RELAÇÕES HISTÓRICAS ENTRE EPIDEMIAS E O AMBIENTE URBANO NO BRASIL
SÍNTESE INTRODUTÓRIA
DOI:
https://doi.org/10.21680/2448-296X.2021v6n2ID23665Palavras-chave:
EPIDEMIA, ESPAÇO CONSTRUÍDO, HIS´T´ÓRIA, ARQUITETURAResumo
Em janeiro de 2020 a OMS declarou a epidemia do Coronavírus, causador da doença Covid-19, uma emergência internacional de saúde. Entretanto, não é a primeira vez na história que um vírus se propaga de forma acelerada, causando pânico e transformando as relações espaciais. No cenário mundial, a gripe russa (1889-1890) e a gripe espanhola (1918-1919) acometeram grandes grupos populacionais e foram responsáveis por diversas transformações de caráter político, econômico e social. No Brasil, durante os séculos XIX e XX, grandes epidemias puderam ser relacionadas à falta de infraestrutura resultante do crescimento urbano desordenado, como a tuberculose (1850-1950), varíola (1886-1960) e febre amarela (1960-1962). Este artigo objetiva compreender aspectos relacionados à influência histórica entre as estratégias de mitigação da proliferação de epidemias e os processos de intervenção urbana de forma a sintetizar a cronologia da emergência dessas doenças no Brasil. Busca, assim, relacionar as transformações formais urbanas decorrentes. Para isso foi feita um busca em bibliografias diversas (como periódicos e revistas de arquitetura e urbanismo), especialmente aquelas disponíveis em bibliotecas virtuais. Através dessa síntese, pode-se perceber o papel fundamental que as doenças tiveram nas transformações espaciais, tanto do tecido urbano, como da própria arquitetura, refletindo o pensamento moderno de preocupação com a saúde do espaço construído e comportamentos humanos.
Downloads
Referências
ACERVO CASA DE OSWALDO CRUZ. Reforma de Pereira de Passos. Disponível em: <http://oswaldocruz.fiocruz.br/index.php/biografia/trajetoria-cientifica/na-diretoria-geral-de-saude-publica/reforma-pereira-passos>. Acesso em: 04 de setembro de 2020.
BASTOS, Fernando; KRASILCHIK, Myriam. Pesquisas sobre a febre amarela (1881-1903): uma reflexão visando contribuir para o ensino de ciências. Ciênc. Educ. (Bauru) [online]. 2004, vol.10, n.3, pp. 417-442.
BENCHIMOL, Jaime Larry. Febre Amarela: a doença e a vacina, uma história inacabada. Rio de Janeiro: Editora Fio Cruz, 2001. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/4nktq>. Acesso em: 13 de setembro de 2020.
BONDUKI, Nabil. Plano de Avenidas. Folha de S.Paulo, São Paulo, 14 de fevereiro de 1997. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/2/14/caderno_especial/15.html>. Acesso em: 04 de setembro de 2020.
BRASILIANA FOTOGRÁFICA. Quartos em tela metálica para isolamento de doentes atacados de Febre Amarela. Disponível em: <http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/5746>. Acesso em: 14 de setembro de 2020.
BROWN, Theodore M.; CUETO, Marcos; FEE, Elizabeth. A transição de saúde pública ‘internacional’ para ‘global’ e a Organização Mundial de Saúde. Hist. Cien. Saúde-Manguinhos [online]. 2006, vol.13, n.3, pp. 623-647.
CAMPOS, Eudes. Casas e vilas operárias paulistanas. Informativo Arquivo Histórico Municipal, 19 de julho de 2008. Disponível em: <http://www.arquivohistorico.sp.gov.br>. Acesso em: 13 de setembro de 2020.
CARVALHO. Antonio Pedro Alves de; GUEDES, Félix de Jesus; SOUZA, Cleiton Marques de Jesus. A arquitetura curativa do Sanatório de Santa Terezinha. Ambiente Construído [online]. Porto Alegre, v.20, n.3, pp. 165-178. 2020.
COSTA, Renato Gama-Rosa. Apontamentos para a arquitetura hospitalar no Brasil: entre o tradicional e o moderno. História, Ciências, Saúde – Manguinhos [online]. Rio de Janeiro, v. 19, supl. 1, pp. 53-66, dez.2011.
Em 1918, times paulistas souberam esperar pelo fim da gripe espanhola. A TRIBUNA, 30 abril de 2020. Disponível em: <https://www.atribuna.com.br/esportes/maisesportes/em-1918-times-paulistas-souberam-esperar-pelo-fim-da-gripe-espanhola-1.99097>. Acesso em: 14 de setembro de 2020.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1989.
GOULART, Adriana da Costa. Revisando a espanhola: a gripe pandêmica de 1918 no Rio de Janeiro. Hist. cienc. saúde-Manguinhos [online]. 2005, vol.12, n.1, pp. 101-142.
GURGEL, Cristina B. F. Martin. “1918: a gripe espanhola desvendada?”. Rev. Bras. Clin. Med. [online]. São Paulo, out-dez 2013, pp 01-06.
