INFLUÊNCIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA PARTICIPAÇÃO DO ISEBOVESPA

Autores

  • Ednilto Pereira Tavares Júnior Universidade Estadual de Goiás - UEG
  • Paulo Roberto Barbosa Lustosa Universidade de Brasília
  • Isabel Cristina Henriques Sales Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.21680/2176-9036.2018v10n2ID13332

Palavras-chave:

Responsabilidade social. Governança corporativa. Bolsa de valores.

Resumo

Observa-se, no ambiente acadêmico, que temas como sustentabilidade e governança são cada vez mais estudados e debatidos. Essa tendência é, geralmente, atribuída ao fato de que as pessoas, tanto na academia, quanto na sociedade em geral, demonstram crescente interesse em assuntos envolvendo métodos sustentáveis e responsabilidade social. Esta pesquisa tem o objetivo de investigar, através da regressão logística, a influência das variáveis endividamento, controle estatal e participação no índice de governança da BOVESPA, todas associadas à governança corporativa, na probabilidade de a empresa vir a participar do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA (ISEBOVESPA). A amostra foi composta por 156 empresas listadas na B3 que apresentaram o relatório de sustentabilidade, obtido a partir do Formulário de Referência. Esse corte foi definido pela premissa de que empresas que apresentam esse relatório praticam uma evidenciação maior das práticas empresariais sustentáveis. O corte temporal, de 2010 a 2016, foi definido com base na disponibilidade das informações, uma vez que o Formulário de Referência teve sua apresentação instituída somente a partir de2010. Os resultados encontrados indicam fraca influência, negativa, do endividamento e forte influência, positiva, da participação no índice de governança da BOVESPA na probabilidade de a empresa participar do ISE. Por outro lado, o controle estatal do capital não exerce nenhuma influência na decisão de a empresa participar do ISE.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ednilto Pereira Tavares Júnior, Universidade Estadual de Goiás - UEG

Possui graduação em Ciências Contábeis e especialização em Análise e Auditoria das Demonstrações Contábeis pela Universidade Estadual de Goiás (2008 e 2010). Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (2012). Doutorado, em andamento, em Ciências Contábeis, pela Universidade de Brasília. Tem experiência na área acadêmica ministrando as disciplinas de Controladoria, Custos, Auditoria e Introdução a Contabilidade.

Paulo Roberto Barbosa Lustosa, Universidade de Brasília

raduado em Engenharia Civil (FTESM, 1981) e doutor em Contabilidade e Controladoria (USP, 2001). Visiting Scholar (UIUC-USA), 1999-2000 e 2017-2018. Professor titular na UnB, foi coordenador de graduação, chefe do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais e coordenador-adjunto do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UnB, UFPB e UFRN. Orientou ou orienta dezenas de pesquisas, nos níveis de doutorado, mestrado, especialização, graduação e iniciação científica. Possui vários trbalhos publicados em revistas especializadas e capítulos de livros didáticos, e participou de dezenas de congressos nacionais e internacionais. Acumula diversas participações em bancas para seleção de professores e alunos de mestrado e doutorado, e de defesas de tese, dissertação e tcc de especialização e graduação. Pesquisa nas seguintes áreas: controladoria, ênfase em gestão econômica e governança, e efeitos da informação contábil no mercado de capitais. Antes de ingressar na academia, atuou profissionalmente como engenheiro civil na iniciativa privada e também foi servidor do Banco do Brasil, onde desempenhou várias funções.

Isabel Cristina Henriques Sales, Universidade de Brasília

Mestre pelo Programa Multi-Institucional e Inter-Regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis UnB, UFPB, UFRN (2011). Graduação em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (2005), MBA em Administração Financeira e Mercado de Capitais pela Fundação Getúlio Vargas (2007). Professora voluntária das disciplinas Introdução à Contabilidade e Governança Corporativa na Universidade de Brasília. Consultora Financeira SAP ERP. Tem experiência na área de Contabilidade Geral, Contabilidade Societária, Mercado de Capitais, Finanças, Governança Corporativa. 

Referências

AGUILERA, R. V.; WILLIAMS, C. A.; CONLEY, J. M.; RUPP, D. E. Corporate governance and social responsibility: a comparative analysis of the UK and the US. Corporate Governance: An International Review, v. 14, n. 3, maio. 2006.

ALCHIAN, A. A. Information’s costs, pricing and resource un employment. Economic Inquiry. v. 7, ed. 2, p. 109-128, jul. 1969.

