Crença no mundo exterior: um diálogo entre Hume e Berkeley
Abstract
No Tratado, Hume procura investigar as causas da crença nos objetos exteriores, admitindo ser impossível provar se os mesmos existem ou náo. Sua análise consistirá na investigaçáo da origem da inteligibilidade das noções de continuidade e distinçáo dos objetos sensíveis, em última instância, a crença do senso comum na continuidade e distinçáo das próprias percepções. Este texto pretende mostrar como essa discussáo humeana é um diálogo direto com a filosofia berkeleyana, a defesa humeana da crença na matéria implicando inicialmente uma certa aceitaçáo da filosofia de Berkeley, para, na seqüência, representar uma dissensáo direta com o seu princípio fundamental: ser é ser percebido. Tais colocações têm, entre outras, a finalidade de argumentar que Berkeley exerce um papel central na filosofia humeana, nesse caso como seu interlocutor direto, e que a compreensáo desse papel é parte obrigatória de um melhor esclarecimento do problema da objetividade em Hume.
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