LIGAÇÕES PERIGOSAS: REFLEXÃO SOBRE OS PORTÕES DO CENTRAL PARK DE NOVA IORQUE

Abstract

Inicialmente parte de uma tese de Doutorado, este artigo reflete sobre o significado dos portões do Central Park de Nova Iorque e suas relações com a evolução histórica da área onde se situa. Foram levadas em consideração tanto as modificações surgidas dentro do parque como aquelas que ocorreram e continuam a ocorrer ao seu redor, quer financeiras quer políticas e/ou administrativas. Com base nesse contexto geral, procuramos situar o primeiro parque urbano dos Estados Unidos, criado para atender à população de uma cidade que crescia em ritmo acelerado, e planejado de modo democrático, no sentido mais latu sensu da palavra. Enfocamos os pontos de contato entre o parque e a cidade, analisando a natureza simbólica dos seus portões, propostos por Olmsted como homenagem às classes trabalhadoras que construíram Nova Iorque, transformando-a numa metrópole sofisticada. Os nomes destes portões, sugeridos pelo Conselho de Comissários do parque, evocaram tanto as tarefas braçais quanto intelectuais sem deixar de lado o gênero. Hoje, 160 anos após sua fundação, num século turbulento, cheio de maquinações financeiras, crises políticas e culto à Personalidade, como se encontram estes portões que homenageiam os mais humildes?