O fazer antropológico, a produção visual e as experiências da/na cidade

Autores

  • Deyse de Fátima do Amarante Brandão Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
  • Ana Carolina Amorim da Paz Universidade Federal da Bahia (PPGA/UFBA)

DOI:

https://doi.org/10.21680/2446-5674.2020v7n13ID21460

Palavras-chave:

Antropologia Visual, Imagens, Antropologia Urbana, Cidades, Percepções, Usos das imagens, Fazer etnografico

Resumo

O uso das imagens na pesquisa etnográfica, seja como objeto, ferramenta de registro, análise e/ou produto, tem gerado interessantes experiências investigativas que, por sua vez, vem suscitando importantes debates acerca da produção de conhecimento do mundo urbano, revelando formas particulares de pensar, agir e compreender a experiência de cidade não só por meio da escrita, mas também do traço, da deriva e do movimento. Assim, o desenho, a performance, o lambe-lambe, stencil, quadrinhos, fotografia, cinema, grafite, tatuagens, artes plásticas e outras tantas intervenções visuais podem ser não só vistas como linguagens de culturas visuais e sistemas geradores de significados, mas vem sendo recentemente articulado às narrativas etnográficas em prol de um investimento ético-estético-político na pesquisa antropológica. Sendo assim, o presente dossiê visa compilar estudos que versem acerca dessas produções que apostam em novas grafias e suas reflexões no campo das experiências visuais, artísticas e antropológicas no contexto urbano, interessando-nos as discussões sobre essas práticas, seus processos, limites, potencialidades e contribuições à antropologia urbana e a antropologia da imagem.

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Biografia do Autor

Deyse de Fátima do Amarante Brandão, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Bacharela em Comunicação Social com habilitação Rádio e TV pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Mestre em Antropologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Doutoranda em Antropologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). É membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Etnografias Urbanas (GUETU/UFPB/CNPQ) e Integrante do NAVIS, Núcleo de Antropologia Visual da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Durante o Mestrado, teve como tema de interesse o consumo das culturas juvenis e questões relacionadas ao pós-modernismo. No Doutorado (orientação da prof. Dr.ª Lisabete Coradini), tem como foco de pesquisa as produções e criações artísticas de quadrinistas autorais.Temas de interesse e pesquisa versam entre Antropologia Urbana, Antropologia do Consumo, Antropologia da Arte, Antropologia da Imagem, além do interesse pelos estudos sobre juventudes e estudos da Cultura Visual. Também atuou profissionalmente em produção televisiva (TV Tambaú/filial SBT) e assessoria de comunicação institucional, desenvolveu alguns trabalhos gráficos e já ministrou oficinas em eventos acadêmicos (II SEJUVE e Ciclo de Oficinas do Guetu) a respeito do fazer etnográfico e diário de campo no ano de 2017.

Ana Carolina Amorim da Paz, Universidade Federal da Bahia (PPGA/UFBA)

Doutoranda no Programa de pós-graduação em Antropologia da Universidade federal da Bahia – PPGA/UFBA, sob orientação do prof. Dr. Carlos Caroso. Membro do grupo de pesquisa em Etnografia urbanas da Universidade Federal da Paraíba – GUETU/UFPB. Os temas de interesse e pesquisa versam entre o fazer etnográfico, Antropologia urbana e da cidade, Saúde Mental e usos de substâncias psicoativas.

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Publicado

07-07-2020

Como Citar

BRANDÃO, D. de F. do A.; PAZ, A. C. A. da. O fazer antropológico, a produção visual e as experiências da/na cidade. Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, [S. l.], v. 7, n. 13, p. 1–12, 2020. DOI: 10.21680/2446-5674.2020v7n13ID21460. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/21460. Acesso em: 28 mar. 2024.