Meu corpo ainda quente

o corpo feminino na obra de Sheyla Smanioto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2435.2023v8nEspecialID31921

Palavras-chave:

Corpo, Violência, Poder, Gênero, Imaginário

Resumo

As relações de poder se manifestam em nossas interações sociais e agem sobre os corpos de todos os indivíduos. O corpo, nesse sentido, constitui um elemento muito relevante na construção social das identidades masculinas e femininas — para as mulheres, possui o poder de tolher possibilidades de desenvolvimento pessoal, definindo suas funções sociais na família e na sociedade. Nesse cenário, partindo dos pressupostos constantes da teoria do imaginário de Gilbert Durand, o presente trabalho busca explorar, no contexto figurativo do romance Meu corpo ainda quente (2020), de Sheyla Smanioto a ideia de colonização do corpo feminino e as inúmeras violências dela decorrentes. A obra em análise, como expressão das condições sociais e históricas do tempo em que foi produzida, representa, a seu modo, a luta das mulheres pelo exercício de uma cidadania plena, historicamente construída pela reivindicação de uma voz que por muito tempo lhes foi negada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maíra Soalheiro Grade, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Graduada em Direito pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2009), Pós-Graduada Lato Sensu em Ciências Penais pela Universidade Anhanguera-Uniderp (2011) e Mestra em Políticas Públicas e Desenvolvimento pela UNILA - Universidade Federal da Integração Latino-Americana (2019). Doutorado em andamento em Sociedade, Cultura e Fronteiras pela UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Atualmente é analista judiciária junto ao Tribunal de Justiça do Paraná e Presidente do Conselho Municipal de Enfrentamento às Violências do Município de Santa Helena/PR. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito, atuando principalmente nos seguintes temas: violência, mulher, poder, gênero e direito.

Referências

BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bestbolso, 2014.

CERQUEIRA, D. Atlas da Violência 2021. São Paulo: FBSP, 2021.

DURAND, Gilbert. As Estruturas Antropológicas do Imaginário: introdução à arqueologia geral. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

DURAND, Gilbert. Campos do imaginário. Lisboa: Piaget, 2001.

DURAND, Gilbert. O imaginário: ensaio acerca das ciências e da filosofia da imagem. Rio de Janeiro: Difel, 2004.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil. Datafolha Instituto de Pesquisas. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2021/06/relatorio-visivel-e-invisivel-3ed-2021-v3.pdf. Acesso em: 27 jan. 2023.

JOACHIM, Sébastien. A poética do imaginário: uma introdução a Jean Burgos (1982). Signótica, Goiás, n. 8, jan./dez., p. 125-143, 1996.

MAFFESOLI, Michel. No fundo das aparências. Trad. Bertha Halpern Gurovitz. Petrópolis: Vozes, 2010.

MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades pós-modernas. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

MELLO, Ana Maria Lisboa de. Poesia e imaginário. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.

PERROT, M. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2017.

PITTA, Danielle Perin Rocha. Iniciação à teoria do imaginário de Gilbert Durand. Rio de Janeiro: Atlântica Editora, 2005.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

SMANIOTO, Sheyla. Meu corpo ainda quente. São Paulo: Nós, 2020.

WUNENBURGER, Jean-Jacques. O imaginário. Trad. Maria Stela Gonçalves. São Paulo: Loyola, 2007.

Downloads

Publicado

30-11-2023

Como Citar

SOALHEIRO GRADE, M. Meu corpo ainda quente: o corpo feminino na obra de Sheyla Smanioto. Revista Odisseia, [S. l.], v. 8, n. Especial, p. 19–35, 2023. DOI: 10.21680/1983-2435.2023v8nEspecialID31921. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/odisseia/article/view/31921. Acesso em: 22 dez. 2024.