“Omolu quer todo mundo no Olubaje”

o cotidiano de um terreiro goiano durante a pandemia

Autores

  • Emília Guimarães Mota Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.21680/2446-5674.2022v9n16ID26154

Palavras-chave:

antropologia das religiões, candomblé, comunidades tradicionais, cuidado, pandemia

Resumo

O texto reúne material do trabalho de campo realizado para pesquisa de mestrado apresentada em 2019 com reflexões e observações a partir das experiências vividas durante o ano de 2020, em meio à pandemia de covid-19. A partir da expressão “ser com o outro” utilizada pela Iyalorixá da Casa de Oya, que permite conhecer o modo relacional das religiões de matriz africana (RMAs), o objetivo é apresentar como os desdobramentos da pandemia impactaram o cotidiano do terreiro. Enquanto filha desse terreiro de candomblé goiano e pesquisadora, proponho reflexões sobre as especificidades das RMAs bem como sobre algumas adaptações realizadas na rotina do terreiro, sobre o pedido de Omolu, para todos comparecerem ao Olubajé. Como continuar “sendo com os outros” se as orientações sanitárias impedem contato e proximidade, justamente características das práticas de convivência e ritualísticas dos terreiros?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABRANTES, Samuel. “Atotô Obaluayê Ajubeu”: Um olhar semiológico sobre a indumentária de Obaluayê. 2021. Dissertação (mestrado em História da Arte) – Centro de Letras e Artes, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1996. Disponível em: https://pantheon.ufrj.br/handle/11422/6043. Acesso em: jun. 2021.

ANJOS, José Carlos dos. No território da linha cruzada: a cosmopolítica afro-brasileira. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ Fundação Cultural Palmares, 2006.

ASAD, Talal. Formations of the secular: Christianity, Islam, Modernity. Stanford: Stanford University Press, 2003.

BANAGGIA, Gabriel. Inovações e controvérsias na antropologia das religiões afro-brasileiras. 2008. Dissertação (mestrado em Antropologia social) – Programa de Pós- graduação em Antropologia social, Museu Nacional/UFRJ. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: http://livros01.livrosgratis.com.br/cp059848.pdf. Acesso em: set. 2019.

BASTIDE, Roger. O Candomblé da Bahia: rito nagô. São Paulo: Companhia das Letras, 1961 [1958].

CALVO, Daniela. Redes de cuidado: enfrentamento da Covid-19 nas religiões afro-brasileiras. Plura - Revista de Estudos de Religião, ISSN 2179-0019, vol. 12, n. 1, 2021, p. 121-135. Acesso em: 23 set. 2021.

FLAKSMAN, Clara Mariani. Narrativas, relações e emaranhados: Os enredos do candomblé no Terreiro do Gantois, Salvador, Bahia. 2014. Tese (doutorado em Antropologia Social) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional/UFRJ. Rio de Janeiro, 2014.

FLAKSMAN, Clara. Relações e narrativas: o enredo no candomblé da Bahia. Religião & Sociedade [online]. v. 36, n. 1, 2016. p. 13-33. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0100-85872016v36n1cap01. Acesso em: 22 mai. 2020.

FLAKSMAN, Clara. “De sangue” e “de santo”: o parentesco no candomblé. Mana [online]. 2018, v. 24, n. 3, p. 124-150. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1678-49442018v24n3p124. Acesso em: 18 set. 2021.

FONSECA, Denise Pini Rosalem da; GIACOMINI, Sonia Maria. Presença do axé: mapeando terreiros no Rio de Janeiro. Pallas, Rio de Janeiro, 2013.

GERMANO, Pedro. A constituição da pessoa ogã no Xangô Renovado de Pernambuco (modelo Ilê Oba Aganju Okoloya). REIA- Revista de Estudos e Investigações Antropológicas, ano 4, v. 4, n. 2, p. 126-149, 2017. Disponível em https://periodicos.ufpe.br/revistas/reia/article/view/230823. Acesso em: fev. 2021.

GIUMBELLI, Emerson. A noção de crença e suas implicações para a modernidade: um diálogo imaginado entre Bruno Latour e Talal Asad. Horizontes antropológicos, Porto Alegre, ano 17, n. 35, p. 327-356, jan/jun, 2011. Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/182041. Acesso em: fev. 2021.

