Representações e identidades femininas: práticas de turismo criativo no Sarau Imperial
DOI:
https://doi.org/10.21680/2357-8211.2017v5n0ID12542Palavras-chave:
Sarau Imperial. Petrópolis. Turismo Criativo. Representações Femininas.Resumo
Promovido pelo Museu Imperial de Petrópolis, o Sarau Imperial é a encenação de uma reunião social entre a Princesa Isabel e algumas de suas amigas. A dramatização, cujo elenco é formado somente por mulheres, reúne performances musicais, declamações de poemas, leituras de trechos de jornais do século XIX e interações entre o elenco e a plateia. Neste artigo analisamos as práticas de turismo criativo empregadas na produção do Sarau Imperial, investigando sua relação com a representação de identidades femininas durante a encenação. Leituras de Richards, Raymond, Wilson e Cloke formam o quadro teórico turismo criativo e autoras como Butler, Octobre, Scott e Rago, do campo de estudos de gênero e identidades femininas, completam o referencial. Foi realizada observação participante do Sarau durante três apresentações em novembro de 2016, além de registros audiovisuais e consultas aos produtores da encenação. Observou-se que o Sarau Imperial se constitui como profícua plataforma de reflexões críticas sobre a identidade feminina a partir da interação entre elenco e público, que participa ativamente da dramatização e é convidado a reinventá-la a cada nova sessão.
Downloads
Referências
Barman, R. J. (2005). Princesa Isabel do Brasil: gênero e poder no século XIX. São Paulo: Unesp.
Bourdieu, P. (2007). A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp; Porto Alegre: Zulk.
______. (2012). A dominação masculina. (11a ed.). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Bozon, M. (2003). Sexualidade e conjugalidade: a redefinição das relações de gênero na França contemporânea. Cadernos Pagu, n. 20, p. 131-156.
Buscatto, Marie. (2014). La culture, c’est (aussi) une question de genre. In: Octobre, Sylvie. Questions de genre, questions de culture. Paris: Ministére de la Culture et de la Communication – DEPS, 125-143.
Butler, Judith. (1999). Gender Trouble. New York: Routledge Press.
Cloke, P. (2007). Creativity and tourism in rural environments. In: Richards, G.; Wilson, J. (org). Tourism, creativity and development. Oxon: Routledge, 37- 47.
Cruz, R. de O. (2012). Nas “batalhas de flores” não faltavam espinhos: Silva Jardim e a Pincesa Isabel no cenário politico do final da monarquia brasileira (1886-1889). Historien – Revista de História, 4, 41-63. Petrolina.
Daibert Júnior, R. (2003). Gênero e política: um olhar (estrangeiro) sobre a Princesa Isabel. Estudos Feministas, 11(2), 661-680. Florianópolis.
Filgueiras, C. A. L. (2004). A Química na educação da Princesa Isabel. Química Nova, 27(2), 349-355.
Funari, P. P. & Pinsky, J. (org.) (2011). Turismo e patrimônio cultural. São Paulo: Contexto.
Geertz, C. (1989). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara.
Lana, L. & Leal, T. (2014). Sucesso, feminilidade e negócios: representações jornalísticas das “mulheres poderosas”. Líbero, 17(33), 95-104. São Paulo.
Le Goff, J. (1990). História e memória. Trad. Bernardo Leitão. Campinas: Editora da UNICAMP.
Molina, S. (2003). O pós-turismo. Trad. Roberto Sperling. São Paulo: Aleph.
Museu Imperial (2016). Recuperado em 30 de novembro, 2016, de http://www.museuimperial.gov.br/eventos/espetaculos/sarau-imperial.html.
Octobre, S. (2011). Du féminin et du masculin. Genre et trajectoires culturelles. Réseaux, (168-169), 23-57.
______ (2014). Réflexions liminaires sur le genre et les pratiques culturelles: féminisation, socialisation et domination. In: ______. Questions de genre, questions de culture. Paris: Ministére de la Culture et de la Communication, – DEPS, 7-25.
Rago, M. (1995). As mulheres na historiografia brasileira. In: Silva, Zélia L. (org.). Cultura histórica em debate, 81-91. São Paulo: Unesp.
______. (1998). Descobrindo historicamente o gênero. Cadernos Pagu, (11), 89-98.
Rejowski, M., Yasohima, J. R., Stigliano, B. V. & Silveira, A. S. (2002) Desenvolvimento do turismo. In Rejowski, M. (org.). Turismo no percurso do tempo. São Paulo: Aleph, p. 43-74.
Richards, G; Raymond, C. (2000). Creative Tourism. ATLAS News, (23), 16-20.
Richards, G., (2010). Tourism development trajectories – from culture to creativity?. Econtros cientificos – tourism & management studies, (6), 9-15.
Richards, G. & Wilson, J. (2007). Tourism development trajectories: from culture to creativity? In: Richards, G.; Wilson, J. (org). Tourism, creativity and development, 1-33. Oxon: Routledge.
______. (2006). Developing creativity in tourist experiences: a solution to the serial reproduction of culture?. Tourism management, 27, 1209-1223.
Scott, J. (1986). Gender: a useful category of historical analyses. The American Historical Review, 91(5), 1053-1075.
Schwarcz, L. M. (1998). As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras.
UNESCO. (2013). Creative Cities Network. Recuperado em 05 de novembro, 2016, de http://en.unesco.org/creative-cities/home.
Urry, J. (1996). O olhar do turista: lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. São Paulo: Studio Nobel: SESC.
Yasohima, J. R. & Oliveira, N. S. (2002). Antecedentes das viagens e do turismo. In: Rejowski, M. (org.). Turismo no percurso do tempo, 17-41. São Paulo: Aleph.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
