NOVAS ÁREAS RESIDENCIAIS VERTICALIZADAS NO SETOR SUL DE RIBEIRÃO PRETO

Uso e configuração urbana

Autores

  • Juliana Cardoso ESTEVES Universidade Estadual Paulista
  • Carolina Maria POZZI DE CASTRO Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.21680/2448-296X.2025v10n3ID37738

Palavras-chave:

urbanidade, novas centralidades, segurança, percepção do usuário, espaço público

Resumo

Nas últimas décadas, as cidades médias brasileiras passaram por uma grande transformação em sua morfologia, impulsionada por processos de urbanização muito rápidos que modificaram sua forma e paisagem. A implantação de empreendimentos residenciais em áreas distantes do núcleo central criou novas centralidades, resultando em desafios urbanos como espraiamento, altos custos de infraestrutura, vazios urbanos, especulação imobiliária e segregação socioespacial. Este artigo apresenta um estudo do Setor Sul da cidade de Ribeirão Preto – SP, focando em um eixo de edifícios residenciais de morfologia vertical e alto padrão construtivo, que modificaram a paisagem nas últimas três décadas. Seu objetivo é traçar um panorama geral da configuração urbana da área e analisar sua inserção no contexto urbano, com foco na percepção dos usuários, considerando fatores físicos e sociais. O estudo de caso foi conduzido por meio de visitas in loco, fichas de observação, fotografias, mapas temáticos, questionários e entrevistas. Dessa forma, foi possível avaliar como essas regiões se conectam com o entorno já consolidado e como os moradores desses novos bairros se relacionam e se apropriam do espaço público nas proximidades de suas moradias. Os resultados revelam que a forma urbana e o ambiente construído interferem no uso dos espaços urbanos, no modo como os usuários percebem a cidade e na criação de espaços com urbanidade.

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Biografia do Autor

Juliana Cardoso ESTEVES, Universidade Estadual Paulista

Doutorado em School of Art, Design and Archtecture pela University Of Huddersfield, Inglaterra(2022);
Professor Assistente da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho , Brasil

Carolina Maria POZZI DE CASTRO , Universidade Federal de São Carlos

Arquiteta e Urbanista pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos (1975), mestre em Arquitetura pela Universidade de São Paulo-Escola de Engenharia de São Carlos (1986) e doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2000). Foi Diretora da Divisão de Habitação da Região Central/ Secretaria da Habitação/ Prefeitura do Município de São Paulo (2000-2004). Foi professora de ensino superior (Associada 4) da Universidade Federal de São Carlos/ Departamento de Engenharia Civil (1983-2016), permanecendo como professora credenciada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia Urbana (2008) nas linhas de pesquisa Estudos de Processos e Fenômenos Urbanos e Regionais e Planejamento e Gestão do Ambiente Urbano e Regional. É professora aposentada da Universidade Federal do ABC, vinculada ao Centro de Engenharia , Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas / Bacharelado de Planejamento do Território (2017-2018). É pesquisadora colaboradora do Laboratório de Estudos e Projetos Urbanos e Regionais -LEPUR/UFABC e do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos -LABHAB/FAUUSP, e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (CNPq) Produção da Casa e da Cidade É assessora ad hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo- FAPESP. Atua nas áreas de Arquitetura e Urbanismo, Planejamento Urbano e Regional e Engenharia Urbana, em temas relacionados ao: desenvolvimento urbano e produção do espaço urbano, política urbana e instrumentos urbanísticos, sustentabilidade, política habitacional e os subsistemas de habitação de interesse social e de mercado, sistemas de financiamento habitacional, requalificação de áreas centrais e gestão do patrimônio imobiliário público.

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Publicado

18-09-2025

Como Citar

ESTEVES, Juliana Cardoso; POZZI DE CASTRO , Carolina Maria. NOVAS ÁREAS RESIDENCIAIS VERTICALIZADAS NO SETOR SUL DE RIBEIRÃO PRETO: Uso e configuração urbana. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, [S. l.], v. 10, n. 3, p. 130–144, 2025. DOI: 10.21680/2448-296X.2025v10n3ID37738. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/revprojetar/article/view/37738. Acesso em: 6 dez. 2025.