GOLDMAN, Márcio. A possessão e a construção ritual da pessoa: a possessão no Candomblé. 1984. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1984.

GOLDMAN, Márcio. A construção ritual da pessoa: a possessão no Candomblé. Religião e Sociedade, v.12, n. 1, p. 22-54, 1985.

GOLDMAN, Márcio. Formas do Saber e Modos do Ser: Observações Sobre Multiplicidade e Ontologia no Candomblé. Religião & Sociedade, Rio de Janeiro, v. 25, n.2, p. 102-120, 2005.

LIMA, Vivaldo da Costa. O conceito de ‘nação’ nos candomblés da Bahia. Afro-Ásia, [S. l.], n. 12, 1976. DOI: 10.9771/aa.v0i12.20774. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/20774. Acesso em: 18 set. 2021.

LIMA, Vivaldo da Costa. A família de santo nos candomblés Jeje-nagôs da Bahia: um estudo de relações intra-grupais. 1977. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) – Universidade Federal da Bahia. Salvador, 1977.

MANDARINO, Ana Cristina de S; GOMBERG, Estélio; FLORES, Reginaldo D. Olubajé - ritual de ações terapêuticas e de comensalidades no candomblé. In: FREITAS, M. C. S.; FONTES, G. A. V.; OLIVEIRA, N. (Orgs). Escritas e narrativas sobre alimentac?a?o e cultura [online]. Salvador: EDUFBA, 2008. p. 336-353.

MOTA, Emília G. Ser com o outro, conviver e cuidar – Enfrentamentos cotidianos ao racismo religioso. 2019. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Ciências Sociais (FCS), Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Goiânia, 2019.

NUNES, José Mauro Gonçalves. A Herança Africana do Auto-Cuidado: Saberes e Práticas Tradicionais dos Cuidados ao Corpo. In: MANDARINO, Ana Cristina de Souza; GOMBERG, Estélio (org.). Leituras afro-brasileiras: territórios, religiosida- des e saúdes. Salvador: Editora UFS; EDUFBA, 2009. p. 329-336.

OPIPARI, Carmen. O candomblé: Imagens em movimento São Paulo- Brasil. Tradução de Leila de Aguiar da Costa. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009.

POVINELLI, Elizabeth. A. Geontologies: a requiem to late liberalism. London: Duke University Press, 2016.

PÓVOAS, Ruy do Carmo: Dentro do Quarto. In: CARDOSO, Carlos e BACELAR, Jeferson (Org.). Faces da Tradição Afro Brasileira: Religiosidade, Sincretismo, Anti-Sincretismo, Reafricanização, Práticas Terapêuticas, Etnobotânica e Comida. Pallas Ed. – Rio de Janeiro, 1999. p. 215-216.

PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos orixa?s. Sa?o Paulo, Companhia das Letras, 2001.

RABELO. Miriam C. M. Enredos, feituras e modos de cuidado: Dimensões da vida e da convivência no candomblé. Salvador: EDUFBA, 2014.

SANSI, Roger. “Fazer o Santo”: dom, iniciação e historicidade nas religiões afro-brasileiras. Análise social, Lisboa, v. 44, n. 1, p. 139-160, 2009. Disponível em http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1236787502X4rFI6fj3Zm36GE2.pdf. Acesso em: mar. 2021.

SANTOS, Juana Elbein dos. Os Nagô e a morte: pàde, asèsè e o culto Égun na Bahia. Petrópolis, Vozes, 2018 [1975].

TEIXEIRA, Maria Lina L. A encruzilhada do ser: representac?o?es sobre a (lou) cura em terreiros de candomblé. 1994. Tese (doutorado em antropologia) – Departamento de Antropologia, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1994.

Downloads

Publicado

19-03-2022

Como Citar

GUIMARÃES MOTA, E. “Omolu quer todo mundo no Olubaje”: o cotidiano de um terreiro goiano durante a pandemia. Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, [S. l.], v. 9, n. 16, p. 1–25, 2022. DOI: 10.21680/2446-5674.2022v9n16ID26154. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/equatorial/article/view/26154. Acesso em: 22 dez. 2024.