A loucura, os loucos e o risível em O Alienista, de Machado de Assis
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2435.2025v10n1ID37623Palavras-chave:
Machado de Assis, O Alienista, loucura, HumorResumo
Loucura e humor são aspectos amplamente discutidos na obra de Machado de Assis. Com o objetivo de acrescentar contribuições sobre a novela O Alienista (1882), a partir da pesquisa de mestrado de Mendes Junior (2022), este artigo analisa como a comicidade se estrutura ao longo da narrativa por meio dos recursos humorísticos da paródia, da caricatura e da sátira, tornando risível a representação da loucura como alegoria do poder das elites. Para isso, consideraram-se os estudos de Propp (1992), Teixeira (2010), Sá Rego (1989) e Foucault (1978), entre outros. Constatou-se que a publicação da novela tinha como objetivo formar um público leitor feminino e engajá-lo nas discussões filosóficas e políticas, valendo-se do humor dos “loucos” para denunciar os excessos da doutrina positivista, a insipiência da psiquiatria, o moralismo e a busca ilusória de status na sociedade brasileira do século XIX.
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