HIJJAR, Miguel Aiub; GERHARDT, Germano; TEIXEIRA, Gilmário M.; PROCÓPIO, Maria José. Retrospecto do controle da tuberculose no Brasil. Rev. Saúde Pública [online]. 2007, vol.14, suppl. 1, pp. 50-57.
KILLINGRAY, David. A pandemia de gripe de 1918-1919: causas, evolução e consequências. In: Jose Manuel Sobral, ed. A Pandemia Esquecida: Olhares comparados sobre a pneumónica 1918-19. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, pp. 41-91, 2009.
MACIEL, Marina de Souza; MENDES; Plínio Duarte; GOMES, Andréia Patrícia; BATISTA, Rodrigo Siqueira. A história da tuberculose no Brasil: os muitos tons (de cinza) da miséria. Rev. Bras. Clin. Med. [online]. São Paulo, 2012, pp. 226-230.
MARANHÃO, Eduardo Severiano Ponce. Cholera Morbus, 2010. 28 slides. Disponível em: <http://ensp.fiocruz.br/>. Acesso em: 16 de setembro de 2020.
MARICATO, Ermínia. Urbanismo na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras. São Paulo e perspectiva, v.14, n.4, pp. 21-33, 2000.
MASTROMAURO, Giovana Carla. Alguns aspecto da saúde pública e do urbanismo higienista em São Paulo no final do século XIX. Cadernos de História da Ciência, v.6, n.2, pp. 45-64, 2010.
MASTROMAURO, Giovana Carla. Surtos epidêmicos, teoria miasmática e teoria bacteriológica: instrumentos de intervenção nos comportamentos dos habitantes da cidade do século XIX e início do XX. São Paulo, jul. 2011.
MIYAHARA, Paula. Zoneamento e segregação em São Paulo. Disponível em: <https://caosplanejado.com/zoneamento-e-segregacao-em-sao-paulo/>. Acesso em: 04 de setembro de 2020.
PINTO, S. L. C.; FRANCISCO FILHO, L. L.; SPERANDIO, A. M. G.. Diálogo entre Urbanismo e Promoção da Saúde. Intellectus. Revista Acadêmica Digital da Faculdade de Jaguariúna, v. VIII, p. 08-27, 2012.
QUEIROZ, Renato da Silva. As epidemias como fenômenos sociais totais: o surto da gripe espanhola em São Paulo (1918). Revista USP [online]. N.63, pp. 65-73, 1 nov. 2004.
REBELO, Fernanda; MAIO, Marcos Chor; HOCHMAN, Gilberto. O princípio do fim: o “torna-viagem”, a imigração e a saúde pública no Porto do Rio de Janeiro em tempos de cólera. Estudos Históricos[online]. Rio J, 2011, vol.24, n.47, pp. 69-87.
SANTOS, Luiz Antonio de Castro. Um século da Cólera: Itinerário do Medo. PHYSIS [online]. 1994, vol. 4, n. 1, pp. 79-110.
SILVA, Simone de Aguiar da. Entre (des)encantos mil da cidade maravilhosa: instalação dos banheiros públicos (1902-1906). Tese (Doutorado em Enfermagem e Biociências) – Universidade Federal do Rio de Janeiro - UNIRIO. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: <http://www.repositorio-bc.unirio.br:8080/xmlui/handle/unirio/11685>. Acesso em: 13 de setembro de 2020.
SPERANDIO, Ana Maria Girotti; FRANCISCO FILHO, Lauro Luiz; MATTOS, Thaigo Pedrosa. Política de promoção da saúde e planejamento urbano: articulações para o desenvolvimento da cidade saudável. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, pp. 1931-1938, 2016.
TOOGE, Rikardy. Uma Ideia de Prestes Maia: O Plano de Avenidas de São Paulo. São Paulo in foco, São Paulo, 10 de junho de 2014. Disponível em: <http://www.saopauloinfoco.com.br/plano-avenidas/>. Acesso em: 15 de setembro de 2020.
UJVARI, Stefan Cunha. A história da humanidade contada pelos vírus: Bactérias, parasitas e outros microorganismos. São Paulo: Editora Contexto, 2012.
UJVARI, Stefan Cunha. A história e suas epidemias: A convivência do homem com os microrganismos. Rio de Janeiro: Editora Senac, 2003.
WERMELINGER, Eduardo Dias; CARVALHO, Raimundo Wilson de. Métodos e procedimentos usados no controle do Aedes aegypti na bem-sucedida campanha de profilaxia da febre amarela de 1928 e 1929 no Rio de Janeiro. Epidemiol. Serv. Saúde [online]. Brasília, 2016, vol. 25, n.4, pp. 837-844.
WESTIN, Ricardo. Em 1918, gripe espanhola espalhou morte e pânico e gerou a semente do SUS. EL PAÍS., 15 março de 2020. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-03-16/em-1918-gripe-espanhola-espalhou-morte-e-panico-e-gerou-a-semente-do-sus.html>. Acesso em: 10 de setembro de 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual segundo a qual é permitido o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir, separadamente, contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) desde que concluído o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Não recomenda-se publicação e distribuição do artigo antes de sua publicação, pois isso poderá interferir na sua avaliação cega pelos pares.