REVER O PENSAMENTO DE SÓCRATES NA OBRA DE ESPINOSA
Keywords:
Preconceitos, Ideologia, Dominação, Ética, LibertaçãoAbstract
Sócrates e Espinosa são biotipologicamente diferentes, mas
iguais no pensamento filosófico e, consequentemente, também na
opção política. Consideram ambos que os preconceitos cristalizados
na ideologia do senso comum são o maior obstáculo ao
desenvolvimento da democracia e à emancipação humana. Daí a
determinação de ambos em desconstruir as falsas verdades,
denunciando ao mesmo tempo os poderes sociais que, nas
respetivas pátrias, estribam na credulidade do povo a continuidade
da sua dominação ilegítima. Os métodos são diferentes. O primeiro
usa a interpelação oral, refutando nos seus diálogos de rua a
presunção de verdade dos preconceitos ideológicos e abstendo-se
(aparentemente) de ir além da mera refutação. O segundo usa a
mediação do texto escrito e, por isso, a dimensão construtiva do seu
discurso filosófico é mais patente e elaborada. No entanto, como se
verá, as premissas antropológicas e a compreensão do sentido da
vida e do mundo são exatamente as mesmas. Por isso, lendo a obra
de Espinosa, facilmente reconhecemos aí, quase decalcado, o
pensamento de Sócrates.
Downloads
References
ARISTÓFANES. Les nuées. Tome I. Trad. Hilaire Van Daele. Paris: Les Belles Lettres,1967.
BAYLE, Pierre. Dictionnaire Historique et Critique, vol. III. Roterdão: Michel Bohm, 1720.
CICERO. Tusculan Disputations. New York: Harper & Brothers Publishers, 1888.
CLOCHÉ, Paul. La restauration démocratique a Athènes en 403 a.C., Paris: Ernest Leroux, 1915.
COLERUS, Jean. La vie de Benoît de Spinoza, in SPINOZA, Oeuvres Complètes. Tradução, introdução e notas de R. Callois, M. Francès e R. Misrahi. Paris: Gallimard, 1954.
DAMÁSIO, António. Ao Encontro de Espinosa. As Emoções Sociais e a Neurologia do sentir. Lisboa: Publicações Europa-América, 2003.
FRIEDMANN, Georges. Leibniz et Spinoza, Paris: Éditions Gallimard, 1962.
HEGEL. La raison dans l’histoire. Tradução, introdução e notas de Kostas Papaionnou, Librairie Plon, 1965.
HOBBES. Le citoyen ou les fondements de la politique. Tradução de S. Sorbière, Paris: Flammarion, 1982.
LUCAS, La vie de Spinoza, in SPINOZA, Oeuvres Complètes, Paris: Gallimard, 1954.
PINTO, F. Cabral. A heresia política de Espinosa. Lisboa: Livros Horizonte, 1990.
PINTO, F. Cabral. Sócrates, um “filósofo bastardo”. 2ª ed., Lisboa: Instituto Piaget, 2002.
PLATÃO. Diálogos. Tradução de Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Edições Melhoramento, 1970.
SKINNER, B. F. Para além da liberdade e da dignidade. Tradução de Joaquim L. Duarte Peixoto. Lisboa: Edições 70, 1974.
SKINNER, B. F. Walden dos, hacia una sociedad científicamente Construída. Tradução de Santiago Lorente Arenas. Martínez Roca, Barcelona, 1984.
SPINOZA. Oeuvres (1-4). Traduction, notices et notes de Charles Appuhn, Paris: Garnier-Flamarion, 1964-1966.
XÉNOPHON. Oeuvres III. Tradução de Pierre Chambry. Paris: Garnier-Flamarion, 1967.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution License that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.
Português (Brasil)
English
Español (España)
Français (Canada)