Amar a Pátria mais do que a própria Alma: Corrupção, Conflito e Liberdade em Maquiavel

Autores/as

  • Jean Felipe de Assis UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.21680/1983-2109.2022v29n58ID25043

Palabras clave:

Maquiavel; Corrupção; Liberdade; Conflito; Facções

Resumen

A corrupção, inexorável nos regimes políticos e nos costumes sociais, pode ser a condição para a restauração da cidade ou a causa de sua ruína, adquirindo contornos ambíguos e ambivalentes em muitas passagens do corpus Maquiaveliano. Ela pode ser utilizada para conquistar o domínio, embora cause grandes dificuldades para a sua manutenção, mas também incentivada para o enfraquecimento das instituições com a finalidade de aumentar os benefícios das facções em disputas em uma cidade. Desse modo, o crescimento da corrupção, um mal social, destrói a civilidade e perverte os costumes dos cidadãos, subjugando a liberdade. O amor à pátria deve incentivar contínuas batalhas à corrupção, abolindo as facções mediante conflitos que visem à satisfação de todos os cidadãos para a manutenção da liberdade. Analisar-se-ão passagens significativas no corpus de Maquiavel sobre a corrupção (P. VII; D. I.10;16;17;18;29; IF. III.5); discutir-se-ão algumas consequências da corrupção e algumas formas de conter seus efeitos ao fundar novas ordens ou refundar a partir dos princípios norteadores de um regime existente; e, por fim, apresentar-se-á a relevância do pensamento do secretário florentino sobre a corrupção nos pensamentos republicanos modernos e contemporâneos.

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Publicado

28-02-2022

Cómo citar

DE ASSIS, J. F. Amar a Pátria mais do que a própria Alma: Corrupção, Conflito e Liberdade em Maquiavel . Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 29, n. 58, p. 122–151, 2022. DOI: 10.21680/1983-2109.2022v29n58ID25043. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/25043. Acesso em: 22 dic. 2024.