AMBIENTES HOSPITALARES HUMANIZADOS
Uma abordagem multidisciplinar
DOI:
https://doi.org/10.21680/2448-296X.2025v10n2ID36051Keywords:
Estabelecimento assistencial de saúde, senso de controle, apoio social, distrações positivas, iluminação naturalAbstract
É fundamental criar ambientes hospitalares acessíveis, acolhedores e confortáveis. Infere-se que arquitetos, designers e engenheiros exercem um papel crucial durante o ciclo de vida da edificação hospitalar. No entanto, entende-se que a participação dos demais usuários do ambiente hospitalar é importante também na idealização de mudanças no espaço físico. Esta pesquisa teve como objetivo, examinar a perspectiva de profissionais influentes no planejamento de edifícios hospitalares quanto à introdução de estímulos no ambiente físico. Indicadores de bem-estar foram selecionados a partir das Teorias do Design de Suporte e do Design Baseado em Evidências, tendo sido aplicado um questionário versando sobre Senso de Controle, Apoio Social, Distrações Positivas e Iluminação Natural. Participaram 96 arquitetos, designers, engenheiros, gestores hospitalares, médicos, enfermeiros e outros profissionais da área. As respostas indicaram que, para a maioria dos respondentes, o ambiente físico interfere muito no bem-estar de todos os tipos de usuário de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) sendo a presença de iluminação natural o componente considerado mais relevante para seu bem-estar. Segundo os profissionais, os indicadores de bem-estar têm relevância superior para pacientes internados em enfermarias e para funcionários da assistência em regime de plantão igual ou superior a 12h, e menor relevância para pacientes não internados. Preservar a privacidade dos pacientes e disponibilizar iluminação natural em quartos e em enfermarias foram os indicadores de bem-estar mais priorizados pelos participantes da pesquisa. De modo geral, os projetistas tendem a priorizar mais os indicadores em novas edificações de EAS do que em reformas ou ampliações.
Downloads
References
BOMMEL, V.W. Interior lighting: fundamentals, technology and application. Cham, Suíça: Spinger, 2019
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Ambiência. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010.
CAPOLONGO, S.; GOLA, M.; NOIA, M.; NICKOLOVA, M.; NACHIERO, D.; REBECCHI, A.; SETTIMO, G.; VITTORI, G.; BUFFOLI, M. Social sustainability in healthcare facilities: a rating tool for analysing and improving social aspects in environments of care. Ann Ist Super Sanita, v. 52, n. 1, p. 15-23, 2016. DOI: https://doi.org/10.4415/ann_16_01_06.
CAVALCANTE, F. L .N. F.; NEGREIROS, B. T. C.; MAIA, R. S.; MAIA, E. M. C. Depressão, ansiedade e estresse em profissionais da linha de frente da COVID-19. Revista Portuguesa de Enfermagem e Saúde Mental, Porto, n. 27, p. 1-15, 2022. DOI: https://doi.org/10.19131/rpesm.321.
COCHRAN, W.G. Sampling Techniques. 3.ed. New York: John Wiley e Sons, 1977.
CORDOZA, M.; ULRICH, R. S.; MANULIK, B. J.; GARDINER, S. K.; FITZPATRICK, P. S.; HAZEN, T. M.; MIRKA, A.; PERKINS, R.S. Impact of nurses takking daily work breaks in a hospital Garden on burnout. AJCC American Journal of Critical Care, v. 27, n. 6, p. 508-512, 2018. DOI: https://doi.org/10.4037/ajcc2018131.
DEL NORD, R.; MARINO, D.; PERETTI, G. L’umanizzazione degli spazi di cura: una ricerca svolta per il Ministero della Salute italiano. TECHNE: Journal of Technology for Architecture & Environment, v. 9, p. 224-229, 2015. DOI: https://doi.org/10.13128/Techne-16127.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LIBÂNIO, C. S.; FRANZATO, C. Design baseado em evidências em organizações da saúde: uma revisão sistemática de literatura. HFD, v.8, n.15, p. 114-124, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.59652316796308152019114.