ALCHIAN, A. A. Some economicsofpropertyrights. IL Político. v. 30, n. 4, p. 816-829. dez. 1965.

ALCHIAN, A. A.; DEMSETZ, H. Production, information costs, and economic organization. American Economic Review, v. 62, p. 777-795, dez. 1972.

ASHLEY, P. A.; MACEDO-SOARES, T. D. L. A; Um Modelo Conceitual para a Incorporação da Responsabilidade Social à Governança das Relações Negócio Sociedade. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO - ENANPAD, XXVI., 2012, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2001.

ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

BARBIERI, J. C. Políticas públicas indutoras de inovações tecnológicas ambientalmente saudáveis nas empresas. Revista de Administração Pública. v. 31, n. 1, p. 135-152, abr. 1997.

BERLE, A.; MEANS, G. The Modern Corporation and private property. New York: Mac Millan Publishing Company, 1932.

BOWEN, H. R. Social responsibilities of the businessman. New York: Harper&Row, 1953.

CARROLL, A. B. Corporate social responsibility: evolution of a definition al construct. Business & Society, v. 38, n. 3, p. 268-295, 1999.

COASE, R. H. The Nature of the Firm. Economica, v. 4, n. 16, p. 386-405, nov. 1937.

COASE, R. H. The problem of social cost. Jornal of law and economics, v. 3, p. 1-44, out. 1960.

COMMONS, J. R. The problem of correlation law, economics and ethics. Wisconsin Law Review, v.8, p. 3-26, 1932.

DAHLSRUD, A. How Corporate Social Responsibility is Defined: an Analysis of 37 Definitions. Corporate Social Responsibility and Environment Management, v. 15, n. 1, p. 1-13, jan./fev. 2008.

DE GRAAF, F. J.; STOELHORST, J. W. The role of governance in corporate social responsibility: lessons from Dutch finance. Business and Society, v. 52, n. 2, p. 282-217, jun. 2013.

DESTEFANIS, S.; SENA, V. Patterns of corporate governance and technical efficiency in Italian manufacturing. Managerial and Decision Economics. v. 28, p. 27-40, 2007.

DEVINNEY, T. M.; SCHWALBACH, J.; C. A. WILLIAMS. Corporate social responsibility and corporate governance: Comparative perspectives. Corporate Governance: An International Review. v. 21, n. 5, set. 2013.

EELLS, R. Corporate giving in a free society. New York: Harper & Bros., 1956.

ENGLE, R. L. Corporate social responsibility in host countries: a perspective from American managers. Corporate Social Responsibility and Environmental Management in press, v. 14, p. 16-27, jun. 2007.

FÁVERO, L. P.; SILVA, F. L.; BELFIORE, P.; CHAN, B. Análise de dados: Modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

FREEMAN, R. E. Strategic management: A stakeholder approach. Boston: Pitman, 1984.

GILL, A. Corporate Governance as Social Responsability: A research agenda. Berkeley Journal of International Law. v. 26, n. 452. 2008.

HAYEK, F. A. The Use of Knowledge in Society. The American Economic Review, v. 35, n. 4, p. 519-530, set. 1945.

HEALD, M. Management’s responsibility to society: the growth of an idea. Business History Review, v. 31, n. 4, 1957.

HEIDE, J. B. Interorganizational governance in marketing channels. Journal of Marketing. v. 58, n. 1, p. 71-91, jan., 1994.

HOFFMAN, A. R. Governança corporativa focada no meio ambiente. Revista E-FAPPES. v. 2, n. 2, jan-jun. 2011.

HUSSAINEY, K.; MGBAME, C. O.; CHIJOKE-MGBAME, A. M. Dividend policy and share price volatility: UK evidence. The Journal of Risk Finance. v. 12, n. 1, p. 57-68, 2011.

IOANNOU, I.; SERAFEIM, G. What drives corporate social performance? International evidence from social, environmental and governance scores. [Working Paper 11-016] Harvard Business School, ago. 2010.

LAMEIRA, V. J.; NESS JUNIOR, W. L.; QUELHAS, O. L. G.; PEREIRA, R. G. Sustentabilidade, valor, desempenho e risco no mercado de capitais brasileiro. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 15, n. 46, p. 76-90, 2013.

LEONETI, A. B.; PRADO, E. L.; OLIVEIRA, S. V. W. B. Saneamento básico no Brasil: considerações sobre investimentos e sustentabilidade para o século XXI. Revista de Administração Pública, v. 45, n. 2, p. 331-348, 2011.

