TRANSTORNOS ALIMENTARES E MANIFESTAÇÕES ORAIS EM ADOLESCENTES
DOI:
https://doi.org/10.21680/2446-7286.2019v5n3ID19204Resumo
Introdução: Os transtornos alimentares são distúrbios psiquiátricos debilitantes, caracterizados por desordem persistente nos hábitos alimentares ou nos comportamentos do controle de massa corporal. Objetivo: Avaliar, dentre adolescentes de três escolas públicas de ensino médio em Natal-RN, a prevalência dos transtornos alimentares e descrever manifestações odontológicas relacionadas. Metodologia: Estudo realizado em duas fases, utilizando-se um questionário autoaplicável, Body Shape Questionnaire-BSQ para selecionar a amostra. Os selecionados foram submetidos a uma avaliação partindo da história médica pregressa e exame clinico odontológico, para diagnosticar as manifestações orais presentes. Resultados: Fase 1: Dos 231 alunos que responderam o questionário, 9 foram selecionados. No exame clínico observou-se que 22,2% dos avaliados apresentavam perda inicial da textura da superfície dentária na face palatina do segundo sextante, em 77,7% constatou-se hipertrofia da glândula parótida, 66,6% obtiveram escore 2 no Registro Periodontal Simplificado (PSR) e 11,1% dos examinados tinha queilite angular. Na fase 2: Dos 264 estudantes que responderam ao BSQ, 29 estavam abaixo do peso, 164 jovens apresentavam peso ideal, 24 peso muito abaixo do normal, enquanto a situação de sobrepeso foi observada em 47 estudantes. Quanto ao questionário 25 (9%) apresentaram algum grau de distúrbio de distorção de imagem corporal, dentre os quais 80% do sexo feminino e 20% do sexo masculino. Conclusões: Foram encontrados episódios de regurgitação associados a má nutrição e incorreta higienização da cavidade oral que favoreceu o aparecimento de alterações bucais. As principais manifestações encontradas foram: erosão dentária (22,2%), hipertrofia das glândulas salivares parótidas (77,7%), escore 2 no Registro Periodontal Simplificado-PSR (66,6%) e queilite angular (11,1%). É fundamental instrumentalizar o cirurgião-dentista a reconhecer tais manifestações, a trabalhar com abordagem multidisciplinar visando a melhoria da qualidade de vida do jovem, tratando as sequelas e ajudando-o a superar suas necessidades. A maior limitação do estudo foi o encaminhamento desses jovens para tratamento.
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