Racismo científico
uma denúncia ao pensamento social e político brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2024v11n20ID34313Palavras-chave:
Brasil, Racismo Científico, Pensamento Social BrasileiroResumo
O livro "Brasil dos Humilhados", de Jessé Souza, revela as raízes elitistas do pensamento social brasileiro, que atribui ao povo uma suposta inferioridade e propensão à corrupção como causa do descaso social. O autor destaca como as elites econômicas e políticas se apropriam desse conjunto de ideias para fortalecer seu controle sobre a população e maximizar seus lucros. Jessé Souza questiona os fundamentos do pensamento nacional ao enfatizar a presença do "racismo científico", cuja validação é possibilitada pelo confisco da "inteligência brasileira", que serve não à maioria, mas à camada mais rica, representada pelo 1% mais rico da sociedade. Essa distorção argumenta incorretamente que os problemas do Brasil não decorrem da notável concentração de riqueza, mas da "corrupção do Estado", criando uma falsa dualidade entre um Estado vilipendiado e um mercado exaltado. Essa perspectiva estigmatizante e simplificada do povo brasileiro foi moldada pelas ideias dos intelectuais mais proeminentes do país, como Sérgio Buarque de Holanda, e perpetuada ao longo do tempo por outros pensadores importantes, como Raymundo Faoro e Roberto DaMatta, exercendo uma influência substancial sobre a maioria da intelectualidade nacional. Com o respaldo da validação científica, a expressão irônica cunhada por Jessé Souza, o "absurdo da inteligência brasileira", é usada para caracterizar essas interpretações.
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