Manifestações de um trauma
existir e resistir à violência contra as mulheres em Mulheres empilhadas, de Patrícia Melo
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2435.2023v8nEspecialID31959Palavras-chave:
Autoria feminina, Literatura brasileira, América LatinaResumo
Na América Latina, produções literárias de autoria feminina buscam contestar discursos sacralizados pelo sistema moderno/colonial e de gênero. Em Mulheres empilhadas (2019), a escritora Patrícia Melo destaca as múltiplas formas de violência contra as mulheres para pensar construções sociais brasileiras por meio de lentes que focalizam uma perspectiva diferente da que se edificou por séculos em relação aos corpos femininos. Neste artigo, pretendo analisar estratégias narrativas utilizadas pela autora para que temas como a dor e manifestações derivadas de processos traumáticos sejam abordados. Embasada nos estudos de Rita Segato (2003), que contextualiza os elementos estruturantes da violência latino-americana; María Lugones (2008), que enfatiza a perspectiva decolonial e a colonialidade de gênero; Zilá Bernd (2013), sobre memória e narrativas de resistência; e Lúcia Zolin (2019), que evidencia a Crítica Literária Feminista como metodologia para análise de textos literários – além de outras feministas latino-americanas que partem das epistemologias do Sul –, concluo que Mulheres empilhadas desafia concepções patriarcais ao representar a luta coletiva de mulheres enquanto possibilidade de resistência.
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