FAZENDAS DE CAFÉ DA ZONA DA MATA MINEIRA

AS DIMENSÕES MATERIAIS E IMATERIAIS DA CONSERVAÇÃO DA FAZENDA BOA ESPERANÇA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21680/2448-296X.2024v9n1ID33201

Palavras-chave:

arquitetura do café, tecnologia vernácula, patrimônio imaterial, conservação de saberes tradicionais, fazenda Boa Esperança

Resumo

Nas fazendas de café da Zona da Mata Mineira, que sustentavam o setor produtivo brasileiro do século XIX, os sinais de tecnologia tradicional estavam presentes em diversos edifícios, dentre eles nas casas sede, importantes prédios dos conjuntos rurais cafeeiros, que demarcavam fortemente a paisagem. Neste artigo demonstra-se a importância da análise das dimensões materiais e imateriais na conservação do patrimônio cultural edificado a partir do estudo de caso de uma fazenda cafeeira na Zona da Mata Mineira, região onde se faz necessário registro de importantes patrimônios em risco. Desta forma, analisa-se o emprego das tecnologias tradicionais nestes complexos, a partir do estudo de caso da Fazenda Boa Esperança, propriedade situada em Belmiro Braga, Minas Gerais. Para tanto, buscou-se debater as motivações da conservação dos testemunhos de saberes e fazeres, entendendo como, porque e para quem a preservação deve (e se deve) existir. A partir das análises técnicas realizadas, verifica-se que alguns elementos do sistema construtivo se encontram em estado avançado de degradação, em especial aqueles em terra crua, alertando sobre a permanência desses testemunhos para a posteridade. Tal perpetuação, para além de questões técnicas, passa necessariamente por dimensões imateriais, de valores e identidades, atribuídos principalmente pelos usufruidores que, diretamente, se reconhecem nesses patrimônios.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tamara Nunes Pereira, Universidade Federal de Minas Gerais

Arquiteta e Urbanista, Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais

Augusto Montor de Freitas Luiz, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Engenheiro Civil, Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais. Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Marco Antônio Penido de Rezende, Universidade Federal de Minas Gerais

Arquiteto e Urbanista, Doutor em Engenharia de Construção Civil e Urbana pela Universidade de São Paulo. Professor titular da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais

Referências

AAKER, D. A.; KUMAR, V; DAY, G. S. Marketing research. 5th. ed. New York: John Wiley, 1995.

BENINCASA, V. Velhas Fazendas: arquitetura e cotidiano nos Campos de Araraquara 1830-1930. São Carlos: EduFSCar, 2014.

CRUZ, C. F. Fazendas do sul de Minas Gerais. Arquitetura rural nos séculos XVIII e XIX. Brasília: IPHAN/ Programa Monumenta, 2010.

GLASSIE, H. Vernacular Architecture. Bloomington: Indiana University Press, 2000.

FARIA, J. P. R. Influência africana na arquitetura de terra de Minas Gerais. (Dissertação de Mestrado). Pós-graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2011. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/MMMD-8T7TBZ. Acesso em 16 de junho de 2023.

FARIA, P.; LIMA, J. Rebocos de terra. Lisboa: Argumentum, 2018.

FERRÃO, A. M. A. Arquitetura do café. Campinas: Editora da Unicamp, 2015.

INTERNATIONAL COUNCIL ON MONUMENTS AND SITES (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - ICOMOS). Carta sobre o patrimônio construído vernáculo. Cidade do México, 1999. Disponível em: https://www.icomos.pt/ images/pdfs/2021/40%20Carta%20patrim%C3%B3nio%20vern%C3%A1culo%201999.pdf. Acesso em 16/06/2023.

KANAN, M. I. Manual de conservação e intervenção em argamassas e revestimentos à base de cal. Cadernos Técnicas, 8. Brasília, DF: Iphan/ Programa Monumenta, 2008.

LAPLANTINE, F. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 1988.

LEMOS, C. A. C. Arquitetura Brasileira. São Paulo: Melhoramentos, Editora da Universidade de São Paulo, 1979.

LEMOS, C. A. C. Casa Paulista: História das moradias anteriores ao Ecletismo trazido pelo café. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015.

MARTINS, A. L. Império do café: a grande lavoura do Brasil. São Paulo: Atual, 2009.

NOVAES, A. Fazenda Boa Esperança. (no prelo).

OLENDER, M. C. H. L. A técnica do pau-a-pique: subsídios para a sua preservação. (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006. Disponível em: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/8822. Acesso em 16 de junho de 2023.

OLIVER, P. Encyclopedia of vernacular architecture of the world. Cambridge; New York, NY, USA: Cambridge University Press, 1997. 2384 p.

PACHAMAMA, R. A. V. C. N. Argamassas de terra para reboco: Efeitos de adições estabilizantes e contribuições para a normalização brasileira. (Dissertação de Mestrado). Pós-Graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2020. Disponível em: https://sites.arq.ufmg.br/pos/ ambienteconstruido/wp-content/uploads/2021/05/dissertacao-raphael-augusto-vasconcelos-carneiro-nascimento.pdf. Acesso em 16 de junho de 2023.

PEREIRA, T. N. As histórias traçadas pelo café na zona da mata mineira: proposta de intervenção na Fazenda Boa Esperança. Dissertação (Mestrado Profissional em Conservação e Restauração de Monumentos e Núcleos Históricos) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019.

PIRES, F. T. F.; CRUZ, P. O.; MARCADANTE, P.; MIRANDA, A. R.; CZAJKOWSKI, J. Fazendas: Solares da região cafeeira do Brasil imperial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

PROGRAMA ICMS Patrimônio Cultural. Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA MG), Belo Horizonte, 2016. Disponível em: http://www.iepha.mg.gov.br/index.php/programas-e-acoes/icms-patrimonio-cultural. Acesso em 16 de junho de 2023.

TELLES, A. C. S. O Vale do Paraíba e a arquitetura do café. Rio de Janeiro: Capivara, 2006.

TOFANI, F. P.; BRUSADIN, L. B. A arquitetura vernácula enquanto patrimônio cultural: contribuições para sua preservação e uso sustentável. II SEMINÁRIO DE ARQUITETURA VERNÁCULA. Anais do ..... Belo Horizonte, 2019, s/p

VASCONCELLOS, S. Arquitetura no Brasil: sistemas construtivos. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1979.

VIANA, M. Pátria Minas. Belo Horizonte: Sonhos e Sons Ltda: 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=ahr5VhNLGBg&ab_channel=MarcusViana%26Transf%C3%B4nicaOrkestra-Topic (4 minutos e 18 segundos). Acesso em 16 de junho de 2023.

VIEIRA JUNIOR, I. Torto Arado. São Paulo: Todavia, 2019.

VILELA, L. A. Fazenda Boa Esperança: salva dos credores em nome da família. Revista do Café: Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro, ano 92, n. 847, pp. 34-35, set. 2013.

Downloads

Publicado

24-01-2024 — Atualizado em 25-01-2024

Versões

Como Citar

PEREIRA, T. N.; LUIZ, A. M. de F.; REZENDE, M. A. P. de . FAZENDAS DE CAFÉ DA ZONA DA MATA MINEIRA: AS DIMENSÕES MATERIAIS E IMATERIAIS DA CONSERVAÇÃO DA FAZENDA BOA ESPERANÇA . Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 111–123, 2024. DOI: 10.21680/2448-296X.2024v9n1ID33201. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/33201. Acesso em: 25 nov. 2024.