Gradações do necropoder em O avesso da pele: o caráter insurgente da literatura
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2435.2024v9n2ID33959Palavras-chave:
O avesso da pele, Necropolítica, Negritude, Literatura Contemporânea, Literatura insurgenteResumo
O presente artigo objetiva suscitar representações e práticas necropolíticas na obra O avesso da pele, de Jeferson Tenório, evidenciadas, principalmente, a partir das trajetórias de vida dos personagens Henrique e Martha, recuperadas pela narrativa memorialística do filho Pedro, na qual os pais assumem, respectivamente, a simbologia de uma ferida no estômago e de um poço sem fundo. Nesse contexto, toma-se como metodologia perceber como O avesso da pele, romance contemporâneo, desmascara múltiplas formas de violência empregadas sobre corpos marginalizados, em que a cidade de Porto Alegre pode ser apreendida como uma metonímia do próprio país do qual faz parte. Espera-se, com essa análise, reafirmar, como conclusão de estudo, o caráter insurgente da literatura no combate às violências vividas, cotidianamente, pela população negra no Brasil, sendo ela, em si, novo caminho para representar, para resistir e para transformar o cenário necropolítico que existe, neste território, desde o Brasil colônia.
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