A gentrificação do queer na territorialidade digital brasileira
dispositivos tecnopolíticos no aplicativo Grindr
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-5674.2025v12n23ID38508Palavras-chave:
Gentrificação do queer, Territorialidade digital brasileira, Tecnopolítica, Grindr, Antropologia da sexualidadeResumo
Surgido no século passado, o conceito de gentrificação trata de um processo de requalificação urbana que afeta bairros e cidades, alterando a composição do lugar, de modo que se tornem nobres regiões antes populares. Porém, mutações epistemológicas têm-se interessado em estudar menos a fisicalidade deste fenômeno e mais seus efeitos simbólicos e estratégias de exclusão. Diante deste aspecto, a pesquisa toma como objeto o Grindr, aplicativo de encontros afetivo-sexuais para gays, bissexuais e transexuais, para pensar como a gentrificação performa no ciberespaço. Para tanto, propomos a noção de gentrificação do queer enquanto um diagrama que lança mão de dispositivos tecnopolíticos que endossam práticas de vigilância territorial para poder gentrificação às sociabilidades e os sujeitos dissidentes do ambiente digital daquele aplicativo. Utilizamos a genealogia como metodologia. A gentrificação, no digital, atua como regime de exclusão e opressão cujos dispositivos são intercruzados e formam um diagrama que controla os usuários.
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