O controle externo das contas dos 144 municípios paraenses: uma implicação na evolução da democracia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.21680/2176-9036.2019v11n2ID15624Palavras-chave:
Prestação de Contas. Municípios. Julgamentos. Tribunais de Contas. Democracia.Resumo
Objetivo: analisar a situação do controle externo das contas municipais, no estado do Pará, em relação a tempestividade da informação e sua relação com o processo democrático no sentido da accountability.
Metodologia: A pesquisa foi desenvolvida com suporte da teoria dos stakeholders, classificada como exploratória, descritiva de abordagem quantitativa. Uma investigação exploratória suportou o assunto investigado, partindo da catalogação dos 144 municípios que formam o estado do Pará, com prestações de contas consolidadas. Usando o método empírico- analítico formou-se um banco de dados longitudinal de nove anos consecutivos de 2008 a 2016. Os dados foram coletados no sítio eletrônico do Tribunal de Contas dos Municipios do Estado do Pará (TCM/PA). A variável de análise foi o tempo gasto pelo tribunal para proferir decisões sobre as contas municipais.
Resultados: Os achados revelaram que os cento e quarenta e quatro municípios entregaram o total de 2.330 contas, no período de 2008 a 2016 e, apenas 600 processos foram apreciados. Entre a data de protocolo e a decisão do TCM/PA apresentou mediana de quatro e, máximo de oito anos.
Contribuições do Estudo: A pesquisa contribui para disseminação de informações sobre tempestividade das apreciações das contas públicas muninipais pelos tribunais de contas. Para a informação possuir utilidade, aos usuários, deverá ser tempestiva. O fato do controle dos tribunais de contas acontecer a posteori, a tempestividade ganha relevância por tratar de informações necessárias a democracia. Conforme Melo, Pereira e Figueiredo (2009) as instituições governamentais de controle dos atos do poder público têm atraído, nas últimas décadas, uma maior atenção da sociedade. Pinho e Sacramento (2009) investigando accountability no Brasil demonstram que a sociedade, nos últimos 20 anos, tem participado mais ativamente do controle das ações governamentais.
Downloads
Referências
Almeida, D.R. (2014). Representação como processo: a relação Estado/sociedade na teoria política contemporânea. Revista de Sociologia Política. v. 22, n. 50, p. 175-199.
Arruda F., E. J. M., & Farias F., M. C. Planejamento da pesquisa científica. (7a ed.). São Paulo, SP: Atlas.
Avritzer, L. (2006). New Public Spheres in Brazil: Local Democracy and Deliberative Politics. Internacional Journal of Urban and Regional Research, v. 30, p. 623-637.
Chiavenato, I. (2003). Teoria Geral da Administração. (7ª ed.). Rio de Janeiro, Rj. Campus.
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988(1988). Brasília, DF. Recuperado em 11 de maio de 2018, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
Constituição do Estado do Pará de 1989 (1989). Brasília, DF. Recuperado em 11 de maio de 2018, de http://pa.gov.br/downloads/ConstituicaodoParaateaEC48.pdf
Clarkson, M. B. E (1995). A stakeholder framework for analyzing and evaluating corporate social performance. Academy of Management Review, v. 20, n. 1, p. 92-117.
Pietro, D. (2017). Direito Administrativo. (30ª ed.) Rio de Janeiro, RJ. Forense.
Freeman, R. E. (1984) Divergent stakeholder theory. The Academy of Management Review; v. 24, n. 2, p. 233-236.
Fox, J. (2000). Civil Society and Political Accountability: Propositions for Discussion. The Helen Kellogg Institute for International Studies.
___________. Strategic management: A stakeholder approach. Boston: Pitman.
Freeman, R. E.& Evan, W, (1990). Corporate Governance: A stakeholder interpretation. Journal Behavioral Economics, v.19 n.4, p.337-359
Habermas, J (2003). Direito e democracia: entre facticidade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
Hamilton, A.; Madison, J.; Jay, J (1961). O federalista. (1st ed.) Rio de Janeiro: Autor.
Jayme, F. G. A (2002). Competência jurisdicional dos Tribunais de Contas do Brasil. Revista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. v.45, n.4, p. 143-191.
