Introspecção em Hannah Arendt

Rahel Varnhagen, uma pária em busca do mundo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2109.2018v25n48ID14055

Palavras-chave:

Introspecção, Mundo, Rahel Varnhagen, Arendt

Resumo

O tema da introspecção aparece em A condição humana (1958) no último capítulo. Nessa oportunidade, Arendt discorre sobre a introspecção e a perda do senso comum. Nesse contexto, entendemos a perda do senso comum como a perda do sentido compartilhado ou, em outras palavras, como o esvaziamento do mundo. Quando a introspecção se torna uma característica do indivíduo pautada nesse movimento de voltar-se a si, o que está em jogo é o mundo. Ou seja, implica na perda do que nos faz políticos, se perde a pluralidade. Rahel Varnhagen foi, em nosso entendimento, a maior expressão dessa introspecção trabalhada por Hannah Arendt. Segundo Arendt, em Rahel, a realidade é subsumida no recôndito da “alma” e, em resguardo, já não deseja o mundo. Assim, fica a questão: é possível constituir vida pública enquanto vida política pautada na introspecção? Tomamos como aporte bibliográfico as obras A condição humana (1958) e Rahel Varnhagen (1957). Elegemos como metodologia a exegese textual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ricardo George de Araújo Silva, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Federal do Ceará (UFC)

Mestre em Filosofia (UFC) e doutorando em filosofia (UFC). Professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Sobral-CE. Editor da Revista Reflexões de Filosofia e da coleção Reflexões de Filosofia. Líder do Grupo de Pesquisa em Política, Eduação e Ética (GEPEDE/UVA/CNPQ).

Referências

AGUIAR, Odílio. A resistência em Hannah Arendt: da política à ética, da ética à política. In: DUARTE, André et al. (Org.). A banalização da violência: a atualidade do pensamento de Hannah Arendt. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2004. p. 247-262.

AGUIAR, Odílio. Filosofia política e ética em Hannah Arendt. Ijuí: Unijuí, 2009.

AGUIAR, Odílio. Necessidade e liberdade em Hannah Arendt. Princípios. Natal, v. 19, n. 32, jul.-dez. 2012, p. 35-54. Disponível em: <https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/7562/5625>. Acesso em: 4 abr. 2018.

AGUIAR, Odílio; MARIANO, Rosiane. A poesia de Hannah Arendt. Revista ArteFilosofia. Ouro Preto, n. 15, dez. 2013, p. 119-132. Disponível em: <https://www.periodicos.ufop.br/pp/index.php/raf/article/view/539/495>. Acesso em: 4 abr. 2018.

ADVERSE, Helton. Arendt e a crítica ao romantismo na biografia de Rahel Vanhagem. Argumentos. Fortaleza, v. 5, n. 9, jan.-jun. 2013. p. 79-96.

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.

ARENDT, Hannah. Correspondence - Hannah Arendt / Karl Jaspers: 1926-1969. Ed. Lotte Kohler and Hans Saner. Trad. Robert and Rita Kimber. San Diego, New York, London: Harvest, 1992.

ARENDT, Hannah. Rahel Varnhagen: a vida de uma judia alemã na época do Romantismo. Trad. Antônio Trânsito e Gernot Kludasc. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

ARENDT, Hannah. Jewish writings. Ed. Jerome Kohn and Ron H. Feldman. New York: Schocken, 2007.

ARENDT, Hannah. Compreender: formação, exílio e totalitarismo – ensaios. Trad. Denise Bottman. São Paulo: Cia. das Letras; Belo Horizonte: UFMG. 2008a.

ARENDT, Hannah. Homens em tempos sombrios. Trad. Denise Bottman. São Paulo: Compania das Letras, 2008b.

ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. Rev. Adriano Correia. Rio de janeiro: Forense Universitária, 2014.

ARENDT, Hannah. Escritos judaicos. Trad. Laura Degaspare Monte Mascaro, Luciana Garcia de Oliveira, Thiago Dias da Silva. Barueri: Amararilys, 2016.

BENHABIB, Seyla. The reluctant modernismo of Hannah Arendt. New York: Rowman & Littlefield, 2003.

BERNSTEIN, Richard. Hannah Arendt and the Jewish question. Cambridge: MIT, 1996.

CALVET, Theresa. Somos do mundo e não apenas no mundo. Separata de: CORREIA, Adriano; NASCIMENTO, Mariângela. (Org.). Hahhah Arendt: entre o passado e o futuro. Juiz de Fora: UFJF, 2009. p. 73-88. 13 p. Disponível em:<http://www.fafich.ufmg.br/~tcalvet/Somos%20do%20mundo%20e%20n%E3o%20apenas%20no%20mundo.pdf>. Acesso em: 6 abr. 2018.

FELDMAN, Ron. O judeu como pária: o caso de Hannah Arendt. In: ARENDT, Hannah. Escritos judaicos. Trad. Laura Degaspare Monte Mascaro, Luciana Garcia de Oliveira, Thiago Dias da Silva. Barueri: Amararilys, 2016. p. 57-107.

YOUNG-BRUEHL, Elizabeth. Hannah Arendt: por amor ao mundo. Trad. Antônio Trânsito. Rev. Téc. Eduardo Jardim. Rio de Janeiro: Relumé-Dumará, 1997.

WATSON, David. Hannah Arendt. Trad. Luiz Antônio Aguiar e Marisa Sobral. Rio de Janeiro: Difel, 2001.

Downloads

Publicado

03-09-2018

Como Citar

SILVA, R. G. de A. Introspecção em Hannah Arendt: Rahel Varnhagen, uma pária em busca do mundo. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 25, n. 48, p. 231–258, 2018. DOI: 10.21680/1983-2109.2018v25n48ID14055. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/14055. Acesso em: 18 abr. 2024.