“Vamos para o club”:
lutas e conflitos por territórios operários na Cidade do Natal (1930-1935)
Resumo
Pretende-se compreender como se organizou o movimento operário de Natal após o “movimento de 1930”, quando dois grupos distintos passaram a disputar a primazia entre dos trabalhadores da cidade: de um lado encontrava-se Café Filho e seus partidários, adeptos do sindicalismo oficial do governo Vargas; do outro os comunistas, que militavam por um movimento mais radical, contrários ao novo regime político e suas políticas sindicais. As ações de grupos tão diversos como os comunistas e os “cafeístas” foram pautadas pela necessidade de controlar uma maior parcela dos territórios operários de Natal, para com isso conseguir uma sólida base política. Controlar territórios significa controlar quem entra e quem sai e, principalmente, as condutas que devem seguir os que frequentam esses espaços. Nesse contexto, os trabalhadores não se estabeleciam como simples sujeitos passivos, eles ativamente aderiam a uma vertente política por acreditar que lhes traria maiores benefícios. A vertente de Café ofereceu aos trabalhadores as leis trabalhistas e a redução da jornada de trabalho; em troca, eles retribuíam com a sindicalização oficial e o apoio político. Os principais esteios que sustentam esse trabalho foram os conceitos de culturas políticas (BERSTEIN, 1998), indivíduo e sociedade (ELIAS, 1994;1995), memória (PORTELLI, 1993a;1993b) e território (GOMES, 2010). Quanto ao corpus documental foram analisados os periódicos A República, órgão oficial do governo, e O Jornal, de propriedade de Café Filho, além dos relatos memorialísticos de José Praxedes, liderança comunista, Café Filho e João Maria Furtado, juiz de direito e correligionário deste último.
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