McCUNN, L. J.; SAFRANEK, S.; WILKERSON, A.; DAVIS, R. G. Lighting control in patient rooms: understanding nurses’ perceptions of hospital lighting using qualitative methods. HERD Health Environments Research & Design Journal, v. 14, n. 2, p. 204-218, 2021. DOI: https://doi.org/10.1177/1937586720946669.
MEDEIROS, L. Arquitetura e privacidade em edifícios de atenção à saúde: considerações sobre pesquisa e projeto. Revista Projetar - Projeto e Percepção do Ambiente, v.4, n.2, p. 49-60, set. 2019. DOI: https://doi.org/10.21680/2448-296X.2019v4n2ID18133.
MENDES, L.C. F. Fatores humanos na arquitetura para a saúde: indicadores e percepções. 2023. 164f. Dissertação (Mestrado em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável) -Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2023.
MOTA, R. A; MARTINS, C. G. M., VÉRAS, R. M. Papel dos profissionais de saúde na política de humanização hospitalar. Psicologia em Estudo, v. 11, n. 2, p. 323-330, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-73722006000200011.
NEZAMDOOST, A.; NEZHAD, M. M. Vitamin V: Evaluating the benefits of view quality in hospital patient rooms using a large-scale human factors study. Building Services Engineering Research and Technology, v. 41, n. 2, p. 153-166, 2020. DOI: https://doi.org/10.1177/014362441988954.
NIGHTINGALE, F. Notes on hospitals. New York: Dover Publications, 2015.
QUEK, G.; WIENOLD, J.; KHANIE, M. S.; ERELL, E.; KAFTAN, E.; TZEMPELIKOS, A.; KONSTANTZOS, I.; CHRISTOFFERSEN, J.; KUHN, T.; ANDERSEN, M. Comparing performance of discomfort glare metrics in high and low adaptation levels. Building and Environment, v. 206, jun. 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2021.108335.
ROMERO, M. A. B.; TEIXEIRA, E. O.; LIMA, A. C. C. C.; SILVA, C. F.; SALES, G. L; PAZOS, V. C. Pesquisa e inovação em edifícios de saúde. Brasília: Editora UNB, 2021.
SANTOS, M.; BURSTZTYN, I. O caminho do paciente. In: BITENCOURT, F.; COSTEIRA, E. (org.). Arquitetura e engenharia hospitalar: planejamento, projetos e perspectivas. Rio de Janeiro: Rio Books, p. 143-164, 2014.
TISSOT, J. T.; VERGARA, L. G. L.; ELY, V. H. M. B. Definição de atributos ambientais essenciais para a humanização em quartos de internação. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 20, n. 3, p. 541-551, jul./set. 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/s1678-86212020000300444.
ULRICH, R. S. View through a window may influence recovery from surgery. Science, v. 224, p. 420-421, 1984. DOI: https://doi.org/10.1126/science.6143402.
ULRICH, R. S. Effects of interior design on wellness: Theory and recent scientific research. Journal of Health Care Interior Design, v. 3, 97-109, jan. 1991.
ULRICH, R; QUAN, X; ZIMRING, C.; JOSEPH, A.; CHOUDHARY, R. The Role of the Physical Environment in the Hospital of the 21st Century: A Once-in-a-Lifetime Opportunity. Concord, CA: The Center for Health Design. 2004
ULRICH R. S; ZIMRING, C.; QUAN, X; JOSEPH, A. The environment’s impact on stress. In: MARBERRY, S. O. (org.). Improving Healthcare with Better Building Desing. Chicago: ACHE Management Series/Health Administration Press, p.37-61, 2006.
WANG, Q.; TZORTZI, J.N. Design guidelines for healing gardens in the general hospital. Frontiers in Public Health, v. 11, p. 1-14, 2023. DOI: https://doi.org/10.3389/fpubh.2023.1288586.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2025 Ludmila Cardoso Fagundes Mendes, Roberta Vieira Gonçalves de Souza, Danielly Marcianny Silva Eulário

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual segundo a qual é permitido o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir, separadamente, contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) desde que concluído o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Não recomenda-se publicação e distribuição do artigo antes de sua publicação, pois isso poderá interferir na sua avaliação cega pelos pares.