MARÔCO, J. Análise estatística com PASW Statistics. Lisboa: Report Number, 2010.

MIZRUCHI, M. S. Berleand Means revisited: The governance and power of large U. S. corporations. Theory and Society, v. 33, n. 5, p. 579-617, 2004.

MURRAY, J. Corporate codes of conduct and fair labor standards. International Institute for Labor Studies, Genova, maio, 1997.

NASSER, K.; HASSAN, Y. Determinants of corporate social responsibility reporting: evidence from an emerging economy. Journal of Contemporary Issues in Business Research, v. 2, n. 3, 2013.

PEIXOTO, F. M.; PAINS, M. B.; ARAÚJO, A. A.; GUIMARÃES, T. M. Custo de capital, endividamento e sustentabilidade empresarial: um estudo no mercado de capitais brasileiro no período de 2009 a 2013. Revista de Administração, Contabilidade e Economia, v. 15, n. 1, p. 39-66, jan.-abr. 2016.

PEREIRA; A. N.; VILASCHI, A. Governança corporativa e contabilidade: explorando noções e conexões. In.: SIMPÓSIO FUCAPE DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA, 6, 2006, Vitória, Anais... Vitória/ES: 2006. CD-ROM.

RAZEK, M. A. The association between corporate social responsibility disclosure and corporate governance: a survey of Egypt. Research Journal of Finance and accounting. v. 5. n. 1, 2014.

SAID, R. ZAINUDDIN, Y. HARON, H. The relationship between corporate social responsibility disclosure and corporate governance characteristics in Malaysian public listed companies. Social Responsibility Journal, v. 5, n. 2, p. 212-226, 2009.

SELEKMAN, B. A moral philosophy for business. New York: McGraw-Hill, 1959.

STERNGERG, E. corporate social responsibility and corporate governance. Economic affairs, v. 29. n. 4. p. 5-10, dez. 2009.

STIGLITZ, J. WEISS, A. Credit rationing in markets with imperfect information. The American Economic Review, v. 71, n. 3, p. 393-410., jun. 1981.

TEIXEIRA, E. A.; NOSSA, V.; FUNCHAL, B. O índice de sustentabilidade empresarial (ISE) e os impactos no endividamento e na percepção de risco. Revista Contabilidade & Finanças, v. 22, n. 55, p. 29-44, 2011.

VELLANI, C. L.; ALBUQUERQUE, A. A.; CHAVES, E. P. S. Uma tentativa de mensuração da relação entre valor de mercado e sustentabilidade empresarial nas ações listadas no ISE da Bovespa. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO - ENANPAD, XXXVIII., 2009, São Paulo. Anais... São Paulo: ANPAD, 2009.

WELFORD, R.; FROST, S. Corporate social responsibility in Asian supply chains. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, v. 13: p. 166–176, 2006.

WILLIAMSON, O. E. The mechanisms of governance. Oxford: Oxford University Press, 1996.

WILLIAMSON, O. E. The Theory of the Firm as Governance Structure: From Choice to Contract. The Journal of Economic Perspectives, v. 16, n. 3, p. 171-195, 2002.

ZELENYUK, V.; ZHEKA, V. Corporate governance and firm’s efficiency: the case of a transitional country. Ukraine. Journal Prod. Anal. v. 25. N. 1-2. P. 143-157. 2006.

Downloads

Publicado

15-06-2018

Como Citar

JÚNIOR, E. P. T.; LUSTOSA, P. R. B.; SALES, I. C. H. INFLUÊNCIA DA GOVERNANÇA CORPORATIVA NA PARTICIPAÇÃO DO ISEBOVESPA. REVISTA AMBIENTE CONTÁBIL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - ISSN 2176-9036, [S. l.], v. 10, n. 2, p. 212–227, 2018. DOI: 10.21680/2176-9036.2018v10n2ID13332. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/13332. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

v. 10 n. 2 (2018): Jul./Dez.

Seção

ARTIGOS

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: 

Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Comomns Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.

A Revista Ambiente Contábil utiliza uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND (Atribuição-NãoComercial – SemDerivações 4.0). Isso significa que os artigos podem ser compartilhados e que a Revista Ambiente Contábil não pode revogar estes direitos desde que se respeitem os termos da licença:

Atribuição: Deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.

Não Comercial: Não se pode usar o material para fins comerciais.

Sem Derivações: Se for remixar, transformar ou criar a partir do material, não se pode distribuir o material modificado.

 Licença Creative Commons
Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional