QUANDO O SERTÃO É UMA OPÇÃO:

a ocupação de Cantagalo e o desenvolvimento de uma atividade econômica nos anos finais do XVIII e início do XIX.

Autores

  • Manuel Affonso Ornelas UNIRIO

DOI:

https://doi.org/10.21680/1984-817X.2023v19n1ID31255

Palavras-chave:

Produção, Elite, Sociedade, Economia, Local

Resumo

O presente artigo tem como objetivo proporcionar uma reflexão acerca da formação econômica social em Cantagalo, cidade do Estado no Rio de Janeiro, no início da sua ocupação por colonos, nos anos finais do século XVIII e início do XIX. Uma atividade econômica diferente da que foi pensada com a “miragem do ouro” era o que encaminharia as famílias pioneiras à formação de riqueza e acumulação de capital, contribuindo para a formação e acentuação da divisão hierárquica no local, constituindo a primeira elite social da localidade. Tempos depois essa área pertenceria ao Vale do Paraíba Fluminense, um núcleo de grandes fazendas que se tornaram a principal fonte econômica por anos no Império do Brasil. Utilizo os registros eclesiásticos e inventários post-mortem da época.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAÚJO, Renata Malcher de. As configurações internas: as fronteiras entre as capitanias. Promontoria, a. 11, n. 11, 2014. pp. 71-87.

BURKE, Peter. Veneza e Amsterdã: um estudo das elites do século XVIII. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.

CARDIM, Pedro & HESPANHA, António Manuel. “A estrutura territorial das monarquias ibéricas”. In: XAVIER, Ângela B.; PALOMO, Federico e STUMPF,

Roberta (orgs.). Monarquias ibéricas em perspectiva comparada (sécs. XVI-XVIII). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2018, pp. 51-96.

CARDOSO, Vinicius Maia. Pouco conhecido, montuoso, e emboscado: poder e economia no sertão do Macacu 1786 a 1790. Tese (Doutorado em História) - Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, 2022.

CHACÓN JIMÉNEZ, Francisco. “Reflexiones sobre História y Movilidad Social”. In: CHACÓN JIMÉNEZ, F. & MONTEIRO, Nuno G. (orgs.). Poder y Movilidad Social. Cortesanos, religiosos y oligarquias em la Península Ibérica (siglos XV-XIX). Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas/Universidad de Murcia, 2006, pp. 43-58.

ERTHAL, Clélio. Cantagalo: da miragem do ouro ao esplendor do café. 2. ed. Niterói: Nitpress, 2008.

FARIA, Sheila de Castro. A Colônia em Movimento, Fortuna e Família no Cotidiano Colonial. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. v. 1.

FARIA, Sheila de Castro. “Ouro, porcos, escravos e café: as origens das fortunas oitocentistas em São Pedro de Cantagalo, Rio de Janeiro (últimas décadas do século XVIII e primeiras do XIX)”. ANAIS DO MUSEU PAULISTA, v. 26, p. 1-42, 2018.

FRAGOSO, João Luis Ribeiro. “A nobreza da República: notas sobre a formação da primeira elite senhorial do Rio de Janeiro (séculos XVI e XVII)”. Topoí Revista de História do Programa de Pós graduação em História da Ufrj, Rio de Janeiro, v.1, n.1, p. 45-123, 2000.

FRAGOSO, João Luis Ribeiro. Barões do café e sistema agrário escravista: Paraíba do Sul/Rio de Janeiro (1830-1888). 1 ed. Rio de Janeiro: 7Letras, 2013.

FRAGOSO, João Luis Ribeiro; PITZER, Renato Rocha. “Barões, Homens-Livres, Pobres e Escravos: Notas Sobre o Uso de Inventários Post-Mortem Na Pesquisa Histórica. ARRABALDES, v. 1, n. 2, p. 29-52, 1988.

GARCIA, Romyr Conde. “O mão de luva e os sertões de Serra acima: Garimpos clandestinos e conflitos sociais no Brasil Colônia”. Revista UNIFESO, v. 4, n. 4, p. 246-268, 2018.

MAGALHÃES, Joaquim Romero. “Os nobres da governança das terras”. In: MONTEIRO, Nuno G.; CARDIM, Pedro; CUNHA, Mafalda S. Optima Pars. Elites Ibero-Americanas do Antigo Regime. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2005, pp. 65-97.

MARRETO, Rodrigo. O opulento capitalista: café e escravidão na formação do patrimônio familiar do Barão de Nova Friburgo (c.1829-c.1873). Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2019.

MONTEIRO, Nuno G. “Elites locales y movilidad social em Portugal a finales del Antiguo Régimen”. In: CHACÓN JIMÉNEZ, F. & MONTERIO, Nuno G. (orgs.). Poder y Movilidad Social. Cortesanos, religiosos y oligarquias em La Península Ibérica (siglos XV-XIX). Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas/Universidad de Murcia, 2006, pp. 247-284.

MUAZE, Mariana. “O Vale do Paraíba Fluminense e a dinâmica imperial”. In: Inventário de Fazendas, fase III, 2011.

OLIVEIRA, Rodrigo Leonardo de Sousa. “Mão de Luva” e “Montanha”: bandoleiros e salteadores nos caminhos de Minas gerais no século XVIII - Matas Gerais da Mantiqueira: 1775-1786. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2008.

RAMINELLI, Ronald. “A escrita e a espada em busca da mercê”. In: Viagens Ultramarinas. Monarcas, vassalos e governo à distância. São Paulo: Alameda, 2008, pp.17-60.

SALLES, Ricardo. E o Vale era o escravo. Vassouras, século XIX. Senhores e escravos no coração do Império. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

SOUZA, José Antônio Soares de. “As Minas do Sertão de Macacu”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, n. 326, jan./mar. Brasília: Rio de Janeiro, 1980

Downloads

Publicado

16-06-2023

Como Citar

AFFONSO ORNELAS, M. QUANDO O SERTÃO É UMA OPÇÃO: : a ocupação de Cantagalo e o desenvolvimento de uma atividade econômica nos anos finais do XVIII e início do XIX. Revista Espacialidades, [S. l.], v. 19, n. 1, p. 99–118, 2023. DOI: 10.21680/1984-817X.2023v19n1ID31255. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/espacialidades/article/view/31255. Acesso em: 10 maio. 2024.

Edição

Seção

Seção livre