A perdiz em queda livre

uma análise da personagem Delfina em "O alegre canto da perdiz", de Paulina Chiziane, sob o viés da antinegritude

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2435.2023v8n2ID31735

Palavras-chave:

Paulina Chiziane, Racismo, Antinegritude

Resumo

O artigo analisará a personagem Delfina do romance O alegre canto da perdiz, de Paulina Chiziane (2008), autora moçambicana que, através da perspectiva feminina negra, aborda temas inéditos como sexo, prazer feminino, feitiçaria, verdadeiros tabus naquela sociedade. Na análise da personagem Delfina, buscaremos compreender as características singulares que se impõem às sociedades colonizadas pelo Norte global, recorrendo ao conceito de antinegritude, braço teórico do Afropessimismo. A antinegritude compreende que a díade negro/não negro é fundamental para a compreensão das relações levadas a termo na vida do povo negro. Neste sentido, o conceito se diferencia do racismo e será o elemento primordial para estudarmos a obra de Chiziane.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Michelly Cristina Alves Lopes, Ufes

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo, com bolsa CAPES; Mestre em Letras pela UFES; Especialista em Literatura, cultura e arte pela Faculdade Brasileira; e Graduada em Letras-Português pelo Instituto Federal do Espírito Santo - IFES. Trabalho com literatura produzida por autores negros brasileiros e africanos, feminismos periféricos, memória, ancestralidade e crítica pós-colonial. Participa do Núcleo de Estudos em Transculturação, Identidade e Reconhecimento (Netir).

Nelson Martinelli Filho, Instituto Federal do Espírito Santo

Doutor em Letras (área de concentração: Estudos Literários) pela Universidade Federal do Espírito Santo, com pós-doutorado em Letras (Ufes); Mestre em Letras (Ufes); graduado em Letras-Português (Ufes). Professor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGL/Ufes). Professor permanente do Programa de Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS/UFRN/Ifes). Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Humanidades (PPGEH/Ifes). Bolsista de Produtividade em Pesquisa PQ-2 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Membro do GT Teoria do Texto Poético, vinculado à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (Anpoll). Editor associado da Contexto - Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras (Ufes). Líder do Núcleo de Pesquisa em Literatura Moderna e Contemporânea (Ifes/CNPq); líder do Núcleo de Pesquisa em Literatura e Testemunho (Ifes/CNPq); membro do grupo de pesquisa Textualidades Contemporâneas: Processos de Hibridação (UnB/CNPq). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira e Teoria Literária, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura contemporânea, narrativa, poesia brasileira, autoficção, autor e autoria, literatura de testemunho, memória, psicanálise, mercado editorial.

Referências

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2021.

BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.

CHIZIANE, Paulina. O alegre canto da perdiz. Porto Alegre: Dublinense, 2018.

CHIZIANE, Paulina. Escritora moçambicana Paulina Chiziane vence Prêmio Camões: 'É o resultado de muita luta'. Entrevista concedida a Ruan de Souza Gabriel em O Globo, 20 de out. 2021. Disponível em < https://oglobo.globo.com/cultura/livros/escritora-mocambicana-paulina-chiziane-vence-premio-camoes-o-resultado-de-muita-luta-25244066>. Acesso em: 07 de fev. 2023.

COSTA VARGAS, João H. Por uma mudança de paradigma: antinegritude e antagonismo estrutural. Revista de Ciências Sociais. Fortaleza, v. 48, n. 2, p. 83-105, jul./dez., 2017.

COSTA VARGAS, João H. Racismo não dá conta: antinegritude, a dinâmica ontológica e social definidora da modernidade. Revista EM PAUTA, Rio de Janeiro - 1º Semestre de 2020 - n. 45, v. 18, p. 16-26.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Trad. de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

GONÇALVES, Adelto. Passagens para o Índico: encontros brasileiros com a literatura moçambicana. Org. Chaves, Rita; Macedo, Tânia. Maputo: Marimbique, 2012.

GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Racismo e antirracismo no Brasil. São Paulo: Editora 34, 1999.

ROCHA, Luciane. É antinegritude, não racismo, diz antropóloga sobre causa do extermínio da juventude periférica. [Entrevista concedida à] Maria Teresa Cruz. Ponte, meio digital, maio de 2019. Disponível em: <https://ponte.org/e-antinegritude-nao-racismo-diz-antropologa-sobre-causa-do-exterminio-da-juventude-periferica/> Acesso em: 12 de nov. 2022.

RODRIGUES, José Paz. Paulina Chiziane: uma escritora feminista moçambicana para celebrar o dia da mulher. PGL.gal, [S. l.], p. s/p, 4 mar. 2020. Disponível em: https://pgl.gal/pauina-chiziane-escritora-feminista-mocambicana/. Acesso em: 18 fev. 2021.

SOUZA, Jessé. A elite do atraso. Rio de Janeiro: Editora Estação Brasil, 2019.

Downloads

Publicado

05-11-2023

Como Citar

ALVES LOPES, M. C.; MARTINELLI FILHO, N. A perdiz em queda livre: uma análise da personagem Delfina em "O alegre canto da perdiz", de Paulina Chiziane, sob o viés da antinegritude. Revista Odisseia, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 79–99, 2023. DOI: 10.21680/1983-2435.2023v8n2ID31735. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/odisseia/article/view/31735. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos