Funes, o memorioso de Borges
lembrar é viver?
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2435.2023v8n2ID31465Palavras-chave:
Memória e esquecimento, Borges, Nietzsche, Cultura histórica, LiteraturaResumo
Por sua relevância, a memória tem sido tematizada nas diversas áreas dos saberes humanos ao longo da história. Nesse sentido, este trabalho propõe-se a investigar as questões da memória e do esquecimento, tomando como objeto de estudo o conto de Borges, “Funes, o memorioso”. Os procedimentos metodológicos adotados compreendem a análise interpretativa do conto, apoiada nas postulações de Nietzsche relevantes para os aspectos identificados e suplementada por contribuições das neurociências, principalmente as oferecidas por Izquierdo e Luria, somadas a comentários da crítica literária. As conclusões confirmam a tese nietzschiana de que o excesso de memória e o apego a-histórico ao passado acarretam consequências nefastas para a vida de indivíduos e sociedades, na ficção e na realidade.
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