Sarton e Kuhn: o papel de Robert Boyle na química do século XVII

Autores

  • Amélia de Jesus Oliveira Faculdade João Paulo II- Marília-SP Unicamp/FAPESP (Programa de Pesquisador de Pós-Doutorado)

Palavras-chave:

Boyle, história da química, Kuhn, nova historiografia, Sarton.

Resumo

Sarton e Kuhn ocupam um lugar de destaque nas discussões sobre a historiografia da ciência. Além de terem se mostrado defensores pertinazes da importância dos estudos históricos do desenvolvimento científico, eles têm em comum o fato de terem sido contemporâneos na Universidade de Harvard. As diferenças entre eles, no entanto, superam em muito esses traços comuns, a ponto de suas visões serem consideradas incompatíveis por seus intérpretes e pelo próprio Kuhn, que analisa criticamente a obra sartoniana. A discussão de algumas dessas diferenças é o que move esse trabalho, no qual buscamos traçar um paralelo entre as perspectivas históricas dos dois pensadores, com foco sobre o papel de Robert Boyle no desenvolvimento da química no século XVII. Para tanto, exploramos particularmente as considerações de Kuhn e Sarton em dois textos que publicaram sobre Boyle no início dos anos 50. Podemos verificar aí algumas das diferenças cruciais entre uma história da ciência mais antiga e a nova historiografia, anunciada por Kuhn dez anos mais tarde em A estrutura das revoluções científicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Amélia de Jesus Oliveira, Faculdade João Paulo II- Marília-SP Unicamp/FAPESP (Programa de Pesquisador de Pós-Doutorado)

Graduação em Letras e Filosofia (UNESP)

Mestrado em Filosofia (UNESP)

Doutorado em Filosofia (UNICAMP)

Pós-doutoranda em Filosofia (UNICAMP-FAPESP)

Referências

BUTTERFIELD, H. The Whig Interpretation of History. New York: W. W. Norton & Company, 1965.

BERNARD COHEN, I. Alexandre Koyré in America: some personal reminiscences. In: REDONDI, P. (Ed.) Science: the Renaissance of a history. History and Techonology 4, 1-4. Proceedings of the International Conference – Paris, June 1986, p. 55-70. London: Harwood Academic Publishers, 1987.

CLAGETT, M. George Sarton: Historian of Medieval Science. Isis, v. 48, n. 3, set. 1957, p. 320-322.

CROMBIE, A. C. Review of The Appreciation of Ancient and Medieval Science during the Renaissance (1450-4600) and Six Wings. Men Of Science in the Renaissance: The British Journal for the Philosophy of Science, v. 10, n. 38, ago. 1959, p. 164-165.

CROMBIE, A. C. Historia de la ciencia: de San Agustin a Galileo. Tradução espanhola de José Bernia. Madrid: Alianza, 1974.

DELORME, A. Review of Léonard de Vinci et la expérience scientifique au XVIe siècle. Revue d’histoire des sciences et de leurs applications, v. 7, n. 4, 1954, p. 379-382.

KRAGH, H. The historiography of Science. Cambridge: Cambridge University Press, 1989.

KUHN, T. S. Robert Boyle and Structural Chemistry in the Seventeenth Century. Isis, v. 43, n. 1, jan. 1952, p. 12-36.

KUHN, T. S. The Structure of Scientific Revolutions. Chicago: University of Chicago Press, 1970.

KUHN, T. S. The Essential Tension. Chicago: University of Chicago Press, 1977.

KUHN, T. S. The Road Since Structure. Chicago: University of Chicago Press, 2000.

METZGER, H. La méthode philosophique en histoire des science. Textes 1914-1939. Paris: Fayard, 1987.

MIELI, A. Panomara General de Historia de la ciência. Buenos Aires: Espasa-Calpe Argentina, 1951. v. 1.

ROLLER, D. A. D. A História da ciência e seu estudo nos Estados Unidos. In: ROLLER, D. A. D. et al. (Org.). Iniciação à história da ciência. São Paulo: Cultrix, 1966.

RUPERT HALL, A. Can the History of Science be History? The Bristish Journal for the History of Science, v. 4, n. 3, 1969, p. 207-220.

SARTON, G. Introduction to the History of Science. Baltimore: Williams and Wilkins, 1927. Vol. I.

SARTON, G. Preface. In : McMURRICH, J. P. Leonardo da Vinci, the Anatomist (1452-1519). Baltimore: The Williams & Wilkins Company, 1930.

SARTON, G. Boyle and Bayle, the Sceptical Chemist and the Sceptical Historian. Chymia, v. 3, 1950, p. 155-189.

SARTON, G. A History of Science: Ancient Science through the Golden Age of Greece. Cambridge: Harvard University Press, 1959.

SARTON, G. The Quest for Truth: Scientific Progress during the Renaissance. In: FERGUNSON, W. et al. (Ed.). The Renaissance. Six Essays. New York: Harper Torchbooks, 1962.

STRELSKY, K. Bibliography of the publications of George Sarton. Isis, v. 48, n. 3, set. 1957, p. 336-350.

Downloads

Publicado

12-02-2016

Como Citar

OLIVEIRA, A. de J. Sarton e Kuhn: o papel de Robert Boyle na química do século XVII. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 22, n. 39, p. 163–191, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/7440. Acesso em: 23 nov. 2024.