Prevalência de cesarianas nos serviços públicos e privados no município de Picos Piauí

Autores

Palavras-chave:

Cesárea; Obstetrícia; Saúde da mulher.

Resumo

A presente pesquisa tem como objetivo analisar os índices de cesarianas no setor público e privado do município de Picos-PI, no sentido de identificar a idade gestacional em que esse tipo de cirurgia mais ocorre, além de avaliar o índice de apgar prevalente nos recém-nascidos cujo parto foi do tipo cesárea. Trata-se de um estudo descritivo e transversal com abordagem quantitativa, desenvolvido em dois hospitais da cidade de Picos/PI, sendo um público e outro privado. A amostra foi constituída por dados de 1.630 mulheres submetidas a cesarianas eletivas ou de urgência no período de 2017 a 2018. Os dados foram coletados através de uma planilha entre o período de dezembro de 2019 a janeiro de 2020. O estudo permitiu destacar por meio dos registros, uma prevalência de cesarianas no hospital público (92,6%) e apenas (7,4%) no setor privado. Quanto as características sociodemográficas, foi possível observar uma prevalência de mulheres com idade de 19 a 29 anos 923 (261,1%) no hospital público e 71 (59,2%) no hospital privado, revelando uma predominância de mulheres adultas na realização do parto cesáreo. Em relação a escolaridade, percebe-se que no hospital público, a maioria das mulheres cursaram o ensino médio 726 (48,1%) e no hospital privado 83 (69,2%) cursaram o ensino superior. Quanto a situação conjugal, foi possível observar que no hospital público, 751 (49,7%) das mulheres encontravam-se em uma união estável e no hospital privado 84 (70%) eram casadas. No que diz respeito a ocupação das mulheres submetidas a cesariana, a Tabela 1 mostra que no setor público 1009 (66,8%) eram lavradoras e no setor privado 65 (54,2%) tinham emprego fixo. Com relação ao sexo, no setor público a maioria dos bebês que nasceram de parto cesárea era do sexo masculino 815 (53,4%) e no setor privado era do sexo feminino 63 (52,1%). No que concerne à idade gestacional, tanto no hospital público como no privado, a maioria dos recém-nascidos nasceram a termo entre 38 a 41 semanas. Em relação ao índice de apgar no primeiro minuto de vida prevaleceu o escore entre (7-10) no hospital público 1473 (96,5%) e no privado 116 (95,9%), além disso, no quinto minuto de vida também houve uma predominância do índice entre (7-10) no hospital público 1506 (98,7%) e no privado 121 (100%). Diante do exposto, essa pesquisa serve como um importante instrumento para impulsionar a conscientização dos profissionais de saúde na realização das cesáreas apenas quando tiver indicação clínica, principalmente nos hospitais onde a pesquisa foi realizada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Cartilha nova organização do cuidado ao parto e nascimento para melhores resultados de saúde: Projeto Parto Adequado-fase 1. p.49.2016.

ALONSO, Bruna Dias. Fatores associados à cesariana segundo fonte de financiamento na Região Sudeste: estudo transversal a partir dos dados da pesquisa “Nascer no Brasil: Inquerito Nacional sobre parto e nascimento”, 68p. Dissertação, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2015.

BARBOSA, Gisele Peixoto et al. Parto cesário: quem o deseja? Em quais circunstâncias? Caderno Saúde Pública, v. 19, n. 6, p. 1611-1620, nov/dez 2003.

https://doi.org/10.1590/S0102-311X2003000600006

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). População, Ministério da Saúde (2010).

BRASIL. Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. SINASC. 2016.

_______. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. 5º ed. (2012).

_______. Ministério da Saúde. Atenção à Saúde do Recém-nascidos. 2º ed. (2012).

_______. Ministério da Saúde. Triagem neonatal biológica. 1º ed. (2016).

_______. Ministério da Saúde. Uma análise da situação de saúde e os desafios para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável. 1º ed. (2018).

_______. Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à gestante: a operação cesariana. (2016).

_______. Resolução 2.144, de março de 2016. Diário oficial da união: Seção 1, Brasília, DF, n. 118, 22 jun. 2016.

CÂMARA, Raphael et al. Cesariana a pedido materno. Revista Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 43, n. 4, p. 301-310, 2016.

http://dx.doi.org/10.1590/0100-69912016004002

DOS ANJOS, Cinthia de Souza; WESTPHAL, Flavia; GOLDMAN, Rosely Erlach. Cesárea desnecessária no Brasil: Revisão integrativa. Enfermagem Obstétrica, v.1, n.3, p.86-94,2014.

FERRARI, Anna Paula; CARVALHAES, Maria Antonieta de Barros Leite; PARADA, Cristina Maria Garcia de Lima. Associação entre pré-natal e parto na rede de saúde suplementar e cesárea eletiva. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 19, p. 75-88, 2016.

http://dx.doi.org/10.1590/1980-5497201600010007

FREITAS, Paulo Fontoura; SAVI, Eduardo Pereira. Desigualdades sociais nas complicações da cesariana: uma análise hierarquizada. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, n. 10, p. 2009- 2020, 2011.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LEAL, Maria do Carmo et al. Avanços na assistência ao parto no Brasil: resultados preliminares de dois estudos avaliativos. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, p. e00223018, 2019.

https://doi.org/10.1590/0102-311X00223018

PARENTE, Raphael Câmara Medeiros et al. A história do nascimento: cesariana. Revista FEMINA, v.38, n.9, p.481-486, 2010.

POLIT, Denise. F.; BECK, Cheryl Tatano. Fundamentos de pesquisa em Enfermagem: aplicação de evidências para a prática de enfermagem, 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.

PRODANOV, Cleber Cristiano.; DE FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo, Feevale, 2ª ed. 2013.

SANTOS, Nilma Lázara de Almeida Cruz et al. Gravidez na adolescência: análise de fatores de risco para baixo peso, prematuridade e cesariana. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 719- 726, 2014.

https://doi.org/10.1590/1413-81232014193.18352013

SILVA, Ana Carolina Lima et al. Preferência pelo tipo de parto, fatores associados à expectativa e satisfação com o parto. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 19, 2017.

https://doi.org/10.5216/ree.v19.44139

VELHO, Manuela Beatriz et al. Modelos de assistência obstétrica na Região Sul do Brasil e fatores associados. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, p. e00093118, 2019.

https://doi.org/10.1590/0102-311X00093118

Downloads

Publicado

22-10-2021

Como Citar

OLIVEIRA, M. G. de S. .; BARBOSA, A. N. E. .; SANTANA , A. L. de S. .; CAVALCANTE, F. D. de A. .; SOUSA, F. W. dos S. .; PEREIRA , K. V. dos S. A. .; SILVA, L. E. de S. .; SARAIVA, M. H. C. .; LIMA, M. L. A. .; SOUSA, M. R. de L.; LIMA , N. F. da S. .; ALVES, N. S.; SÁ, N. K. C. do M.; MESQUITA , N. P. .; SILVA, S. G. A. da .; BORGES, W. B. Prevalência de cesarianas nos serviços públicos e privados no município de Picos Piauí. Revista de Casos e Consultoria, [S. l.], v. 12, n. 1, p. e26790, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/26790. Acesso em: 4 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde