Sarton e Kuhn: o papel de Robert Boyle na química do século XVII

Autores

  • Amélia de Jesus Oliveira Faculdade João Paulo II- Marília-SP Unicamp/FAPESP (Programa de Pesquisador de Pós-Doutorado)

Palavras-chave:

Boyle, história da química, Kuhn, nova historiografia, Sarton.

Resumo

Sarton e Kuhn ocupam um lugar de destaque nas discussões sobre a historiografia da ciência. Além de terem se mostrado defensores pertinazes da importância dos estudos históricos do desenvolvimento científico, eles têm em comum o fato de terem sido contemporâneos na Universidade de Harvard. As diferenças entre eles, no entanto, superam em muito esses traços comuns, a ponto de suas visões serem consideradas incompatíveis por seus intérpretes e pelo próprio Kuhn, que analisa criticamente a obra sartoniana. A discussão de algumas dessas diferenças é o que move esse trabalho, no qual buscamos traçar um paralelo entre as perspectivas históricas dos dois pensadores, com foco sobre o papel de Robert Boyle no desenvolvimento da química no século XVII. Para tanto, exploramos particularmente as considerações de Kuhn e Sarton em dois textos que publicaram sobre Boyle no início dos anos 50. Podemos verificar aí algumas das diferenças cruciais entre uma história da ciência mais antiga e a nova historiografia, anunciada por Kuhn dez anos mais tarde em A estrutura das revoluções científicas.

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Biografia do Autor

Amélia de Jesus Oliveira, Faculdade João Paulo II- Marília-SP Unicamp/FAPESP (Programa de Pesquisador de Pós-Doutorado)

Graduação em Letras e Filosofia (UNESP)

Mestrado em Filosofia (UNESP)

Doutorado em Filosofia (UNICAMP)

Pós-doutoranda em Filosofia (UNICAMP-FAPESP)

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Publicado

12-02-2016

Como Citar

OLIVEIRA, A. de J. Sarton e Kuhn: o papel de Robert Boyle na química do século XVII. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 22, n. 39, p. 163–191, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/7440. Acesso em: 13 nov. 2024.