Estética como ação política: fazendo cabeças e soltando cabelos.
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2017v4n6ID14946Palavras-chave:
Antropologia do sujeito, Transição capilar, Identidade, Raça, CabeloResumo
O presente trabalho tem o objetivo de analisar os processos de construção de sujeito a partir do movimento Encrespa Geral, na cidade de Natal/RN. Nele são abordados temas da identidade negra de mulheres e sua afrmação ativista por meio do cabelo afro. São mulheres que passam pelo processo estético de transição capilar e pretendem reconstruir uma personalidade deteriorada pelos padrões de beleza estereotipados que desvalorizam os traços negroides. A ideia sustentada é de que o movimento não se resume a um debate estético, mas a partir dele se tem a discussão política sobre corpo e estética de mulheres negras atualmente. Além disso, será analisado o processo de transição capilar, no qual cabelo crespo, livre da química e assim dito, natural, é visto como um dispositivo de contestação de uma espécie de “ditadura capilar” e ao mesmo tempo, da produção de sujeitos. Por isso, proponho re?etir como a construção de um elemento estético – o cabelo crespo, sem química - tem sido vista e entendida enquanto formadora de um ativismo social, cultural e político do negro no Brasil. A pesquisa consiste na análise das narrativas de mulheres residentes em Natal/RN, e o meio privilegiado para a etnografa se deu pelo evento intitulado “Encrespa Geral”, onde se discutiu com as participantes, a partir da temática do cabelo, questões como autoestima, racismo e construção da identidade.Downloads
Referências
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