Lei complementar nº101, de 04 de maio de 2000 (2000). Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Brasilia, DF. Recuperado em 11 de maio de 2018, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp101.htm
Levalle, A. G., Vera, E. I. (2011) A Trama da Critica Democrática: Da Participação à Representação e à Accountability. São Paulo, SP. Lua Nova, n.84, p.353-364.
Lino, A. F.; & Aquino, A. C. B (2018). A diversidade dos Tribunais de Contas Regionais na Auditoria de Governos. Revista Contabilidade e Finanças, v.29, n.76, p. 26-40.
Machado, H.S (2013). O uso da teoria de stakeholders em uma análise da etapa de formulação da Política Nacional de Medicamentos. Revista da Administração Pública, v. 47, n.3, p.543-565.
Melo, M.A; Pereira, C; Figueiredo, C.M. (2009) Political and Institutional Checks on Corruption Explaining the Performance of Brazilian Audit Institutions Comparative Political Studies. v.42, n. 9, p.1217-1244
Mitchell, R. K.; Agle, B. R.; Wood, D. J. (1997). Toward a theory of stakeholder identification and salience: defining the principle of the who and what really counts. Academy of Management Review, v. 22, n. 4, p. 853-886.
Milani, C.R.S. (2006). Políticas públicas locais e participação na Bahia: o dilema gestão versus política. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº 16, p. 180-214.
Mozzicafreddo, J. (2002). A Responsabilidade e a Cidadania na Administração Pública - Sociologia, Problemas E Práticas, n. 40, p. 9-22.
O'Donnell, G. (1998) Accountability horizontal e novas poliarquias. Lua Nova, n.44, p.27-54
Ollaik, L. G. & Ziller, H. M. (2012). Concepções de validade em pesquisas qualitativas. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v.38, n.1, 229-241.
Pinho, J.A.G ; Sacramento, A.R.S. (2009). Accountability: já podemos traduzi-la para o português? Revista da Administração Pública - rap — Rio de Janeiro v. 43, n. 6, p.1343-1368.
Platt Neto, O.A. et al. (2007). Publicidade e transparência das contas públicas: obrigatoriedade e abrangência desses princípios na administração pública brasileira. Contabilidade Vista & Revista, Belo Horizonte, v.18, n.1, p.75-94
Post, J. E.; Preston, L. E.; Sachs, S. (2002). Managing the extended Enterprise: The New Stakeholder View. California Management Review, v. 45, n. 1, p. 6-28, Fall.
Regimento interno do TCM/PA Ato, nº 19 de 12 de janeiro de 2017 (2017). Regimento Interno do TCM/PA. Belém, PA. Recuperado em 11 de maio de 2018, de https://www.tcm.pa.gov.br/portal-do-jurisdicionado/docs/leis- decretos/regimento_interno_atualizado_ato19.pdf
Rosanvallon, P. (2010). Por uma história do político. São Paulo: Alameda Casa Editorial, 101p
Rojo R. E., Milani, C. RS., Arturi, C. S. (2004). Expressions of international contestation and mechanisms of democratic control. International Social Science Journal, v. 56, p. 615-628
Salancik, R. L.; Pfeffer, J. (1974). The bases and use of power in organizational decisionmaking: the case of universities. Administrative Science Quarterly, v. 19, p. 453-473.
Schedler, A. (1999). The Self-restraining State: Power and Accountability in New Democracies. United States of America, USA. 395p.
Speck, B. W. (2000). O papel das instituições superiores de controle financeiro-patrimonial nos sistemas políticos modernos: pressupostos para uma análise dos Tribunais de Contas no Brasil. Rio de Janeiro: Conjuntura Econômica.
Transparency International. (2009). The Anti-Corruption Plain Language Guide. Recuperado em 11 de maio de 2018, de https://www.transparency.org/whatwedo/publication/the_anti_corruption_plain_language_guide.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Comomns Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
A Revista Ambiente Contábil utiliza uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND (Atribuição-NãoComercial – SemDerivações 4.0). Isso significa que os artigos podem ser compartilhados e que a Revista Ambiente Contábil não pode revogar estes direitos desde que se respeitem os termos da licença:
Atribuição: Deve-se dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.
Não Comercial: Não se pode usar o material para fins comerciais.
Sem Derivações: Se for remixar, transformar ou criar a partir do material, não se pode distribuir o material modificado.
Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional