O PROJETO PAISAGÍSTICO E O BEM-ESTAR SOCIAL
DOI:
https://doi.org/10.21680/2448-296X.2025v10n3ID36284Palavras-chave:
experiência de paisagem, projeto paisagístico, bem-estar, neurociênciaResumo
A paisagem é objeto de investigação de vários campos disciplinares, logo, pode ser compreendida por distintos meios e o projeto paisagístico é um deles. O paisagista se destaca como figura importante nesse cenário, uma vez que é o profissional responsável por elaborar projetos pertinentes aos contextos em que se inserem. Para isso é necessário fazer uma articulação entre os aspectos materiais e imateriais existentes no espaço. O bem-estar é um desses aspectos imateriais que deve ser considerado. Este artigo tem como objetivo identificar aspectos do projeto paisagístico de parques, praças e jardins que possam proporcionar o bem-estar paisagístico, à medida que esses espaços são apropriados. Nesse sentido, foram tomados como referências projetos dos paisagistas Olmsted e Burle Marx, o que permitiu identificar, de modo geral, dois princípios projetuais principais: o traçado e a representação da natureza. Tais princípios estão relacionados às estruturas materiais do lugar como: topografia, atividades, arquitetura circundante, fluxos. Por outro lado, sabendo que o bem-estar é um estado mental e que é uma condição subjetiva humana, o neurocientista Berthoz (1997) elenca três necessidades fisiológicas do cérebro humano – regularidade, surpresa e movimento – que proporcionam o sentimento de bem-estar que supostamente podem ser alcançados no meio material. Nesse âmbito, mesmo estando em campo subjetivo, o bem-estar pode ser considerado uma das características físicas do ambiente. Assim, foi possível investigar nas praças do bairro da Torre, na cidade de João Pessoa-PB, de que forma os princípios discutidos por Berthoz (1997) são trabalhados no projeto de cada praça.
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