Inferência da única explicação e eliminação de hipóteses: Uma abordagem pragmática
DOI:
https://doi.org/10.21680/1983-2109.2022v29n59ID23073Palavras-chave:
Inferência da única explicação; Eliminação de hipóteses; Abordagem pragmáticaResumo
Um dos debates atuais em filosofia da ciência diz respeito ao status das hipóteses descartadas em processos de escolha de teorias. Por um lado, temos a inferência da única explicação, defendida pelo filósofo realista Alexander Bird: quando ocorre uma escolha entre teorias que buscam explicar uma evidência, seleciona-se a melhor delas e, como as outras foram refutadas, temos apenas uma única explicação da evidência. Por outro lado, o filósofo antirrealista Kyle Stanford entende que, em situações de escolha de teorias, é possível que ocorra uma eliminação prematura de hipóteses, de modo que algumas hipóteses teriam sido desconsideradas pela comunidade científica. Ambas propostas possuem uma natureza exclusivamente epistemológica; ou seja: elas tratam apenas da relação entre as hipóteses e as evidências empíricas. Contudo, casos de escolha de teorias podem também ser tratados a partir de um enfoque pragmático, o qual considera não apenas a relação entre hipóteses e as evidências empíricas, mas também a dinâmica da comunidade científica na qual se infere a única explicação e certas hipóteses são descartadas.
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