A questão da guerra: Entre Carl Schmitt e Hannah Arendt

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2109.2022v29n60ID26962

Palavras-chave:

Guerra; Amigo-Inimigo; Armas nucleares; Político; Estado.

Resumo

O artigo apresenta uma reflexão sobre a guerra a partir de Carl Schmitt e Hannah Arendt. Para tanto, realiza-se um recorte na obra de cada autor. De Carl Schmitt, discute-se o livro O conceito do político (2009) que contém ainda A teoria do Partisan. De Hannah Arendt, restringe-se a Sobre a violência (2001), A promessa da política (2020), e alguns ensaios contidos em Entre o passado e o futuro (2009). Neste sentido, Carl Schmitt permite discutir o papel da inimizade para a decisão acerca da guerra e como essa situação-limite, ao mesmo tempo, constitui e afeta a dimensão do político. Já Hannah Arendt permite delinear certos traços constitutivos das guerras modernas que escapam à preocupação central Schmittiana, sobretudo o perigo intrínseco da inimizade produzir não a intensificação do político, mas a eliminação da vida humana sobre à Terra. Trata-se, enfim, de pensar o efeito do avanço tecnológico no campo dos assuntos humanos e como essa tópica transforma o estatuto da guerra.

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Biografia do Autor

Mário Sérgio de Oliveira Vaz, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutorando pela UFPR.

Maria Fernanda dos Santos, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutoranda pela UFPR

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Publicado

25-11-2022

Como Citar

DE OLIVEIRA VAZ, M. S.; DOS SANTOS, M. F. A questão da guerra: Entre Carl Schmitt e Hannah Arendt. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 29, n. 60, p. 190–212, 2022. DOI: 10.21680/1983-2109.2022v29n60ID26962. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/26962. Acesso em: 11 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Carl Schmitt e o pensamento político contemporâneo