A ascese do Banquete e os limites da filosofia

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DOI :

https://doi.org/10.21680/1983-2109.2020v27n54ID19057

Mots-clés :

Ascese, Filosofia, Limites

Résumé

Neste artigo, apresentarei todos os passos da ascese dialética do Banquete (210a-212b) com o intuito de defender que, ao contrário do que comumente vemos ser defendido pela maior parte dos intérpretes deste diálogo platônico, o télos da scala amoris, ao invés de se constituir como algo plenamente alcançável àqueles que até ali ascenderam, apresenta-se, na verdade, como um limite às capacidades humanas. O filósofo, na leitura por mim adotada, não seria aquele que pacificamente galgou os degraus da ascese dialética e ao fim de seus esforços entrou em comunhão com a Forma do belo, mas aquele que, precisamente por conhecer os limites de suas capacidades, reconhece até onde pode chegar em sua busca incessante pelo saber.  

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Matheus Abreu Pamplona, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando no Programa de Pós-Graduação Lógica e Metafísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Publié-e

04-10-2020

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ABREU PAMPLONA, M. A ascese do Banquete e os limites da filosofia. Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), [S. l.], v. 27, n. 54, p. 157–190, 2020. DOI: 10.21680/1983-2109.2020v27n54ID19057. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/principios/article/view/19057. Acesso em: 21 nov. 2024.