avaliação da eficiência da administração pública através do método análise envoltória de dados (DEA). Revista de Administração Contemporânea,12, 83-106. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-65552008000100005
Pezerico, L. A. M. (2002). Sistema de Avaliação de Desempenho no Transporte Urbano: Uma abordagem para o setor metroferroviário. Dissertação de Mestrado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Recuperado de https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2243/000366412.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Poliak, M., Senanová, S., & Mrníková, M. (2017). Financing Public Transport Services From Public Funds. Transport Problems, 2. DOI: https://doi.org/10.20858/tp.2017.12.4.6
Sampaio, B. R., Lima, O. Neto, & Sampaio, Y. (2008). Efficiency analysis of public transport systems: Lessons for institutional planning. Transportation Research Part A 42, 445–454. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tra.2008.01.006
Scheffer, M. M., Monteiro, J. J., Cardoso, J. V. M., & Ritta, O. C. (2021). Revista Ambiente Contábil. 13, 1-20. DOI: https://doi.org/10.21680/2176-9036.2021v13n1ID19358
Ševrovi?, M., Br?i?, D., & Kos, G. (2015). Transportation costs and subsidy distribution model for urban and suburban public passenger transport. Traffic & Transportation, 27, 23-33. DOI: https://doi.org/10.7307/ptt.v27i1.1486
Souza, J. C. F., Sousa, M. C. S., & Tannuri-Pianto, M. E. (2008). Modelos não paramétricos robustos de gestão eficiente de agências bancárias: o caso do Banco do Brasil. Revista EconomiA, 9 (3), 601–623. Recuperado de http://www.anpec.org.br/revista/vol9/vol9n3p601_623.pdf
Souza, M. V. P., Souza, R. C., & Pessanha, J. F. M. (2010) Custos operacionais eficientes das distribuidoras de energia elétrica: um estudo comparativo dos modelos DEA e SFA. Gestão & Produção,17 (4),653-667. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-530X2010000400002.
Suguiy, T. (2017). Eficiência versus satisfação no transporte público. Um estudo das práticas nas cidades brasileiras. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas. Campinas. Recuperado de http:// http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/330996/1/Suguiy_Takao_D.pdf
Tsai, C.H. P., Mulley, C., & Merkert, R. (2015). Measuring the Cost Efficiency of Urban Rail Systems An International Comparison Using DEA and Tobit Models. Journal of Transport Economics and Policy, 49,17–34. Recuperado de http://docserver.ingentaconnect.com/deliver/connect/lse/00225258/v49n1/s2.pdf?expires=1617246966&id=0000&titleid=1311&checksum=B39871F8E9BC6C626692196DC4FA1849
Vasconcellos, E. A., Carvalho. C. H. R., & Pereira, R. H. M. (2011). Transporte e mobilidade urbana. Texto para Discussão Cepal Ipea 34: Transporte e mobilidade urbana. Recuperado em 10 de janeiro, 2018, de http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/1373
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Comomns Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
A Revista Ambiente Contábil utiliza uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND (Atribuição-NãoComercial – SemDerivações 4.0). Isso significa que os artigos podem ser compartilhados e que a Revista Ambiente Contábil não pode revogar estes direitos desde que se respeitem os termos da licença:
Atribuição: Deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Não Comercial: Não se pode usar o material para fins comerciais.
Sem Derivações: Se for remixar, transformar ou criar a partir do material, não se pode distribuir o material modificado.
Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional